quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Decreto que desapropria refinaria será publicado hoje



O Globo, Celia Costa, Diego Barreto e Emanuel Alencar, 16/out


Presidente de Manguinhos diz ter projetos de investir R$ 1,4 bi em seu parque de refino e estocagem
O governo do estado publica hoje mesmo decreto que desapropria a Refinaria de Manguinhos, o que permitirá aos avaliadores do estado fazerem uma inspeção imediata do imóvel. O anúncio foi feito ontem pelo governador Sérgio Cabral, via assessoria de imprensa. Em nota, Cabral reforça que o imóvel onde está situada a refinaria tem as características ideais para a implementação de unidades habitacionais. No terreno de 500 mil metros quadrados, acrescenta o governo, pode ser construído um bairro planejado, com apartamentos, escolas, áreas de lazer, postos de saúde e biblioteca. Cabral havia anunciado que a unidade seria desapropriada no domingo, após a ocupação policial do complexo de Manguinhos e da Favela do Jacarezinho. As comunidades receberão, a partir de dezembro, duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).  
Depois de ter declarado ter sido surpreendido com o anúncio, o presidente da empresa, Paulo Henrique Menezes, disse ontem, por meio de nota, que vem desenvolvendo grandes projetos para ampliação e modernização de seu parque de refino e estocagem. Os investimentos na unidade chegam a R$ 1,4 bilhão. Ainda na nota, o presidente afirma que a empresa, "embasada na Constituição federal e nas leis do país, confia nas instituições públicas para a garantia de seus direitos de livre iniciativa de sua atividade econômica".
Usando um tom duro contra a empresa - que tem quase 7 mil acionistas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) -, o governo afirma na nota que o estado já moveu contra a refinaria ações judiciais de cobrança de impostos no valor de R$ 406 milhões e que já foram aplicadas multas no valor de R$ 130 milhões. "A Refinaria de Manguinhos já há muito tempo não funciona de fato como refinaria, mas sim como uma grande distribuidora de combustíveis", diz ainda o Poder Executivo.
Cabral acrescentou que a Secretaria estadual do Ambiente vai calcular o valor da "remediação ambiental da área, cujo custo o estado solicitará ao Poder Judiciário que seja descontado do valor a ser pago à empresa pelo imóvel".
- anos para descontaminar
No entanto, o poder público terá de ter paciência no processo de transformação de uma área que sofreu anos de contaminação. A presidente do Instituto estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, disse ontem que ainda não havia discutido o assunto no órgão, mas ressaltou tratar-se de um processo moroso, que "demanda um tempo enorme". Ela afirmou ainda não ter condições de precisar que tempo seria esse, mas assegurou serem necessários pelo menos dois anos para o início da construção dos imóveis.
- A remediação total (da área) demanda um tempo enorme, mas é possível começar as intervenções com menos de 100% do terreno descontaminado. A área da antiga General Electric (GE), por exemplo, exigirá quatro anos de descontaminação. Ainda vamos ter que fazer estudos disse Marilene. - Acredito que o processo na refinaria dure pelo menos dois anos.
Especialista em descontaminação de solo, o engenheiro Alexandre Maximiano reforçou a necessidade de uma ampla investigação para garantir a segurança dos futuros moradores. Ele disse que há a possibilidade de o terreno estar contaminado por hidrocarbonetos carcinogênicos, ou seja, que podem ser causadores de câncer.

Construtoras investem em bairro planejado





Folha de São Paulo, Carolina Matos, 14/out


Terrenos de até 25 quarteirões - raros hoje na capital paulista, principalmente nos endereços mais centrais - modelados para aproximar residências, escritórios, comércio e parques.
Os empreendimentos com ares de bairros planejados, total ou parcialmente abertos à comunidade do entorno, são a aposta de grandes construtoras na cidade.
São projetos com valor estimado de venda de até R$ 4 bilhões. O mais recente, apresentado pela Odebrecht Realizações Imobiliárias no início deste mês, prevê, em 80 mil metros quadrados (ou oito quarteirões), prédios comerciais, residenciais, hotel, shopping e um parque.
O empreendimento, nas imediações do Brooklin e da Chácara Santo Antônio, na zona sul, terá acesso livre da população externa --exceto as torres residenciais.
A estimativa é que, depois de todas as fases entregues, em 2020, o local receba 65 mil pessoas diariamente, sendo 45 mil de fora.
"Esse modelo é comum em cidades que passaram por revitalização, como Nova York", diz Paulo Aridan, diretor regional da Odebrecht Realizações para São Paulo.
Na Barra Funda, zona oeste, uma área de 250 mil metros quadrados (25 quarteirões) abrigará torres residenciais, comerciais, centro para lojas de conveniência e praça aberta ao público.
O projeto é da Tecnisa e da PDG, responsáveis também pela infraestrutura da área, incluindo a abertura de nove ruas e duas avenidas.
Diferentemente do empreendimento do Brooklin, em que já houve lançamento de uma torre de escritórios --o metro quadrado foi comercializado por R$ 14,2 mil--, o da Barra Funda aguarda liberações para começar as vendas.
"Pretendemos lançar a primeira etapa, que são seis prédios residenciais e a praça, até o fim do ano", diz Fabio Villas Bôas, diretor-executivo técnico da Tecnisa.
A estimativa é que o empreendimento seja totalmente entregue em seis anos.
PEQUENO SHOPPING
Em Interlagos, também na zona sul, um terreno de 200 mil metros quadrados (20 quarteirões) reunirá residências, clube, parque e um "mall" (pequeno shopping) aberto ao público.
O projeto, da Tiner e da Brookfield Incorporações, teve a primeira fase lançada em 2008 e deverá estar concluído em 2016.
"Optamos por abrir ao público só o centro comercial porque a preferência dos potenciais compradores era que o empreendimento fosse fechado", diz Ricardo Laham, diretor da Brookfield.
Diferentemente dos casos do Brooklin e da Barra Funda, o terreno adquirido há quase dez anos não faz parte de nenhuma operação urbana. Não houve, portanto, exigência específica da prefeitura quanto à ocupação. "Áreas desse tipo praticamente não existem mais em São Paulo."

Financiamento de móveis e eletrodomésticos é a nova vedete entre os bancos



publicado em 10/10/2012 às 11:12 ,
atualizado em 15/10/2012 às 12:25
por Guilherme Yoshida | Fonte: ZAP Imóveis



com o crescimento do mercado imobiliário nos últimos anos e a popularização do programa federal Minha Casa, Minha Vida, os setores de móveis, eletrodomésticos e até eletrônicos pegaram carona na alta e também viram a demanda aumentar.

E, de olho nesta fatia do mercado, os bancos não perderam tempo e lançaram cartões específicos para o financiamento de produtos destes segmentos.
Desde o dia 1º deste mês, a Caixa Econômica Federal comercializa o Moveiscard, um cartão para financiamento de móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos e que pode ser utilizado em diversas lojas credenciadas em todo o país.

Móveis e eletrodomésticos podem ser adquiridos em diversas lojas credenciadas do país (Foto: Banco de imagens / Think Stock)
O cartão financia até 100% do bem a ser adquirido, com prazo de até 60 meses, sendo dois meses de utilização e 58 meses de amortização, com taxas de juros que variam de 0,90% a 1,80% ao mês.
Para ter acesso ao Moveiscard, o interessado deve se dirigir a uma agência da Caixa e apresentar documento de identidade, CPF, comprovante de renda e endereço. A utilização dos recursos será feita por meio de um cartão e o pagamento das prestações será em débito em conta.
Já o Itaú Unibanco, desde 2011, oferece a seus clientes o Construshop, o plástico financia até R$ 300 mil e pode ser usado para pagar qualquer item adquirido em estabelecimentos de construção, móveis e decoração que aceitem Mastercard Débito.
A instituição financeira dispõe do serviço, porém, apenas para correntistas, que têm até seis meses para fazer suas compras. Nesse período, serão cobrados somente os juros das compras realizadas. Após esse prazo, são até 54 meses para pagar. As taxas são a partir 2,39% ao mês, sem cobrança de tarifas.

Juros dos cartões para este tipo de financiamento variam de 0,90% a 2,39% ao mês, dependendo do correntista (Foto: Banco de imagens / Think Stock)
O banco ainda informa, por meio da sua assessoria, que caso seja necessário um novo limite, o cliente poderá contratar outro financiamento e utilizar o mesmo cartão, uma vez que o serviço tem uma validade de cinco anos.
Em busca desse novo nicho, o Banco do Brasil conta com o cartão Ourocard Crediário, que oferece vantagens como o parcelamento em até 48 vezes das compras realizadas diretamente nas lojas, sem impactar o limite do cartão de crédito.
Uma das exigências do banco estatal, que permite comprar qualquer tipo de bem e serviço, exceto veículos, é que o débito das parcelas ocorra diretamente na conta corrente. Os juros variam de 1,88% a 1,95% ao mês, dependendo do número de parcelas.
Os bancos Santander e Bradesco não contam com nenhum serviço similar, enquanto o HSBC não respondeu até o encerramento desta reportagem.