segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O fibrocimento e a construção sustentável no Brasil

Jornal do Commercio, João Carlos Duarte Paes, Opinião, 23/set

O Brasil tem se desenvolvido largamente no que diz respeito à construção sustentável, que considera o bem-estar das pessoas, o menor impacto ambiental e o custo-benefício competitivo. Segundo Internacional Green Building Council, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, atrás dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. É hora de avançar. 

Os produtos de fibrocimento brasileiros (telhas, painéis, caixas d'água e outros), podem ser contemplados quando o quesito é construção sustentável. Isso porque grande parte desses produtos já é feita de fibrocimento composto de fios sintéticos de PP (Polipropileno), PVA (Poli Álcool Vinílico) e Celulose. 

O Polipropileno é um plástico usado em embalagens para alimentos, produtos têxteis e cosméticos, tampas de refrigerantes, potes para freezer, garrafões de água mineral, produtos hospitalares descartáveis, tubos para água quente, autopeças, fios para tapetes, fraldas, absorventes higiênicos, entre outros produtos. Produzido no Brasil, trata-se de um material inerte, atóxico e 100% reciclável.

O Poli Álcool Vinílico é um plástico que pode ser usado com plastificantes (por exemplo glicerina) para se transformar em produtos análogos ao couro, resistente aos óleos e carburantes, ou sem plastificantes, como membranas, componente de unguentos e como meio de ligação em preparações, como o fibrocimento. O PVA é importado, e também 100% reciclável. 

Complementando o rol das matérias primas usadas, como o PP (polipropileno) e o PVA (Poli Álcool Vinílico), necessitamos da celulose adequada ao processo, produzida no Brasil em quantidade suficiente. 

Desde 2005, a tecnologia para o uso dos fios alternativos é conhecida e normatizada no Brasil, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR 15.210) - CRFS - Cimento Reforçado com Fios Sintéticos. Normas internacionais no mesmo sentido já existem há mais de uma década.  Na Europa desde 1993. 

Outra vantagem que faz com que os produtos de fibrocimento com fios sintéticos se destaquem como sustentáveis, é no descarte. Esses produtos não são classificados como perigosos e, ao contrário, ainda possibilitam a reciclagem e o reaproveitamento. 

Os fios sintéticos garantem o bem-estar da população, assim como a preservação ambiental e, finalmente, compõem o tripé da sustentabilidade, e são economicamente viáveis ao mercado, na produção dos artefatos de fibrocimento. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o primeiro realizado por uma universidade sobre o tema, verificou que as atividades da cadeia produtiva do fibrocimento não sofrerão impacto com o uso dos fios sintéticos.
Incentivar a inovação, buscar destaque mundial com produtos sustentáveis e competitivos, é o que coloca cada dia mais, o Brasil em evidência no mercado global.

Monte uma casa em apenas um dia (será possível?) - Arquitetos criam residência que pode ser entregue por caminhão e montada em poucas horas



O GLOBO Publicado: 


Casa compacta, para ser transportada por caminhão, tem sala, cozinha, banheiro e quarto
Foto: Ábaton

Já imaginou num mesmo dia acordar em um lugar e ir dormir em outro, só que na mesma casa? Parece confuso, mas é possível. Isso porque arquitetos do estúdio espanhol de arquitetura Ábaton criaram uma casa compacta que pode ser carregada por um caminhão e montada em poucas horas.
A “Casa Portátil ÁPH80” tem 27 metros quadrados e conta com sala de estar, cozinha, banheiro e quarto para casal, segundo o Daily Mail. Toda feita a partir de materiais reciclados, externamente ela é revestida com painéis de cimento. Por dentro, a decoração fica a gosto do dono da casa. Cada unidade pode levar de quatro a seis semanas para ser construída. Mas depois de entregue, a montagem leva apenas algumas horas. O preço? A partir de 32 mil euros (cerca de R$ 96 mil).
Em seu site, os arquitetos explicam que a ÁPH80 foi projetada e estudada para oferecer uma “experiência única e transmitir plenitude” dentro da casa, apesar de suas dimensões. “A ÁPH80 é basicamente autossuficiente, transportável por via rodoviária e economicamente competitiva”, afirmam.
Apesar de pequena, cabem confortavelmente cama, sofá e mesa. Dá para fazer uma decoração bem bacana! Na nossa fotogaleria, você pode ver uma sugestão criativa da Ábaton.

Del Castilho receberá seu primeiro condomínio-bairro - RIO PARQUE

O Dia, 22/set

Com o crescimento da demanda por residências com serviços diferenciados, as construtoras PDG e Living lançam o primeiro condomínio-bairro de Del Castilho, na Zona Norte da cidade, com 43.000 metros quadrados e extensa área verde. O Rio Parque é composto de três condomínios, cada um com área de lazer independente. Um centro de conveniência comercial e de serviços com 30 lojas coroa o empreendimento.

A ideia é dar solução de moradia para pessoas que sempre gostaram de estudar e trabalhar na região mas tinham poucas opções de residência e de lazer completo no mesmo espaço. 

"Quem foi criado na Zona Norte tende a ser fiel e a não querer abandonar suas raízes", explicou Claudio Hermolin, diretor da PDG do Rio.

"Com essas alternativas, melhor mobilidade e mais transportes, os moradores de Del Castilho têm todos os motivos para ficar lá", disse.

O condomínio-bairro é localizado na Estrada Adhemar Bebiano 257. Próximo aos shoppings Nova América e Norte Shopping e ao metrô, ele está entre duas principais vias de interligação com outros bairros, a Avenida Dom Hélder Câmara e Linha Amarela.

Loteamento urbanizado

Alvorá Parque Novo é o nome do loteamento urbanizado da Cipasa Urbanismo na antiga Estrada de Madureira, em Nova Iguaçu. O terreno será oferecido aos moradores devidamente asfaltado, com rede de água e esgoto e toda a parte de infraestrutura estabelecida pela própria empresa.

O projeto foi idealizado com duas quadras poliesportivas, campo de futebol e playground, um diferencial em relação a out ros loteamentos da região. O estande de vendas fica na Avenida Abílio Augusto Távora, próximo ao número 2.000, e já comercializa os 751 lotes. Para construir, o interessado pode optar entre os dois estilos de casa sugeridos pela empresa, ou levantar o "espaço dos seus sonhos", na tipologia de sua preferência, com os materiais que escolher. Para facilitar a ordenação, normas de construção e convivência foram inseridas na convenção, para apreciação dos novos morador

Fase final de lançamento

Os dois primeiros condomínios do complexo residencial Rio Parque já foram vendidos (América Residencial e Rio Residencial). O Carioca Residencial, últimos deles, é composto de três prédios, dois ainda em fase de lançamento.

"A primeira torre do Carioca Residencial, o Edifício Samba, foi vendido em pouco mais de uma semana. Um total de 252 apartamentos vendidos em pouquíssimo tempo. Consideramos este um forte indicativo de que cumprimos a nossa missão de oferecer uma opção de moradia com mais qualidade em Del Castilho - um bairro tradicionalmente migratório da Zona Norte", comemora Thiago Athayde, gerente de incorporação da Living Construtora. O Edifício Chorinho, o segundo prédio, será lançado até o final do mês.

Unidades à venda

Até a semana passada, 1.534 apartamentos já tinham sido vendidos em todo o conjunto residencial Rio Parque. Agora, restam apenas 732 unidades para comercialização em duas etapas. A primeira acontece até o final do mês e, a última, ainda não tem o lançamento previsto para ocorrer. O preço inicial dos imóveis é de R$ 304.560.

Grande procura

O diretor da PDG explica que a recepção dos compradores ao empreendimento tem superado expectativas. "Quando lançamos a segunda etapa do projeto, o estande teve um volume de visitação surpreendente. Cerca 400 pessoas por dia buscaram informações", disse. Para as últimas etapas, a promessa continua sendo de grande movimentação.

Economistas dão dicas para quem adiou o início do pagamento da casa para janeiro

Extra, Lara Mizoguchi, 22/set

Um carro estava nos planos da analista de faturamento e cobrança Tatiane Torres Oliveira, de 34 anos. Mas a vontade de realizar o sonho da casa própria falou mais alto.

Ela se programou e, durante o Feirão da Caixa deste ano, comprou um apartamento novo, de dois quartos - para ela e a filha, Caroline, de 12 anos -, na Pavuna. O engenheiro civil Bruno Leal, de 31, também adquiriu um imóvel durante o evento. Uma das vantagens oferecidas na feira - e aproveitada por ambos - era a possibilidade de pagar a primeira parcela do financiamento somente em janeiro de 2014. 

Mas, para isso, é preciso se organizar, para não ter surpresas desagradáveis no início do ano, quando chegam as contas de Natal e Ano Novo com as de IPTU e IPVA, por exemplo. A partir da entrega das chaves, que deve acontecer em fevereiro do próximo ano, 34% da renda mensal de Tatiane estarão comprometidos com as prestações do financiamento e com o condomínio. 

O ideal, explica o economista e professor de Finanças do Ibmec-Rio Gilberto Braga, é comprometer, no máximo, 30% da renda familiar. Como, por enquanto, mora com a mãe e não tem grandes despesas, a analista terá pelo menos quatro meses para economizar para os futuros gastos:
- Sou muito organizada financeiramente. Para mim, tem que ir até onde eu alcanço.

Tem que controlar as contas, deixar de gastar com alguns supérfluos, para conseguir organizar as parcelas dentro do meu orçamento. A dica de Gilberto Braga, já que Tatiane não tem muita urgência em sair da casa da mãe e ficará com pouco mais de R$ 200 livres por mês, é segurar a ansiedade e só se mudar quando a dela estiver montada, com, pelo menos, armários e pisos.

- A minha sugestão é direcionar os gastos do dia a dia para mobiliar a casa. Vai ser preciso fazer um esforço, principalmente no primeiro ano. Natal sem presente para ninguém, nem lembrancinha. Manda cartão de internet - orienta ele: -Vai ser apertado, mas ela vai conseguir arcar com as despesas.

Favela nunca mais


Valor Econômico, Mari Olmos, 20/set

No primeiro andar de um dos prédios vê-se uma mulher abrir a janela da sala com vontade. Satisfeita, ela espia o que acontece do lado de fora, no térreo: entre a praça e a quadra poliesportiva, onde meninos jogam bola, um grupo de moradores ansioso pergunta se os visitantes são da Comgás, que ficou de concluir uma instalação por estes dias. Quem conhece um pouco a história do conjunto residencial Sílvio Bacarelli, em Heliópolis, entende por que abrir uma simples janela traz tanta felicidade. Moradores do primeiro ao quarto andar dos prédios da Cohab que escaparam do incêndio em 1996 passaram 15 anos sem poder ver a cor do céu pelas janelas.

Pilhas de barracos tomaram conta de um espaço, no entorno, em meio aos escombros do incêndio. A invasão tomou conta também de esqueletos das edificações de três prédios que não chegaram a ser concluídos. Agarrada à estrutura dos edifícios inacabados, nasceu uma favela vertical, que grudou nas paredes e selou janelas.

Prédios de dez andares e barracos amontoados até o terceiro ou quarto andares permaneceram colados entre 1996 e 2011, quando, então, a Prefeitura de São Paulo removeu as famílias que moravam na área para construir um novo conjunto habitacional, concluído há pouco. O antigo projeto da Cohab ganhou agora um "abraço" de moradias, que, além de bonitas, deixam a vizinhança respirar.

Nesse novo ambiente, os prédios antigos de dez andares unidos aos novos, de quatro, fazem parte do mesmo condomínio, batizado de Sílvio Bacarelli em homenagem ao maestro que, comovido com o incêndio em 1996, fundou um instituto para ensinar música em comunidades carentes.

O projeto bonito, que surgiu no lugar da antiga pilha de barracos, é assinado pelo arquiteto uruguaio Héctor Vigliecca, dedicado a habitação popular e urbanização de favelas muito antes de mudar-se para o Brasil, em 1975.

Para o arquiteto, projetos como os da Cohab ou Cingapura são "depósitos de prédios e de pessoas" e alguns "parecem mais uma cadeia"

Os trabalhos de Vigliecca nessa área em nada lembram o conceito clássico de moradia popular que se estabeleceu a partir de projetos como os da Cohab ou Cingapura, que ele chama de "depósitos de prédios e de pessoas". "Alguns parecem mais uma cadeia", afirma.

O maior orgulho do urbanista formado em Montevidéu foi ter conseguido, até agora, vencer o desafio de desenhar moradias graciosas respeitando os orçamentos apertados dos programas de habitação popular.

Vigliecca elogia a mudança de critérios das gestões públicas na escolha de arquitetos para os programas de habitação popular. É nas mãos de profissionais com alta dose de criatividade que hoje passam alguns dos projetos voltados às classes mais carentes.

"Antigamente os projetos eram gerenciados pelas construtoras, que escolhiam os arquitetos", diz Marcelo Rebelo, da Secretaria de Habitação de São Paulo e coordenador de projetos de Heliópolis. "Cingapura é a estética da pobreza; não trabalhamos mais com isso em São Paulo", destaca. O novo critério é um alento para profissionais como Vigliecca, que sente calafrios quando vê o que chama de "modelinho de casinha repetido como se fosse um carimbo".

O desafio em Heliópolis era grande. "Como trabalhar em uma coisa desestruturada?", perguntava-se o urbanista uruguaio. "A ocupação havia engolido os prédios como um câncer", diz. O arquiteto decidiu, então, criar em cima do "já feito".

As últimas unidades do conjunto residencial Sílvio Bacarelli foram entregues há poucos dias. Mas ainda se vê por lá um entra e sai de pedreiros, gesseiros e outros profissionais contratados por moradores empenhados em caprichar no acabamento.

O pedreiro José da Silva Alves já assentou boa parte de reluzentes peças de porcelanato no piso da sala e dos dois quartos do apartamento do filho. Está bonito. Pudera! Cada metro quadrado custou R$ 52. Para seu apartamento, localizado em outro bloco, Alves optou por acabamento mais simples. Mas nem por isso o imóvel se tornou menos aprazível. Alves exibe a sala e os dois dormitórios. No projeto, Vigliecca aproveitou um pequeno vão à entrada do banheiro para instalar o lavabo separadamente. Ao fim da cozinha, surge a área mais nobre, segundo a opinião dos moradores de Heliópolis: uma ampla área de serviço, com cinco janelões. Alves pega a trena e confirma: são 4,40 metros de comprimento por 1,40 metro de largura.

A área de serviço virou o chamariz dos projetos de Vigliecca em Heliópolis. É do mesmo arquiteto uruguaio o projeto de um conjunto concluído em 2012, que serviu de referência. Numa consulta prévia, os moradores informaram ao represente da Secretaria de Habitação o desejo de viver num conjunto igual àquele assinado pelo uruguaio em 2012, com área de serviço igualmente espaçosa.

"O déficit dessas áreas em conjuntos existentes transforma as fachadas num grande varal, fator de degradação ambiental e exclusão quando o comparado à cidade formal", diz Neli Shimizu, arquiteta e gestora de habitação de interesse social na equipe de Vigliecca.

Não é só na hora de lavar a roupa que o novo conceito de urbanização de favelas tem o poder de recuperar a autoestima de muita gente. Aos 61 anos, o cearense José da Silva Alves mora em Heliópolis há 32. Como agora é também um dos síndicos do novo conjunto, encarrega-se de, diariamente, abrir e fechar o cadeado da lixeira. O horário é rígido e ele não aceita lixo depois das 19 horas. Alves pensa agora numa maneira de proibir carros e motos dentro do condomínio, cujas vias não foram feitas para estacionar veículos. É ele também quem ajuda a cuidar dos salão de festas, equipado com copa e banheiros.

São as mesmas famílias que moraram nas áreas que misturaram barracos e prédios que agora voltam para o novo condomínio. Passaram cerca de três anos recebendo aluguel social da prefeitura, que hoje está em R$ 400. Mas a maioria tem que desembolsar mais porque a especulação imobiliária fixa preços acima desse valor na maior parte das casas alugadas na região. Para viver no apartamento do prédio novo, cada família pagará prestação calculada de acordo com a renda. Alves paga R$ 105 por mês.

Com casa mais bonita, cada um decora à sua maneira. Nos vidros das janelas compridas, que ajudam a deixar a luz natural entrar nas salas, veem-se desde cortinas bem-acabadas até película tipo Insulfilm. Aguinaldo Mariano da Silva e Francisca Xavier da Silva moram juntos em Heliópolis há 15 anos. Vão fazer a mudança com calma porque querem colocar gesso no teto e, pelo desejo de Francisca, comprar um sofá novo.

São também do arquiteto uruguaio projetos em outras favelas, como Paraisópolis, em São Paulo, e Portais, em Osasco (SP), além de Morro dos Macacos, no Rio. Mas não é só de habitação popular que ele vive. No sentido oposto, seu trabalho também entrou no projeto da rua Oscar Freire, uma das mais badaladas vias de butiques na região dos Jardins, em São Paulo.

Uma iniciativa da associação de lojistas em parceria com a prefeitura provocou uma drástica mudança na Oscar Freire em 2006. O ponto mais marcante foi o aterramento da fiação. Mas a reforma também fez surgir um passeio minimalista, liso e livre de obstáculos.

Quando alguém estranha seu envolvimento em mundos tão opostos, Vigliecca responde: "Não faço arquitetura para pobres ou ricos. Utilizo os mesmos critérios e a mesma ética". Os eventos esportivos também estão na sua mira. O mesmo arquiteto trabalhou no Arena Castelão, em Fortaleza, um dos estádios escolhidos para a Copa do Mundo de 2014.

Mas são os projetos de interesse social que mais lhe dão prazer. E prestígio. Há poucos dias, a revista holandesa "Mark", respeitada publicação de arquitetura, destacou o projeto Parque Novo Santo Amaro V, também de Vigliecca, como exemplo de um novo modo de lidar com favelas.

Além de moradias para famílias que viviam de forma precária em áreas de risco, sujeitas a enchentes e desabamentos, o projeto no Parque Novo Santo Amaro levou melhorias urbanas para uma área localizada em região de mananciais na zona sul de São Paulo.

É sempre desafiador, segundo Vigliecca, inserir o projeto de uma favela na paisagem do local, valorizando seus recursos. No caso de Santo Amaro, o verde, que havia sido extinto por causa da ocupação irregular, foi recuperado por meio de um parque linear. Para preservar a tradicional identidade dos moradores com a água foram criados espelhos d'água. E a região passou a ser abastecida por várias nascentes recuperadas.

A comunidade ganhou playground, pista de skate e campo de futebol. Se antes, para ter acesso à escola, as crianças tinham de atravessar um córrego poluído ou fazer longas caminhadas para contornar a quadra, com a urbanização foram criadas passarelas. "Muitas vezes se removem toneladas de terra para tornar plana determinada área. O desafio é criar um projeto que se incorpore à geografia do local. Não usar a geografia pode ser mais fácil. Mas significa desconstruir uma cidade ao invés de construir", diz o arquiteto, de 73 anos.

Santo Amaro fica mais de 30 quilômetros distante de Heliópolis. Mas parte das duas imensas comunidades tem agora em comum um modo de viver mais digno. Ao longo das três décadas em que mora dentro de Heliópolis, uma das maiores favelas do Brasil, com 65 mil habitantes, o pedreiro Alves sempre sonhou um dia ter uma casa que, com o tempo, passaria a ser sua propriedade e, mais tarde, quem sabe, uma herança para os filhos e netos. "Mas algo perfeitinho assim eu nunca imaginei."


Casas no subúrbio


O Dia, Informe do Dia, 21/set

A Prefeitura decidiu estimular a construção de residências no entorno de ferrovias e de novas vias expressas como a Transcarioca. As propostas que serão enviadas pela Secretaria de Urbanismo à Câmara Municipal querem facilitar, entre outros pontos, a criação de novas vilas de casas no subúrbio. Não haverá mudanças no gabarito dos prédios.

Os técnicos ressaltam que bairros e regiões como Madureira, Grande Irajá e Grande Méier contam com boa infraestrutura urbana (redes de água, luz e esgoto), o que facilita sua ocupação.

Prefeitura vai assentar 2.200 famílias no Porto

O Dia, Alessandra Horta e Sthefanie Tondo, 20/set

A Prefeitura do Rio anunciou ontem a construção de pelo menos 2.200 unidades de Habitação de Interesse Social financiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, na Região do Porto Maravilha. Parte dos imóveis é destinada a moradores da área que vivem em local de risco e que serão removidos por questões de segurança. 

As demais unidades poderão ser compradas preferencialmente por habitantes da região. É necessário que as famílias tenham renda composta de até três salários mínimos ou de três a seis mínimos.

Segundo o prefeito Eduardo Paes, foram identificados 42 terrenos possíveis para a implementação das novas residências nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo.

"Vamos desapropriar esses terrenos. A prefeitura vai comprar essas propriedades para fazer 2.200 unidades. Em média, nós vamos ter espalhados pela região empreendimentos com 200 unidades cada do Minha Casa, Minha Vida", explicou Paes.

Para isso, serão desapropriados imóveis em situação fundiária irregular, degradados ou abandonados, e unidades públicas da região.

"Vamos permitir uma habitação de interesse social, uma habitação mais qualificada, área residencial e área comercial. São imóveis privados a serem desapropriados, e também vamos reutilizar imóveis públicos da União, do estado e do município", afirmou o prefeito do Rio. 

Morador da Lapa, Cosme Nascimento, 39 anos, afirma que gostaria de viver na Região Portuária com a mulher Rose Araújo, 29, e o filho Matheus, 8. "Ter uma casa própria já seria ótimo. E o Porto está melhorando muito, e é perto de tudo. Achei bom unir estabelecimentos comerciais com residências, assim tem mais movimento", disse.

Saiba como participar do programa de habitação

Podem participar do Minha Casa, Minha Vida maiores de 18 anos, que não possuam casa própria e tenham sido beneficiados por programas de habitação do governo. Para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 2.034), a seleção será por sorteio e a preferência é de famílias com idosos e pessoas com deficiência. O financiamento é em até dez anos e as parcelas mínimas são de R$ 25. O valor do imóvel é de R$ 75 mil.

Para as famílias com renda de três a seis salários (R$ 4.068), as inscrições estão sujeitas a análise cadastral. Não há sorteios. O prazo para pagamento é de até 30 anos e as parcelas são calculadas conforme a renda. O valor do imóvel é de R$ 190 mil. O prefeito Eduardo Paes anunciou isenção de IPTU e ITBI para os compradores de casas na região.

Interessados devem ir aos postos da Secretaria Municipal de Habitação na Praça Pio X 119, Centro, ou no Shopping Bangu, na Rua Fonseca 240, 2º andar. As inscrições podem ser feitas pelo site www.rio.rj.gov.br/web/smh. Mais informações em 2976-7434 ou 2976-7446.

PORTO MARAVILHA

REURBANIZAÇÃO 
O projeto tem como objetivo reintegrar a Região Portuária ao processo de desenvolvimento da cidade, por meio da construção de novas redes de água, esgoto e drenagem, além de mudanças viárias, implantação de ciclovias, plantio de 15 mil árvores e reurbanização de vias e calçadas. 

NOVOS SERVIÇOS 

Fazem parte do projeto a implantação de coleta seletiva de lixo e a instalação de bicicletários, entre outros. Além disso, estão previstas as instalações de creches, UPAs, escolas, integração entre diversos modais de transporte e geração de empregos, políticas voltadas para população que deve mudar para a região. 

PATRIMÔNIO HISTÓRICO 

Também haverá implantação de projetos culturais, como o Museu de Arte do Rio, na Praça Mauá, e Museu do Amanhã, no Píer Mauá. Serão preservados ainda pontos históricos, como o Cais do Valongo, a Pedra do Sal, o Jardim Suspenso e o Centro Cultural José Bonifácio, entre outros. 

SERVIDORES APRESENTAM DOCUMENTOS 

Os primeiros 500 servidores classificados no sorteio promovido pelo Previ-Rio, para definição da ordem de preferência na escolha dos apartamentos do Porto Vida Residencial, devem entregar, entre os próximos dias 23 e 25, os documentos para análise de crédito do financiamento. A etapa será das 9h às 18h, no Clube do Servidor, na Cidade Nova.

A lista dos funcionários que precisam se apresentar está no site www.rio.rj.gov.br/web/previrio. Conforme a Coluna do Servidor do DIA antecipou, os imóveis serão financiados 100% pela Caixa Econômica Federal, com valores entre R$ 420 mil a R$ 590 mil. A prestação ficará entre R$3.712,89 e R$ 5.891,71. Será necessário levar identidade, CPF, comprovante de renda, residência e demais documentos de todos os compradores. Veja lista no site do Previ-Rio.