sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Os valores de aluguel dos escritórios de alto padrão dispararam


Aluguel de escritórios de alto padrão sobe 17,9% na capital

Jornal do Commercio, Circe Bonatelli, 16/fev

Os valores de aluguel dos escritórios de alto padrão na capital dispararam no ano passado, impulsionados pelo descompasso entre oferta e demanda. Segundo levantamento da consultoria imobiliária Colliers International, o valor médio para locação de imóveis corporativos de classe A na cidade cresceu 17,9% em 2011, maior alta registrada desde 2007, quando chegou ao pico de 54,8%. O dado do ano passado representa forte aceleração se comparado ao avanço de 9,2% em 2010. Para este ano, a consultoria ainda espera nova alta, na faixa de 10%.
A taxa de vacância (percentual de imóveis vagos do estoque total) foi de apenas 1,6% no quarto trimestre, um dos menores níveis entre as 172 cidades em 56 países onde é realizada a pesquisa. Se considerado o estoque de Alphaville, bairro empresarial de Barueri, na Região Metropolitana, a taxa de vacância sobe para 5,1%.
Nos últimos anos, vem aumentando o número de empresas que procuram se instalar em prédios mais espaçosos e funcionais, que ajudam a melhorar a produtividade das operações. Entre as principais locatárias estão as instituições financeiras prestadoras de serviços e companhias ligadas ao varejo. "O aumento dessa demanda está atrelado ao crescimento generalizado da economia nos últimos anos", explicou o gerente de escritórios da Colliers, André Strumpf.
Por outro lado, o mercado imobiliário não consegue atender imediatamente o aumento da procura devido à falta de terrenos para novos prédios, à demora no processo de licenciamento e ao período para execução das obras. "Um novo empreendimento leva cerca de quatro anos para ser entregue", observou Strumpf.
A conseqüência é que o valor médio pago mensalmente pelo metro quadrado duplicou nos últimos cinco anos, passando de R$ 52,5 em 2006 para R$ 118,5 no final de 2011. Entre os bairros pesquisados, o preço mais alto foi verificado nas regiões da Faria Lima (R$ 185), Itaim (R$ 178) e Vila Olímpia (R$ 133). Entre aqueles abaixo da média ficaram Chácara Santo Antônio (R$ 68), Alphaville (R$ 69) e Barra Funda (R$80).
DEMANDA E TENDÊNCIAS. A taxa de vacância de 1,6% na capital nos últimos três meses do ano foi maior que a taxa de 0,5% do trimestre anterior e acima também do 1,2% registrado em igual trimestre do ano anterior. Entre as regiões pesquisadas, as mais ocupadas foram Barra Funda e Chácara Santo Antônio, com vacância zero, Berrini e Paulista, com 0,4%, e Vila Olímpia, com 0,5%.
Apesar de baixo, o nível de vacância de 1,6% na capital no quarto trimestre foi o maior do ano passado. Além disso, inter¬rompeu um ciclo de queda da vacância que perdurava desde o fim de 2009, quando estava em 8,4%, e seguiu até o terceiro trimestre de 2011, quando atingiu 0,5%, o menor percentual do ranking global da Colliers. A consultoria atribuiu a elevação no fim do ano passado ao aumento da cautela do empresariado. "Com os preços altos dos alugueis e as incertezas vindas da Europa, muitas empresas puxaram o freio de mão", disse.
Para este ano, a consultoria estima que serão entregues 500 mil metros quadrados de imóveis corporativos classe A em São Paulo, volume bem maior que os cerca de 190 mil metros quadrados entregues em 2011. No entanto, o gestor descarta a possibilidade de recuo nos valores de locação, argumentando que a demanda continuará crescente e que boa parte dos novos empreendimentos a serem entregues já têm contratos firmados de pré-locação. "Não haverá queda, apenas crescimento mais moderado em relação a 2011, na faixa de 10%", estima.

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