segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Secovi Rio: urbanização deve ser prioridade

O próximo prefeito do Rio de Janeiro deve focar na urbanização de áreas na periferia. A afirmação é do presidente do Sindicato da Habitação do Estado do Rio de Janeiro (Secovi Rio), Pedro José Wähmann, que, em visita ao Jornal do Commercio, falou a respeito do caderno de intenções do segmento imobiliário elaborado pela organização e entregue aos candidatos a prefeito. Segundo ele, a urbanização dessas regiões e posterior integração ao restante da cidade por meio da rede de transporte público cria oportunidades para o setor imobiliário.

"Há regiões no Rio com potencial para gerar habitações de nível adequado para populações de rendas mais baixas, para famílias das classes C, D e E", afirmou o executivo, citando bairros no entorno da Avenida Brasil que já estariam bem integrados ao sistema de transporte. "Precisa-se cuidar da urbanização dessas áreas para estimular a chegada de novos empreendimentos de qualidade."

Segundo o presidente, o objetivo do sindicato ao entregar os documentos aos candidatos é manter aberta a linha de comunicação com a Prefeitura. Além do estímulo à urbanização de áreas degradadas, o executivo cita como prioridade a preservação do parque histórico do Rio e reformas nas legislações para o setor imobiliário, reduzindo impostos no nível municipal.

Além da área no entorno da Avenida Brasil, Wähmann aponta a Zona Portuária como um local onde habitações teriam boa receptividade. O executivo argumenta que o Centro é um dos poucos no mundo sem área habitacional de tamanho correspondente ao seu número de trabalhadores. "Na área de revitalização do porto, a parte que for reservada para habitação terá uma aceitação muito grande pelo mercado", avaliou.

Apesar de esperar um movimento de moradores de outras regiões para o Centro, Wähmann não acredita, porém, em especulação imobiliária. "Todos os terrenos já estão mais ou menos comprometidos dentro do Plano Piloto", disse.

O executivo avalia também que o preço dos imóveis no Rio deverá se manter estável, por conta de maior cautela por parte das construtoras e dos compradores. A época de elevação acelerada no preço dos imóveis, de acordo com ele, estaria chegando ao fim.

"O Rio ficou por muito tempo estagnado, sem novos empreendimentos. O que ocorreu nos últimos anos foi uma grande recuperação nos preços", afirmou, descartando a possibilidade de bolha imobiliária.

Outro problema enfrentado pelos cidadãos fluminenses, o atraso na entrega de empreendimentos por parte das construtoras, também estaria perto de ser solucionado. Na opinião de Wähmann, o que houve foi um descompasso entre o número de lançamentos de unidades habitacionais e a capacidade da mão de obra em executar o que foi prometido. De acordo com ele, com a diminuição no ritmo dos lançamentos, a adequação da situação deve se dar em um ano e meio.
 
Jornal do Commercio, 10/ago

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