terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Morar com grife



IstoÉ Dinheiro, Bruna Borelli, 19/fev

Depois de forrar os closets com as muitas marcas de alta-costura que desembarcaram no País na última década, os brasileiros começam a desfrutar da chegada das linhas para casa das maisons internacionais. Missoni, Versace e Roberto Cavalli, entre outras, têm levado o lifestyle de suas roupas para outros setores além da moda. Deu certo com a hotelaria, por exemplo. Hoje, é possível se hospedar em hotéis cinco-estrelas assinados por mestres das passarelas, caso do Palazzo Versace, em Sydney, do Bvlgari Hotel, em Londres e do Hotel Armani, em Dubai. Agora, com a decoração, o fenômeno se repete.
 
 Desde que inaugurou sua primeira loja em São Paulo, em 1996, a italiana Versace Home só viu aumentar a demanda por novidades em suas vitrines. "Os resultados no Brasil são tão satisfatórios que estamos trazendo cada vez mais itens da linha da Itália para cá", diz Fernanda Boghosian Rossi, diretora da grife no País. Fernanda conta que essa tendência de hotéis-fashion também estimulou as linhas de décor da grife. "Com a inauguração do primeiro Palazzo Versace na Austrália, em 2000, a coleção para casa cresceu ainda mais", afirma. Nos anos 1980, outra italiana, a Missoni, dava seus primeiros passos no setor na Europa. Mas foi só em 2010 que a marca fincou sua bandeira em solo brasileiro, na capital paulista. 
 
Dezoito meses depois e a Missoni Home já conta com mais dois endereços na cidade e outro no Rio de Janeiro. O xodó da grife é o sofá Gravitá. Custa R$ 45 mil. "A Missoni sofreu uma evolução considerável, especialmente nos últimos cinco anos, quando passou de uma coleção têxtil para um completo estilo para casa", afirma Rosita Missoni, diretora de criação e sócia-fundadora da marca. Essa evolução pode ser vista também na francesa Louis Vuitton. Em dezembro passado, a clássica maison apresentou a coleção Nômade, criada para casas de veraneio, com itens como uma cadeira de praia, lamparina, uma luminária - assinada pela dupla brasileira Fernando e Humberto Campana - e até uma cadeira de balanço, desenhada pela espanhola Patricia Urquiola, ao preço de US$ 52 mil. 
 
 Estender a aura de tradição e exclusividade já conquistada na moda para outros mercados é um bom negócio não só para as marcas. A designer de interiores Christina Hamoui acredita que quem busca esses produtos para decorar a casa também sai ganhando com a diversidade de objetos de qualidade. "Dá para variar de estilo também", conta a especialista. "Não necessariamente uma cliente que se veste de Hermés vai usar a grife na decoração de sua casa. Ela pode ser mais clássica e, em casa, preferir algo mais ousado, como peças da Missoni." 
 
Para os estilistas, contudo, a proposta é não perder a identidade. O italiano Roberto Cavalli, por exemplo, estreou no segmento no ano passado, durante o Salão Internacional do Móvel de Milão. Entre os destaques, a linha de papéis de parede, que repete a extravagância das estampas que ele usa na decoração de suas lojas, suas boates e seus barcos. "Não existe diferença no pensamento por trás do design de uma roupa ou de uma linha para casa", diz Cavalli. "Meu estilo é sempre guiado fortemente pelo otimismo e pela minha paixão."

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