quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Opções de crédito

O Fluminense, Especial Habitação, 15/dez

É natural que exista dificuldade para a aquisição de um bem de alto valor, principalmente para quem está começando a vida. Os financiamentos têm por função facilitar o acesso das pessoas a esses bens, mas se por um lado ajudam na hora da compra, a obtenção de crédito também gera endividamento, e por isso precisa ser muito bem planejada. Nesse caso, é recomendável avaliar o quanto se pode pagar e buscar conciliar uma boa compra com prestações que não comprometam demais o orçamento.

Atualmente, construtoras e imobiliárias estão cada vez mais prestando auxílio aos compradores durante todo o processo para conseguir um financiamento. Muitas vezes os empreendimentos lançados já iniciam a comercialização com um modelo de financiamento sugerido. Além disso, algumas empresas também oferecem cartilhas de orientação ao cliente sobre como proceder em relação ao processo de financiamento.

O principal ponto a ser observado antes da escolha do melhor modelo de financiamento é a situação financeira do comprador, através de seus comprovantes de renda e a sua capacidade de pagamento, pois só assim será possível decidir por uma modalidade de financiamento bancário, explica o diretor regional da PDG Rio, Cláudio Hermolin.

"Os financiamentos imobiliários, como produtos financeiros montados pelos bancos, visam fornecer crédito para aquisição de imóveis, usando como garantia do pagamento o próprio imóvel. As opções mais comuns são os financiamentos bancários que podem ser com o imóvel na planta, em construção ou pronto, ou o financiamento direto com a construtora, onde os prazos são normalmente menores", explica o diretor.

O economista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Ivando da Silva Faria concorda que a escolha do financiamento adequado deve levar em conta o comprometimento de renda.

"A prestação a ser paga pelo financiamento é composta por juros e amortização. Juros é quanto custa você utilizar em seu benefício recursos que não são seus, é quanto você paga a quem lhe emprestou. Já amortização é o pagamento, a devolução do dinheiro que lhe foi emprestado", explica.

Segundo Ivando, as modalidades de financiamento bancário, ou tabelas, se dividem em conceitos, sendo os mais utilizados o Price e o SAC.

"O Price oferece prestações constantes ao longo do prazo do empréstimo e as amortizações são crescentes, começam baixas e vão aumentando. No SAC (Sistema de Amortização Constante), as prestações são maiores no início, mas paga-se menos juros ao longo da vida do empréstimo. Existe ainda o Sacre, que tem amortizações crescentes. Muito adequado para um jovem, pois no início vai amortizar pouco e ao final, muito. Em geral as instituições financeiras não falam dessas possibilidades e apresentam planos padronizados, mas é possível negociar", ensina.

Ivando Faria lembra que o não pagamento da dívida pode levar o imóvel a leilão, e aconselha que as pessoas, por prudência, optem por um imóvel com um valor abaixo do que acreditam poder pagar. Segundo ele, uma boa estratégia é começar a vida adquirindo um imóvel pequeno para poder pagar as prestações e ainda poupar, para que a médio prazo se tenha recursos para adquirir um imóvel melhor.

"O hábito da poupança é um aspecto extremamente positivo na vida das pessoas. Um jovem deve optar por um imóvel de valor mais baixo e amortizações crescentes. Já um profissional com boa renda pode escolher um imóvel de preço mais elevado em um sistema decrescente ou constante. Não há muito mistério. Na verdade é uma questão que deve ser tratada para cada indivíduo de forma diferente", afirma o economista.

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