quarta-feira, 24 de abril de 2013

Sem inflação para materiais de construção



Brasil Econômico, Opinião, Claudio Conz, 24/abr

Recentemente estive avaliando alguns números e acredito que uma análise criteriosa aponta diversos resultados positivos para o comércio de materiais de construção, especialmente no que diz respeito à dicotomia crescimento versus inflação.

O setor de varejo de materiais de construção, mesmo com os benefícios do governo, como a redução do IPI, não gerou inflação, pois soube repassar a redução dos preços e, com isso, aumentamos as vendas de material de construção.

Conseguimos contribuir para o combate à subida dos preços, em vez de gerá-la, como diversos outros setores da economia.

Para a inflação anual do setor de 2,5%, segundo o IBGE (metade da inflação geral), nosso segmento teve um crescimento de 7,4%.

Ainda de acordo com o instituto, no mesmo período, as vendas gerais no varejo, considerando os diversos setores da economia, caíram 0,4% e receita nominal subiu 0,6%.

Para o volume de vendas, tal resultado representa a primeira variação negativa do ano. Já para a receita nominal, trata-se do nono mês consecutivo de crescimento.

Em termos de variação da média móvel, para o volume de vendas a variação foi de -0,12%, enquanto a receita apresentou taxa de 0,73%.

Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, variação de -0,2% sobre fevereiro do ano anterior, 2,9% no acumulado do bimestre e 7,4% no acumulado dos últimos 12 meses.

Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 7,6%, 10,1% e de 11,8%, respectivamente.

A atividade de material de construção foi justamente uma das que colaboraram para que o desempenho do varejo não fosse tão ruim, pois apresentou variação positiva de 0,7% para o volume de vendas em relação a janeiro, sendo uma das quatro - entre as dez atividades pesquisadas - que apresentou crescimento.

Quando comparado com fevereiro de 2012, o volume de vendas variou 4,4%. No ano, a variação foi de 7,8%.

Outros dados importantes são os do Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil), calculado pelo IBGE em parceria com a Caixa, revelaram uma variação de 0,18% no mês de março, ficando 0,55% abaixo da taxa de fevereiro (0,73%).

Este ano, considerando os meses de janeiro a março, a alta está em 1,10%, contra 1,21% no mesmo período de 2012. Em março do ano passado, o índice ficou em 0,31%.

O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em fevereiro fechou em R$ 863,46, passou para R$ 865,03 no mês de março. Deste valor, R$ 457,60 são relativos aos materiais e R$ 407,43 à mão de obra.

Avaliando este cenário de números como um todo, constatamos que, mais uma vez, o setor de material de construção está conseguindo se organizar de maneira positiva para ajudar o país a crescer.

Estamos crescendo e nossos preços estão aumentando abaixo da inflação. Trata-se de uma oportunidade para nosso setor e para o Brasil.

Como membro do CDES, esta é uma questão que pretendemos estudar para que outros segmentos também consigam atingir nosso desempenho.

Cláudio Conz é presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)

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