segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Avanços que o Rio pode colher




O Globo, Opinião, 08/jan



O petróleo foi a principal alavanca da recuperação da economia fluminense e continuará ainda , por muitos anos, como um dos eixos principais da atividade produtiva do estado. Mas já se pode dizer que a economia fluminense não depende apenas do petróleo.
Em 2011, foram anunciados diversos projetos importantes para quase todas as regiões do estado, como as novas fábricas de automóveis da Nissan e de máquinas pesadas da Hyundai ou a duplicação da Peugeot-Citroën no Sul Fluminense.
O futuro porto do Açu, no Norte, começa a atrair empreendimentos relacionados com a indústria do petróleo, e, na região de Itaguaí, amplia-se o completo retroportuário, com mais terminais marítimos e até uma fábrica de submarinos da Marinha (que lá instalará mais uma base naval).
Em Itaboraí, cerca de 25% das obras da fase inicial do Comperj - polo petroquímico - foram executadas, e o efeito disto sobre a região (que se estende a São Gonçalo) já é visível. A cidade do Rio, por sua vez, ganhou uma fábrica da Rolls Royce no distrito industrial de Santa Cruz, próximo à grande siderúrgica da Thyssen Krupp (CSA), que já se prepara para atingir a plena capacidade de 5 milhões de toneladas anuais de aço.
O Rio está vendo, ainda, sua zona portuária sendo revitalizada, o que inclui o próprio Porto. 2011 pode ser considerado um ano especial para a capital, devido ao anúncio de vários centros de pesquisa e desenvolvimento que se instalarão, junto aos existentes, no parque tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.
A corrida agora é contra o calendário. O Rio precisa preparar a infraestrutura para servir de apoio a todos esses empreendimentos e também para os grandes eventos internacionais que irá hospedar, começando pela conferência sobre o meio ambiente que reunirá mais de 100 chefes de estado e de governo, em junho deste ano (a Rio + 20). Haverá, ainda, em 2013, o encontro mundial da juventude católica.
A infraestrutura de transportes é uma das mais críticas, pois já se mostra saturada no presente. Há uma grande expectativa que os investimentos já em curso (novos trens para o metrô e a Supervia, os ônibus articulados que circularão em vias exclusivas, e outras intervenções) comecem a apresentar os primeiros resultados positivos já em 2012.
A mobilidade urbana é um dos maiores desafios na região metropolitana - ao lado de questões como segurança pública, saúde e educação -, e acredita-se que o Arco, que ligará todas as principais estradas de acesso à capital, possa contribuir para a racionalização do movimento de caminhões e veículos mais pesados nessa área congestionada.
Dos 16,5 milhões de habitantes do Rio de Janeiro, mais de 12 milhões vivem na região metropolitana. Ainda que o interior esteja sendo beneficiado por todos estes investimentos, e por muitas obras também, a pressão urbana se concentra na região metropolitana. Além de mais e melhores empregos, e da expansão da infraestrutura de transportes, o Grande Rio precisa avançar com urgência na solução de seus problemas habitacionais e no saneamento básico. Pautas de governo para este ano. 

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