sábado, 3 de novembro de 2012

Pacificação no Rio faz as vilas de casas voltarem a ser opções atrativas de moradia



Elas estão em alta

Meia Hora, 01/nov

Os investimentos em segurança no Rio aumentaram e as vilas voltaram a ser opções atrativas de moradia, além de ainda contarem com custos acessíveis na unidade e no condomínio. A valorização desse tipo de imóvel acontece ao mesmo passo que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) são instaladas no estado.
A universitária Danielle Andrade, de 22 anos, mora em uma vila no Andaraí há 16 anos. Por lá, ela já escutou diversas histórias de assalto e troca de tiros nas proximidades. Segundo a estudante, hoje, a realidade é outra. "Desde a instalação das UPPs, não acontece nada disso. Ficou bem mais tranquilo", conta Danielle.

A estudante diz ainda que há um esforço em prol da segurança, que acontece graças à preocupação do síndico da vila. "Desde o início do ano, instalaram câmeras de vigilância e os vigias monitoram todo o movimento no portão", explica a universitária.
Mãe de Danielle, a dona de casa Fátima Bezerra, de 54, destaca que escolher a vila em vez de um apartamento fez toda a diferença no bolso. Fátima pagava R$ 800 de aluguel quando elas moravam na Tijuca, além de R$ 200 de condomínio. "Segurança não é a única vantagem atualmente. Além de ter deixado de morar de aluguel, o condomínio é bem mais barato", afirma
Fátima conta que obteve uma economia de aproximadamente 80% quando resolveu se mudar, porque a casa saiu por R$ 80 mil e o condomínio custa R$ 60. De acordo com a dona de casa, a família deixou para trás um gasto fixo de R$ 1.010 por mês.
Mudanças no visual da casa
Redesenhar o imóvel é a maior vantagem oferecida pela casa de vila, na opinião do arquiteto Márcio Franco da Cruz, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura. Segundo ele, o mais indicado para apontar alterações é um profissional do ramo.
Fátima Bezerra e Danielle Andrade já se divertiram com as mudanças na casa. Pisos, janelas, cores e muitas outras partes do lar foram reconfiguradas.
Segundo Cruz, a liberdade de redesenhar só depende das regras de cada condomínio. A consulta deve ser feita junto ao síndico ou com advogados.
"A legislação edilícia para vilas varia de acordo com a região."
Direitos no regulamento
Quem mora em vila tem direitos discriminados na convenção ou no regulamento da vila, segundo Andre Junqueira, professor da Escola Superior de Advocacia da OAB-RJ. "A divisão entre os imóveis e eventuais partes comuns, assim como das áreas públicas de domínio do Estado, deve estar claramente definida nas normas internas da vila, assim como no Cartório de Registro de Imóveis", explica.
E o especialista destaca: "Na hora de sair da vila e vender o imóvel, qualquer adaptação desejada pelo adquirente deve ser suportada por ele. E essas modificações não podem gerar transtornos para os imóveis vizinhos."

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