quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Museu do Índio poderá abrigar centro de estudos


O Globo, 01/ago

O governo do estado do Rio deu início ao processo de criação do Centro estadual de Estudos e Difusão da Cultura Indígena, que poderá funcionar no prédio do antigo Museu do Índio, no Maracanã, conhecido também como Aldeia Maracanã. O prédio esteve no centro de uma polêmica meses antes do início da Copa das Confederações, quando cerca de 50 índios, que viviam no local, se recusaram a deixar o imóvel. A Secretaria estadual de Cultura, líderes indígenas e membros da Fundação Darcy Ribeiro se encontraram nesta quarta-feira para discutir a proposta. Uma segunda reunião já foi marcada para a próxima semana, quando deverá ser apresentado um cronograma para o projeto.

Inicialmente, o governo planejava derrubar o prédio do antigo museu sob a alegação de que o imóvel atrapalhava o projeto de modernização do entorno do Maracanã. Com a reação dos indígenas, o governador Sérgio Cabral recuou, e propôs a restauração do imóvel para a criação de um museu do Comitê Olímpico Brasileiro (COB). No encontro desta semana, no entanto, a Secretaria de Cultura informou que o Centro de Cultura poderá funcionar no antigo prédio no Maracanã. 

Segundo a nota da Secretaria de Cultura, na reunião com os representantes indígenas, Adriana Rattes, chefe da pasta, "acenou com a disposição do governo em considerar a instalação deste Centro no prédio do antigo Museu do Índio, como era o desejo do movimento".

O Centro Indígena deverá ser criado como uma instituição pública, e sua estrutura deverá ter um conselho permanente formado por representantes do movimento Instituto Tamoyo/Aldeia Maracanã, assim como índios de outras etnias que se interessarem em participar.

Segundo o governo, o Centro Indígena terá como objetivo "promover, preservar e difundir, a história, os valores, os conhecimentos e todos os aspectos culturais dos indígenas brasileiros", com foco especial nos grupos que vivem ou viveram nas diversas regiões do estado do Rio. O Centro será ainda um ponto de formação, referência e apoio para os índios.

Se for confirmada a instalação do Centro Indígena no antigo prédio do museu do índio, este será o segundo recuo do governo em uma semana. Sérgio Cabral já havia anunciado a desistência de demolir o Parque Aquático Julio de Lamare. Pelo Twitter, o governou disse que decidiu atender ao pedido da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. O governador já marcou ainda uma nova reunião com representantes da Federação de Atletismo para discutir o futuro do Estádio Célio de Barros, que também seria demolido

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