quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Refinanciamento de imóvel com "troco"



Brasil Econômico, Ana Paula Ribeiro, 25/out

A Caixa Econômica Federal abriu a possibilidade dos clientes com financiamento imobiliário na instituição realizarem um novo empréstimo dando o imóvel como garantia. É uma espécie de "troca com troco", segundo explicou o superintendente de Clientes de Média e Alta Renda, Humberto José Teófilo Magalhães.
 Nessa nova modalidade, o cliente que possui saldo remanescente do financiamento imobiliário acessa um crédito em valor maior do que o necesário para quitá-lo. Por exemplo, se necessita de R$ 20 mil para fazer a quitação do imóvel, toma uma empréstimo de R$ 50 mil. A diferença, ou o "troco", pode ser utilizada para qualquer finalidade. O imóvel continua como garantia da operação de crédito.
As condições são as mesmas da linha de refinanciamento de imóveis, chamado de Crédito Aporte Caixa e que no ano passado foi remodelado. Nela, o cliente que possui um imóvel (residencial ou comercial) ou terreno pode tomar um crédito equivalente a até 70% do valor do imóvel por um pazo máximo de 180 meses. A taxa de juros é, em média, 1,5% ao mês mais a variação da TR. "É interessante ao cliente. Quando se olha o mercado bancário, a taxa de crédito pessoal fica entre 4% e 5% ao mês", avalia Magalhães.
A Caixa já liberou R$ 1,3 bilhão nessas operações até setembro, um avanço de 310% sobre o realizado durante todo o ano de 2010. Atualmente, essa carteira de crédito está em R$ 1,55 bilhão e o objetivo é chegar a R$ 1,8 bilhão até dezembro. O valor médio da operação é de R$ 140 mil.
De acordo com o executivo, o refinanciamento em geral demandado por três perfis de clientes: o que deseja realizar novos investimentos em um negócio próprio; aqueles que vão comprar um segundo imóvel; e os que buscam uma fonte de recursos barata para refinanciar uma dívida.
Perfil semelhante tem os clientes da BM Sua Casa (do grupo Brazilian Finance & Real Estate), que possui o refinanciamento de imóveis desde 2007. Segundo o diretor Elyseu Mardegan, a taxa de crescimento neste ano é de 150%, em uma carteira de crédito que já passou de R$ 1 bilhão. "No ano devemos liberar R$ 400 milhões nessa modalidade de financiamento", afirma.
Na BM Sua Casa, o refinanciamento pode ser feito pelo prazo de até 30 anos, com taxa de 1,08% ao mês mais a variação do IGP-M. Segundo o executivo, caso haja uma redução maior da Selic, hoje em 11,5% ao ano, será possível reduzir as taxas cobradas do cliente. "Se a Selic cair mais um ponto percentual já vai ter impacto para a redução das nossas taxas." 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Alterações na planta e em acabamentos durante a construção do imóvel são negociadas na compra


Do seu jeito

Folha de São Paulo, Rosangela de Moura, 23/out

Quando a compra é na planta, a reforma do imóvel às vezes começa antes mesmo da entrega das chaves.
Negociadas na hora do contrato, alterações de projeto ou no acabamento podem ser feitas aproveitando a mão de obra da construtora.
A ideia é que não sejam levantadas paredes desnecessárias ou colocado um piso que não será utilizado, evitando gastos duplicados com material e instalação.
As mudanças permitidas variam de empresa para empresa. Há as que utilizem um sistema de créditos e débitos e cobrem apenas taxa de administração sobre o material novo a ser utilizado.
"Por exemplo, se o proprietário decide eliminar três paredes do projeto original, isso originará crédito na sua 'conta'; e, se trocar o piso da cozinha por outro mais caro, vai gerar um débito", explica o arquiteto Toninho Noronha.
O mais importante é a definição de paredes e pontos elétricos e hidráulicos conforme o desejado, pois evita quebra-quebra posterior, reforça a arquiteta Andréa Parreira.
CRONOGRAMA
Para se valer da mão de obra da construtora, é importante estar atento aos prazos da empresa. A gerente de personalização da Gafisa, Silvia Amaral, diz que a definição de mudanças deve ser feita em média 24 meses antes da entrega das chaves.
A maioria das construtoras, no entanto, oferece apenas opções de planta para escolha sem custo extra.
ANTECEDÊNCIA
O quarto dormitório foi aberto para a sala sem custo adicional, como opção de planta
Cubas, metais e bancadas de mármore foram escolhidos pelos proprietários e instalados pela construtora, ao custo de taxa de administração de 30%
Tomadas e pontos de luz foram alterados pela empresa
QUEM Adriana Fontana
adrianafontana.com.br
PAREDE E MEIA
Já na compra do apartamento, foi definido que a sala de estar e a cozinha seriam integradas
Como o piso da cozinha e da sala é o mesmo, o dono preferiu comprar o lote para não ter diferença de padrão
Foi solicitada também a instalação de um ponto elétrico para a televisão no que sobrou de parede entre cozinha e sala
QUEM Maithiá Guedes
maithiaguedes.com.br
ÁREA ABERTA
O revestimento de porcelanato, oferecido pela construtora no memorial, foi trocado por mármore
O segundo dormitório do apartamento foi transformado em um "home theater"
Os banheiros foram entregues sem a instalação das louças e sem revestimento, facilitando a aplicação dos itens escolhidos após a entrega das chaves
QUEM Toninho Noronha
toninhonoronha.com.br
MAIS ESPAÇO
O apartamento perdeu um quarto para ampliar a sala e criar uma área de "home theater" integrada
A porta do corredor foi invertida e o "closet" do velho quarto virou uma biblioteca
A parede que dividia sala de jantar da cozinha não foi erguida; no lugar foi projetado um armário que faz as vezes de divisória entre ambientes
QUEM Fernanda Dabbur
fedabbur.com.br
ADMINISTRAÇÃO
A empresa deu ao cliente o crédito do material que seria usado no apartamento e cobrou uma taxa de administração de 25% sobre os novos produtos instalados pelas modificações solicitadas
Na sala, foi colocado um ponto de gás encanado, que já abastecia a cozinha e os banheiros, para a lareira
A empresa preparou a infraestrutura da iluminação e colocou gesso no teto de todos os ambientes
QUEM Flávia Soares
arquitetaflaviasoares.com.br