quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OPORTUNIDADES NO MÉIER


O Méier é pop

O Globo -

Imóveis no bairro valorizaram 81,6% para compra e 67% para aluguel, em três anos


A Rua Dias da Cruz, que fica no coração do bairro do Méier, na Zona Norte cariocaHUDSON PONTES


RIO - O posto de bairro mais elitizado da Zona Norte do Rio, mais do que nunca, é do Méier. Prova disso é que os imóveis no bairro tiveram uma valorização de 81,6% para venda e de 67% para aluguel, segundo pesquisas do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-Rio). Os dados mostram que a média do metro quadrado no bairro passou de R$ 2.009, em junho de 2010, para R$ 3.649 este mês. Mas analistas do mercado de construção civil dizem que os valores praticados atualmente variam entre R$ 4.700 e R$ 6 mil, o que significa apartamentos custando até cerca de R$ 400 mil. A tendência, porém, dizem especialistas, é que os preços se estabilizem ainda este ano.

O fato é que a região conhecida como Grande Méier (que compreende também Cachambi, Engenho de Dentro, Engenho Novo, Todos os Santos e Encantado) está voltando aos bons tempos do passado, com a instalação de UPPs por perto e um certo glamour trazido de volta, agora que a tradicional casa de shows Imperator — rebatizada como Centro Cultural João Nogueira — reabriu. Mas, para o mercado, o que conta são os terrenos num preço acessível e a certeza de que vão atender à demanda, que só tem feito crescer.

— Existia uma grande demanda reprimida por empreendimentos com boa infraestrutura na região. A característica do bairro é concentrar um fluxo migratório de vários bairros da Zona Norte, como Penha, Rocha Miranda, Vicente de Carvalho e Oswaldo Cruz — diz Paulo Marques, sócio-diretor da Leduca, que lançará, em setembro, o Up Méier, próximo ao Norte Shopping, um residencial com apenas 36 unidades e várias opções de lazer.

— Está havendo um crescimento imobiliário considerável na direção da linha 2 do metrô — atesta o vice-presidente de locações do Secovi-RJ, Antônio Paulo Monnerat.

Dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Rio (Ademi-RJ) também atestam o aumento da quantidade de unidades lançadas no Méier: passou de 72, em 2010, para 284, em 2011.

A escalada do valor dos terrenos na Zona Sul e na Barra, nos últimos anos, também fez com que as construtoras migrassem para outras áreas do Rio, como o Méier, em busca de terrenos com preços mais acessíveis, explica Marcelo Borges, diretor jurídico da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis no Rio (Abadi-RJ):

— Os lançamentos na região estão com uma estrutura condominial mais sofisticada, o que também ajuda a atrair compradores.

A Living Construtora, por exemplo, empresa do grupo RJZ/Cyrella para empreendimentos de valor mais baixo, acaba de fazer o quarto lançamento no Grande Méier, desde 2006. O Pleno Méier tem 180 unidades e fica perto da Linha Amarela. A previsão de entrega é para outubro de 2013.

— O Méier sempre foi valorizado, até porque tem muitas opções de serviço. Mas agora, com mais segurança, tempo menor de deslocamento para a Barra (devido à nova linha do metrô, que está sendo construída), e com mais opções de lazer, virou a opção número 1 de todo mundo que mora na Zona Norte — afirma Alexandre Calazans, diretor de incorporação da Living.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Morar com grife



IstoÉ Dinheiro, Bruna Borelli, 19/fev

Depois de forrar os closets com as muitas marcas de alta-costura que desembarcaram no País na última década, os brasileiros começam a desfrutar da chegada das linhas para casa das maisons internacionais. Missoni, Versace e Roberto Cavalli, entre outras, têm levado o lifestyle de suas roupas para outros setores além da moda. Deu certo com a hotelaria, por exemplo. Hoje, é possível se hospedar em hotéis cinco-estrelas assinados por mestres das passarelas, caso do Palazzo Versace, em Sydney, do Bvlgari Hotel, em Londres e do Hotel Armani, em Dubai. Agora, com a decoração, o fenômeno se repete.
 
 Desde que inaugurou sua primeira loja em São Paulo, em 1996, a italiana Versace Home só viu aumentar a demanda por novidades em suas vitrines. "Os resultados no Brasil são tão satisfatórios que estamos trazendo cada vez mais itens da linha da Itália para cá", diz Fernanda Boghosian Rossi, diretora da grife no País. Fernanda conta que essa tendência de hotéis-fashion também estimulou as linhas de décor da grife. "Com a inauguração do primeiro Palazzo Versace na Austrália, em 2000, a coleção para casa cresceu ainda mais", afirma. Nos anos 1980, outra italiana, a Missoni, dava seus primeiros passos no setor na Europa. Mas foi só em 2010 que a marca fincou sua bandeira em solo brasileiro, na capital paulista. 
 
Dezoito meses depois e a Missoni Home já conta com mais dois endereços na cidade e outro no Rio de Janeiro. O xodó da grife é o sofá Gravitá. Custa R$ 45 mil. "A Missoni sofreu uma evolução considerável, especialmente nos últimos cinco anos, quando passou de uma coleção têxtil para um completo estilo para casa", afirma Rosita Missoni, diretora de criação e sócia-fundadora da marca. Essa evolução pode ser vista também na francesa Louis Vuitton. Em dezembro passado, a clássica maison apresentou a coleção Nômade, criada para casas de veraneio, com itens como uma cadeira de praia, lamparina, uma luminária - assinada pela dupla brasileira Fernando e Humberto Campana - e até uma cadeira de balanço, desenhada pela espanhola Patricia Urquiola, ao preço de US$ 52 mil. 
 
 Estender a aura de tradição e exclusividade já conquistada na moda para outros mercados é um bom negócio não só para as marcas. A designer de interiores Christina Hamoui acredita que quem busca esses produtos para decorar a casa também sai ganhando com a diversidade de objetos de qualidade. "Dá para variar de estilo também", conta a especialista. "Não necessariamente uma cliente que se veste de Hermés vai usar a grife na decoração de sua casa. Ela pode ser mais clássica e, em casa, preferir algo mais ousado, como peças da Missoni." 
 
Para os estilistas, contudo, a proposta é não perder a identidade. O italiano Roberto Cavalli, por exemplo, estreou no segmento no ano passado, durante o Salão Internacional do Móvel de Milão. Entre os destaques, a linha de papéis de parede, que repete a extravagância das estampas que ele usa na decoração de suas lojas, suas boates e seus barcos. "Não existe diferença no pensamento por trás do design de uma roupa ou de uma linha para casa", diz Cavalli. "Meu estilo é sempre guiado fortemente pelo otimismo e pela minha paixão."