quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Prefeitura é autorizada a desapropriar 14 imóveis na Região Portuária

O Globo, 12/set

A Prefeitura do Rio foi autorizada a desapropriar 14 imóveis na Região Portuária do Rio. O decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União. No texto foi definido que o destino dos terrenos será a revitalização e urbanização da área. O decreto também define que a prefeitura deverá arcar com os custos das desapropriações. Entre os imóveis, há diversos galpões abandonados, grêmios de escolas de samba e uma ocupação, o "Quilombo das Guerreiras", que está no prédio da Companhia Docas do Rio de Janeiro, há cerca de sete anos.

A Zona Portuária será a porta de entrada de negócios do bilionário americano Donald Trump no Brasil. Em dezembro passado, o filho mais velho do executivo, Donald Trump Jr, anunciou uma parceria com investidores privados e a Caixa Econômica Federal para a construção de cinco torres comerciais, com 38 andares cada, na Avenida Francisco Bicalho. As duas primeiras Trump Towers estão previstas para começarem a ser erguidas ainda neste semestres com previsão de conclusão até os Jogos Olímpicos de 2016. As outras três torres serão construídas conforme a demanda do mercado.

A proposta de construir as Trump Towers dividiu opiniões entre arquitetos. Para Alfredo Brito, construções envidraçadas como as Torres Trump são um símbolo da falta de criatividade. A arquiteta Gizzeli Gomes Rocha, no entanto, da equipe brasileira que desenvolve o projeto, lembrou que existem muitos prédios modernistas no Rio que são envidraçados. Segundo ela, assim como os exemplares modernistas, as torres terão "brise-soleils" (dispositivos arquitetônicos que impedem a incidência direta de raios solares, reduzindo o calor).

As desapropriações

Para a revitalização e urbanização da Zona Portuária, serão desapropriados o número 49 da Avenida Francisco Bicalho (onde há uma ocupação); os números 194 a 224 e 232 a 264 da Avenida Venezuela; 129 (fundos)da Avenida Rodrigues Alves; 112 (fundos), 80 ao 108, 296 e 300 da Rua Equador; 76 da Avenida Professor Pereira Reis; 733, 743 a 789 e 837 a 843 da Avenida Rodrigues Alves; 20 da Rua Silvino Montenegro; e 50 da Rua General Luiz Mendes de Moraes.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Apê com jeito de casa - FUN, LIVE, SUMMER (RIO DE JANEIRO) - NOVA ALAMEDA (NITERÓI)


Extra, Andréa Machado, 08/set

Até se casar, a enfermeira Gisele Cabral, de 28 anos, sempre morou numa casa. Já o marido, David, não queria mais viver num edifício. Enquanto procuravam um imóvel, pensaram: por que não comprar um apartamento de térreo, com área externa, e ter a sensação de estar numa casa? O sonho foi conquistado em 2010, quando encontraram um, no Rio Comprido.

- O David sempre teve vontade de morar numa casa, só que é mais cara. Compramos por R$ 130 mil, e hoje está valendo bem mais, em torno de R$ 300 mil - afirma Gisele.

No mercado imobiliário, apartamentos térreos são menos valorizados do que os demais. A regra é: quanto mais alto, mais caro. Rogério Quintanilha, gerente da administradora Apsa, afirma que esses imóveis custam de 25% a 35% menos (para compra e locação) do que outros do mesmo edifício.

- A maioria desses prédios com apartamentos no térreo é antiga, sem elevador. Por isso, o condomínio tende a ser menor, assim como o IPTU. Eles são muito procurados por pessoas de mais idade - diz Quintanilha.

Se o apartamento térreo tem área externa, o perfil de moradores se amplia. Jovens e famílias com crianças e animais de estimação entram no grupo de interessados, devido ao espaço.

Para Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, se o apartamento térreo tem área externa, ele pode ser até valorizado:

- Com área externa, se o prédio for antigo, pode ficar até o mesmo valor dos apartamentos comuns. Mas se for um lançamento, aí é diferente, fica de 20 a 30% mais caro que os apartamentos comuns.

Mesmo nos empreendimentos populares, a lógica do preço se mantém. No programa federal "Minha casa, minha vida", há cotas de unidades térreas que devem ser oferecidas, primeiramente, a idosos e deficientes. Segundo Rodrigo Resende, diretor comercial da MRV - uma das construtoras que integram o programa - , elas custam 4% menos do que as do segundo andar. Se têm área externa, no entanto, o valor sobe 5%.

Quando o andar de baixo vale mais

Comum nos prédios antigos e sem elevador, o apartamento térreo tem passado por uma repaginação e ganhado ares de casa com quintal, piscina e churrasqueira. Há cerca de cinco anos, o mercado imobiliário tem aproveitado o espaço no andar de baixo e invertido a lógica de que esses apartamentos são os mais baratos de um edifício. Com o conceito de apartment garden, as unidades valem até 35% mais do que um apartamento comum. Em média, custam R$ 600 mil

- Muitos já vêm com grama sintética e são arquitetonicamente mais evoluídos - diz Rubem Vasconcelos.

Vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider define o perfil de quem procura esses imóveis:

- Morar num apartamento com espaço, onde você pode ter uma churrasqueira, é visto como qualidade de vida. Talvez a pessoa não tenha a vista de um apartamento no alto, mas ela tem uma área que os outros não têm.

No lançamento do empreendimento Luar do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, as unidades do térreo foram vendidas rapidamente. Elas foram negociadas a partir de R$ 414.900.

- Hoje, sabemos que o apartment garden um produto muito bem aceito no mercado. São as primeiras unidades a serem vendidas. As pessoas procuram mais espaço, tempo ao ar livre para ter uma churrasqueira, por exemplo. É o resgate de ter uma casa com a segurança de um condomínio - explica Frederico Kessler, diretor de incorporação da Even no Rio.

Em Jacarepaguá, o Grupo Avanço Aliados, aposta no Magnific, com apartamentos de três quartos com suíte. No terraço, os moradores poderão construir piscina e churrasqueira. A construtora Santa Cecília oferece esses apartamentos no Lagoa Azul, em Jacarepaguá.

A Living Construtora, empresa do grupo RJZ Cyrela, oferece unidades térreas em diversos empreendimentos. É o caso dos residenciais Summer e Live, localizados na Estrada dos Bandeirantes; no FUN!, no Grande Méier; e no Nova Alameda, no Fonseca, em Niterói.

- Entre as principais vantagens desta tipologia, está o fator "quintal", que agrada em cheio aqueles que têm animais de estimação ou que moravam em casas e apreciam áreas ao ar livre. A facilidade e a praticidade de acesso, que dispensa o uso de elevadores e escadas, é um atrativo para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção - Thiago Athayde, da incorporação da Living.


                                    PLANTA do SUMMER


FACHADA DO LIVE


Mesmo pertencendo ao imóvel, área externa no térreo segue regras do prédio

Mesmo que a área externa conste da planta do apartamento, o morador deverá se submeter às regras do edifício. Às vezes, pintura de paredes e troca de janelas podem ser decididas numa reunião com os condôminos.

- Acontece algumas vezes de a área ser do condomínio, mas com entrada exclusiva por um apartamento. Aí, as pessoas a transformam em propriedade. Mas, sendo do morador ou não, ele tem que respeitar as regras, independentemente do andar que mora - confirma Rogério Quintanilha, da Apsa.

A enfermeira Gisele Cabral sabe bem disso: as paredes de sua área têm que ser pintadas pelo condomínio e da cor que for definida na reunião:

- O máximo que poderei fazer, se não gostar da cor, é votar contra. Fora isso, podemos usar a área como quisermos. Temos projeto de deixar o local bonito e confortável, para receber as pessoas, e seguro para uma criança.

No prédio de Saulo Guedes, de 35 anos, não há muitas regras. Mas o representante de operações conta que, quando ele e a mulher decidiram colocar uma piscina de plástico para a filha brincar, fez uma proposta ao síndico, que não foi aceita:

- Queríamos pagar uma cota extra pela água da piscina, mas disseram que não seria necessário. E, quando fazemos churrasco, tomamos cuidado para não entrar muita fumaça na casa do vizinho.

Controlado à distância - TV, BLU RAY, ILUMINAÇÃO, CORTINAS, AR CONDICIONADO

O Globo, Karine Tavares, 08/set

Os 18 quilômetros que separam o trabalho, na Barra da Tijuca, da casa do empresário Luis Fernando Amorim, no Leblon, poderiam ser um tormento em dias de trânsito caótico. Mas Amorim respira fundo, pega seu tablet e com poucos toques liga a sauna, o ar-condicionado do quarto e deixa o apartamento pronto para quando chegar. Sem estresse, garante.

- As pessoas têm medo de tecnologia. Acham que não vão saber como controlar. Mas os sistemas de hoje são todos muito simples. Poucos toques resolvem tudo - diz Amorim.

Tudo mesmo. Em seu apartamento, uma cobertura no início do Alto Leblon, um armário de madeira embutido na sala guarda, e esconde, todos os principais equipamentos eletrônicos: DVD, blu-ray, aparelho de TV a cabo, Apple TV. Todos ligados na rede da casa, que tem sua central num armário na área de serviço, onde também fica um poderoso roteador que permite que todos os controles sejam acionados virtualmente por iPads (um deles fixo na entrada da casa), iTouchs e celulares. Além de som e vídeo, o empresário também incluiu iluminação e cortinas no sistema de automação.

- Costumo dizer que aqui é "casa de ferreiro, espeto de inox"- brinca Amorim, que é dono da loja High End, que vende esses equipamentos, e transformou o apartamento num verdadeiro showroom da automação.

A iluminação é controlada por keypads, que ficam no lugar dos interruptores. Com cinco botões, cada um deles com duas funções diferentes, eles criam diversas cenas para cada ambiente. Para a sua sala de estar e jantar, Amorim criou cinco que vão da iluminação total ao escurinho do cinema. No quarto, há ainda balizadores nas paredes, próximos ao chão, que se acendem quando a pessoa se levanta da cama no meio da noite. E ficam ligados o suficiente para uma ida à cozinha, sem que quem dorme ao lado seja despertado.

Os tablets e celulares também têm bibliotecas de música integradas que permitem criar até quatro ambientes. Dá para ouvir a mesma música em toda a casa, ou fazer ambientes diferentes no home-theater, na suíte e na piscina, que em dias de festa ganha uma cobertura e é transformada em palco para o DJ. A área externa, com vista para o Cristo Redentor, é, aliás, o ponto que mais concentra os convidados em dias de casa cheia. A área só perde em atenção para as duas caixas de som, com design retrô, trazidas por ele da Alemanha. Há quem ame. E quem odeie.

- Quis a casa clean, com uma decoração em tons neutros, quase sempre bem claros. Mas no home-theater achei que valia investir - conta Amorim, que pagou R$ 160 mil pelo brinquedinho.

Morando no imóvel há dez meses, o empresário diz que não sabe quanto custou o sistema todo, que levou poucos dias para ser instalado, mas garante: só há cinco ou seis casas tão automatizadas como a dele no Rio.


Preço de imóveis prontos subiu quase o dobro da inflação

Extra, 08/set

O preço de venda do metro quadrado dos imóveis prontos subiu 1,2% em agosto. Em 12 meses, o aumento acumulado foi de 12,3%, quase o dobro da inflação (6,15%, segundo o IPCA-15) do período. 

Prédios terão paredes com isolamento térmico e acústico

O Dia, 08/set

Os novos prédios residências construídos no pais vão precisar obrigatoriamente ter paredes com revestimento acústico e isolamento térmico. Os projetos de construção desenvolvidos a partir de 19 de julho deste ano devem seguira nova Norma de Desempenho da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece os critérios mínimos de de¬sempenho dos edifícios.

Os isolamentos acústico e térmico são os que mais se destacam, em meio a outras especificações técnicas que afetam mais os construtores e interferem menos na rotina dos futuros moradores.

Os parâmetros para garantir os ideais de conforto sempre existiram, mas a sua obrigatoriedade tenderá a elevar o nível de comprometimento de toda a cadeira produtiva envolvida: dos fornecedores de material às imobiliárias.

O principio de redução de ruídos externos, por exemplo, vai exigir que materiais usados nas esquadrias (portas, janelas, venezianas) tenham tecnologia compatível com as especificações previstas. Nesse deve criar e distribuir produtos tecnicamente adequados e economicamente viáveis.

Na opinião da consultora em projetos de Arquitetura e Engenharia Legal, Adriana Roxo, a regulamentação não trouxe novidades nos métodos construtivos. "A ABNT reuniu normas já existentes e aprimorou adaptando-as às situações", explicou.

Os requisitos fixados, embora já conhecidos, eram preocupações rigorosas apenas em parte das construções, naquelas que primavam pela boa prática, segundo Vicente Giffoni, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA/RJ). Giffoni acredita que a publicação da Norma NBR 15.575 tornará essa pratica generalizada entre to-das as construtoras.

A regra é clara: todos os empreendimentos que saírem do papel terão de seguir a recomendação. E nisso incluem-se toda sorte de modelos prediais, dos populares aos mais sofisticados.
Para tomar seu conteúdo acessível ao público e orientar a aplicação da norma aos profissionais,a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) desenvolveu o Guia Orientativo.