quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O drywall, uma técnica coringa!

O Globo, Morar Bem Niterói, 06/dez

Quando se fala em obra prática, rápida e limpa, o drywall, sistema de construção a seco, é o queridinho de arquitetos, uma técnica coringa não apenas para paredes (como o nome diz), mas também para efeitos de iluminação em teto, módulos decorativos, painéis de TV, nicho de livros ou móveis, além de aliado na hora de esconder fiações elétricas. Já o antigo processo em gesso está ficando para trás, acredita a arquiteta Margarete Giada, que projetou um quarto de bebê numa casa em Santa Rosa. O resultado vem agradando clientes interessados na tríade praticidade, economia e beleza.

- A cliente pediu um efeito de céu estrelado para acalmar o bebê. Com o drywall fiz círculos com pontos de LED no interior, em volta do lustre. O sistema de placas é fácil de moldar. Em duas horas a base fica pronta. E mais limpo do que uma obra com alvenaria, tijolo e massa corrida - diz, salientando que uma parede feita com drywall também pode simular uma de alvenaria.

O segredo, explica, está na tecnologia oculta dentro das placas, já que o sistema pode combinar, por exemplo, estruturas de aço galvanizado com chapas de gesso de alta resistência mecânica. Até a acústica do ambiente pode ser otimizada quando ele é utilizado em paredes, podendo ser decorada formando volumes, cavidades, curvas ou linhas retas. Para o teto, os níveis de iluminação vão além de produzir efeitos especiais, caso do projeto dos arquitetos Renata Barreto e Marcel Cysneiros, no qual a estratégia foi usada para delimitar espaços numa casa em Itaipu.

- Eu projetei módulos com teto rebaixado para dividir os ambientes das salas de estar e jantar. Uma das paredes, também feitas com drywall, recebeu uma luz de destaque para seus quadros decorativos com vasos de flores. Esta tecnologia é muito versátil e pode ser usada em todos os ambientes da casa - diz Renata, fã da técnica de iluminação. Na sala de jantar de um apartamento em Charitas, o arquiteto Pedro Gismondi, em parceria com o colega Guilherme Corrêa, se apropriou do método para criar um bar moderno.

- O casal de clientes coleciona garrafas de vodca Absolut, trazidas de viagens, e queria exibi-las como em uma vitrine. Este drywall foi estruturado com alumínio por dentro e ganhou um revestimento que simula madeira de demolição. No ambiente ao lado, projetei um painel de TV com teto flutuante. Hoje até paredes de edifícios são feitas com este sistema econômico - frisa.

Outro toque especial no bar, conta, foi a aplicação de uma escultura da paisagem carioca, dividindo prateleiras. Entre as opções de revestimentos, a cerâmica, o mármore, o granito, a madeira, a pintura à base de resina epóxi e as pastilhas também têm vez, seja em cozinhas ou banheiros, a partir de uma versão própria de drywall para superfícies molhadas. No mercado, há três chapas principais: verdes RU (Resistentes à Umidade), cinzas ST (standard), para áreas secas e teto, e rosas RF (Resistência ao Fogo). Há buchas específicas também para a montagem do drywall como suporte de objetos pesados, como armário de cozinha ou TV.

Uma estante com formas geométricas, cores e decoração criativa, que vai do piso ao teto, brilhou no projeto da arquiteta Desirée Bruver para renovar uma das paredes da sala de estar de uma casa em São Francisco.

- A proposta era planejar um living para acolher os amigos. Pensamos em um espaço que tivesse objetos que remetessem à memória afetiva deles e priorizamos o convívio afastado da tecnologia. Criamos, em conjunto, copa e sala de banho que também atende à área externa. Fico satisfeita em criar espaços com o qual as pessoas se reconheçam - diz Desirée, que também é artista plástica.

Os fabricantes das duráveis chapas de drywall recomendam limpeza anual, com água, detergente líquido neutro e esponja macia.

Casa sustentável é construída em Iaçu, no interior da Bahia

Correio da Bahia, 08/dez

Uma casa que só tem uma única parede no andar superior, que usou itens de reaproveitamento e foi planejada e construída pensando em conceitos de sustentabilidade. Assim foi desenvolvido o projeto de uma residência na cidade de Iaçu, no interior da Bahia, pelas arquitetas Paloma Pires e Roberta de Medeiros, do escritório Pires & Medeiros Arquitetura e Interiores.

Paloma explica que o fato do projeto ter sido concebido já pensando na sustentabilidade é um fator que colaborou com os custos da obra.

"Gastamos no projeto praticamente a mesma coisa mesmo desenvolvendo conceitos sustentáveis. Há um mito que o sustentável é mais caro", explica Paloma. O projeto demorou oito meses para construção.

Segundo Nara Soares, representante da Furukawa, é fundamental pensar no desenvolvimento sustentável do projeto desde o início. "É de extrema importância que o projeto já seja concebido e pensado em práticas sustentáveis. Nesta fase, deve-se buscar o máximo de soluções técnicas focadas em sustentabilidade", argumenta.

Obras de moradias usam tecnologia inovadora em Uberaba (MG)

Portal Brasil, 10/dez

Obras de mais de mil unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Uberaba receberam nesta terça-feira (9) a visita da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, do Secretário do PAC, Maurício Muniz, e do prefeito Paulo Piau.

As obras dos residenciais Anatê e do Parque dos Girassóis III e IV estão sendo realizadas com recursos do governo federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Para a ministra Miriam Belchior, o Minha Casa Minha Vida é o mais exitoso programa de habitação que o Brasil já produziu e uma grande demonstração do apoio do governo federal ao crescimento do País.

"O programa garante casa para as pessoas, que é um sonho de todo brasileiro e ao mesmo tempo garante emprego para milhões de trabalhadores que constroem esses conjuntos. Uberaba é uma das cidades que bateu recorde na construção de moradias."

Unidades

Em Uberaba, foram entregues 9.461 moradias e outras 11.010 já estão contratadas, totalizando 20.471 unidades do MCMV. Para isso, foram necessários R$ 649 milhões em subsídios federais e R$ 820 milhões em financiamentos.

O residencial Anatê terá 500 unidades habitacionais e tem previsão de entrega para fevereiro de 2015.

Já o Parque dos Girassóis III terá 500 unidades. Outras 490 moradias estão previstas para o residencial Parque dos Girassõis IV.

Um dos residenciais usa a tecnologia Light Steel Frame, de armações pré-moldadas em aço galvanizado, reduzindo tempo de construção. Foto: Francisca Maranhão.

Nova tecnologia

O Parque dos Girassóis IV está utilizando uma nova tecnologia para a construção de 236 casas.

Conhecida como Light Steel Frame, esse tipo de construção utiliza armações pré-moldadas em aço galvanizado para construir casas de maneira mais rápida do que as de alvenaria.

De acordo com o engenheiro da obra, Ricardo Campos, a tecnologia agiliza a construção de casas e tem um custo muito similar ao antigo. "Esse empreendimento é o maior projeto com essa tecnologia no Brasil", informou.

É a hora de a frente marítima da Praça Quinze e da Região Portuária aparecer

O Globo, 11/dez

A vista do Centro e do Porto para a Baía, escondida desde os anos 1960, está totalmente livre com a derrubada, ontem, dos dois últimos pilares da Perimetral. Com o fim definitivo da Perimetral, é a hora de a frente marítima da Praça Quinze e da Região Portuária aparecer. Ao concluir ontem a retirada dos dois últimos pilares, na altura do 1º Distrito Naval, a concessionária Porto Novo deu por encerrado o processo de derrubada dos 4.750 metros do elevado, liberando totalmente a visão de um pedaço do Rio que estava oculto desde a década de 1960. Prédios históricos e belos já podem ser apreciados, não importa se o admirador está na Baía de Guanabara ou em terra firme. Agora, o trabalho de mudança de paisagem se concentra na construção de um passeio público, com três quilômetros de áreas verdes e de lazer, da Praça Quinze ao Armazém Oito.

O futuro boulevard dará, inclusive, acesso a espaços pouco conhecidos. É o caso, por exemplo, do charmoso calçadão que será implantado em frente ao 1º Distrito Naval. E, para que pedestres e ciclistas não precisem interromper a caminhada, será criada uma passarela sob a ponte que leva até a Ilha das Cobras - de acesso restrito da Marinha. Em formato de bumerangue, a estrutura terá cerca de 90 metros de extensão.

- Os transtornos têm sido grandes. Sem a Perimetral e com tantas obras, tenho enfrentado engarrafamento quase todos os dias. Mas, quando se vê essa nova paisagem e se pensa no futuro, entendo que vale a pena ter paciência por um tempo - avalia o contador Nilson Pereira, morador de Niterói, que trabalha no Rio.

Para a vice-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Cêça Guimaraens, o fim definitivo da Perimetral traz benefícios à região, principalmente nas áreas arquitetônica e urbanística. - A derrubada do elevado devolve a imagem da orla da Baía de Guanabara a moradores e frequentadores do local. A Perimetral impedia a visão da baía, o que era lamentável. Ela segregava a faixa da orla, separando a cidade construída da água - diz ela, que faz parte do conselho consultivo do patrimônio cultural do Iphan. Cêça enfatiza a importância do mar para o Rio: - Na dimensão urbanística, o fim do elevado é de um valor ímpar, pois dá continuidade do uso da orla, desde o Aterro do Flamengo, passando pela Praça Quinze e pela Praça Mauá até chegar à Avenida Francisco Bicalho. Em termos de arquitetura, vamos usufruir muito mais da visão da Candelária, por exemplo, sem falar nas edificações pré-modernistas e ecléticas localizadas na Zona Portuária.

Nas contas da Porto Novo, foram abaixo 85 mil toneladas de estrutura em concreto armado, sendo 4.420 de aço. As 820 vigas e os 135 pilares do elevado, portanto, passaram a fazer parte do passado.

- Como os dois últimos pilares estavam muito próximos à Baía de Guanabara e a um pórtico da Marinha, que é preservado, tivemos que usar um método especial para cortar o concreto. Em vez de um rompedor hidráulico, utilizamos fio diamantado. Isso para que não houvesse queda de fragmentos - explica José Renato Ponte, presidente da Porto Novo, responsável pelas obras de revitalização da Região Portuária. - O trabalho também foi feito fora do expediente, à noite e de madrugada, para não atrapalhar o funcionamento da Marinha.

OBRAS DO PASSEIO VÃO COMEÇAR NA PRAÇA QUINZE

Para José Renato, a demolição da Perimetral foi dos maiores desafios das obras do Porto Maravilha. Mais de 500 funcionários participaram da operação, que envolveu duas grandes implosões, a primeira delas - o trecho que ia da Avenida Pereira Reis à Rua Silvino Montenegro - há pouco mais de um ano. A segunda implosão ocorreu em abril deste ano, no trecho entre os prédios da Polícia Federal e do 1º Distrito Naval. O processo, no entanto, começou em outubro de 2012, com a remoção da primeira rampa do elevado, na altura da Avenida Barão de Tefé.

Alberto Gomes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp), gestora da prefeitura na Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha, também fala em desafios:

- A conclusão da remoção da Perimetral marca o fim de uma fase cujo desafio foi muito mais a quebra de paradigma do desenvolvimento urbano da cidade do que de engenharia. Agora, durante a remoção, já iniciamos a segunda etapa da operação, que é refazer a infraestrutura e a urbanização de toda essa frente marítima da cidade. O processo muda em definitivo o padrão de mobilidade urbana do Centro.

Em relação a dois vãos do elevado junto à Rodoviária Novo Rio, o presidente da concessionária Porto Novo diz que eles não fazem parte do projeto inicial do Porto Maravilha:

- Estão sendo feitos estudos que vão dizer se eles permanecem ou não. Eles só serão retirados se for constatado que será melhor para o trânsito.

Já as obras de reurbanização estão em andamento no trecho do boulevard em frente ao futuro Museu do Amanhã, na Praça Mauá. E, em breve, começarão na área junto ao Museu Histórico Nacional, na Praça Quinze, diz o presidente da Porto Novo.

José Renato confirmou que as obras do Porto Maravilha estarão prontas a tempo das Olimpíadas. A Via Binário - que ligará a Região Portuária ao Centro - deverá estar totalmente concluída no fim deste ano. Paralela à Via Binário e no lugar da Perimetral, a Via Expressa, que vai ligar o Aterro à Rodoviária Novo Rio, ficará para 2016.