quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Fim de ano pode ser boa época para comprar imóvel


Este final de ano pode ser um bom momento para quem já vinha procurando imóveis. Além da desaceleração da alta dos preços no mercado imobiliário, algumas construtoras oferecem descontos ou melhores condições de negociação neste período, de olho no maior poder de compra dos consumidores, que recebem o 13º salário, e na redução dos estoques para alcançar um bom fechamento anual.

 Como a adoção de uma estratégia mais agressiva de vendas depende da condição de cada construtora, e não apenas do fator sazonal, a orientação é aproveitar boas oportunidades se a intenção já era comprar um imóvel, mas não encarar o momento como uma chance única de conseguir bons preços na compra do imóvel.

Segundo especialistas, o cenário é propício para que algumas oportunidades surjam principalmente entre as construtoras que possuem capital aberto, uma vez que, com as ações negociadas em Bolsa, elas precisam alcançar certas metas e mostrar bons resultados aos acionistas nos balanços trimestrais.

Para isso, algumas delas buscam oferecer promoções para reduzir seus estoques e aumentar o fluxo de caixa. “Algumas empresas fazem promoções ostensivamente, anunciam descontos, mas outras acabam apenas oferecendo melhores condições nos plantões de vendas”, explica o professor titular de real estate da Escola Politécnica da USP, João da Rocha Lima. Algumas boas ofertas, como ele acrescenta, podem não estar estampadas em anúncios, mas sim aparecer durante o momento da transação ou da negociação.

Luiz Fernando Gambi, diretor de comercialização e marketing do Secovi-SP, complementa que muitas empresas acabam trabalhando seus descontos de forma mais "banal", sem grandes alardes. “Muitas empresas, quando querem incentivar as vendas, comunicam aos seus canais de venda que estão flexibilizando sua tabela de desconto. Elas avisam aos vendedores que se antes eles poderiam dar descontos de 2%, agora podem trabalhar com 3%”, diz.

Marcelo Dzik, diretor de incorporação da construtora Even, afirma que o final de ano é um momento em que a construtora busca aproveitar a maior disponibilidade de renda dos consumidores por causa do décimo terceiro e também a maior intenção de compra de algumas pessoas que pretendiam comprar seu imóvel em 2012, mas ainda não o fizeram. Mas, ele explica que as oportunidades são muito mais condicionadas à necessidade de desovar unidades em estoque em um determinado momento, ou ao tipo de produto oferecido do que ao encerramento do ano.

Para encontrar maiores descontos nesta época, uma dica dos especialistas é partir do comprador a oferta de melhores opções de pagamento. Oferecer uma entrada maior, por exemplo, é algo que pode gerar descontos durante o ano todo, mas no final do ano a oferta pode surtir ainda mais efeito se a construtora estiver em busca de melhores resultados antes do ano acabar.



Cuidados 

Ainda que todos os fatores levantados indiquem que os compradores podem se beneficiar neste final de ano, é importante que a decisão da compra seja planejada. Grandes “saldões”, descontos, brindes e vendas diretas com as construtoras são jogadas de marketing que podem ser muito bem-vindas, mas não devem ser o fator norteador da compra.

Conforme Rocha Lima explica, a compra de um imóvel, em muitos casos, representa o gasto mais alto da família, por isso é preciso ter cautela. “Um imóvel não é uma mercadoria que você entra na loja e compra. É uma decisão lenta, que exige reflexão, exige um olhar de 20 anos para frente e, em um horizonte mais curto de tempo, exige um olhar sobre a estabilidade do emprego e a capacidade de pagamento”.

As eventuais promoções de final do ano e as valorizações mais modestas, portanto, não devem acelerar a compra. O processo costuma ser demorado e durar cerca de seis a sete meses, segundo o professor da Politécnica. Por isso, fechar o negócio em um mês apenas pela motivação da promoção pode não ser uma boa decisão.

Gambi também acrescenta que de fato algumas empresas, para demonstrar aos acionistas resultados, reforçam as vendas em períodos de mudança de trimestre, mas mesmo assim elas não são capazes de oferecer descontos tão altos. “Elas podem estar dispostas a abrir mão de um pequeno lucro, mas olhando os balanços das empresas de capital aberto, a maior parte das incorporadoras têm margem de lucro de 11%, 12%. Então, se elas oferecerem 12% de desconto, elas não ganham nada”, afirma.

Portanto, segundo o diretor do Secovi, muitas vezes descontos superiores a 12% podem ser impraticáveis e sinalizar que o imóvel tem algum tipo de problema que tem impedido sua venda.

Por: Priscila Yazbek

Fonte: Exame 

Como pagar menos IR na venda de um imóvel


Os últimos anos foram um oásis para quem já tinha seu imóvel próprio. Os preços subiram nas alturas... Aí o indivíduo decide vender seu imóvel para embolsar este lucro e percebe que terá que pagar um imposto enorme sobre todo este ganho. O que fazer? 

Via de regra, ao vender seu imóvel, o cidadão pagará um imposto de 15% sobre o ganho de capital nesta negociação, ou seja, na diferença positiva entre o valor de compra - que deve estar informado na declaração do imposto de renda - e o valor de venda. Muitos acham que este imposto só deverá ser pago em abril do ano seguinte quando for efetuada a declaração de renda, porém, o contribuinte deverá quitar o tributo até o último dia útil do mês seguinte ao da venda. 

Para isto, será necessário preencher o Programa de Apuração de Ganho de Capital – que pode ser baixado do site da Receita -, que irá ajudar o vendedor a calcular o imposto, emitir o DARF para pagamento do imposto e depois até exportar estas informações para a Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda do ano seguinte. 

Porém, existem algumas formas previstas na legislação brasileira de se evitar ou pelo menos minimizar o imposto na venda deste imovel. E aí é que entra o Planejamento Tributário visando obter uma economia destes impostos.

Veja abaixo algumas maneiras de minimizar ou até evitar o imposto sobre o ganho de capital na venda de um imóvel: 

1. Comprar outro imóvel residencial em até 180 dias 

É possível ficar isento da tributação de ganho de capital se o valor da venda for utilizado para comprar um novo imóvel e o contrato de compra e venda for assinado em até 180 dias da venda. Porém, iste benefício só é válido para pessoas físicas e para imóveis residenciais. Vale ressaltar que se a venda for efetuada depois da compra, este benefício não poderá ser utilizado. Porém, o contribuinte somente poderá usufruir desta isenção uma vez a cada cinco anos. 

Se não for empregado o valor total da venda em uma nova compra, por exemplo, o novo imóvel custar a metade do valor recebido pela venda, o imposto só incidirá proporcionalmente sobre os 50% que não foram gastos. 

2. Vender imóveis por até R$ 440 mil. 

Se o imóvel for vendido por até R$ 440 mil, também haverá isenção de imposto e nem será preciso comprar outro imóvel com este valor, basta que seja o único 

imóvel no nome do contribuinte e que ele não tenha alienado nenhum imóvel nos últimos 5 anos, independente de ter utilizado esta isenção ou não. 

3. Vender imóveis de pequeno valor 

Para os bens de pequeno valor, incluindo os imóveis de qualquer natureza, com valor de venda de até R$ 35 mil não há tributação sobre o ganho de capital, sem nenhuma restrição. 

4. Atualizar o valor histórico do imóvel incluindo os custos de aquisição/venda e benfeitorias 

Também é permitido incluir as benfeitorias no valor histórico do imóvel que consta na declaração. Desta forma, o ganho de capital na venda será menor e o valor a pagar de imposto sobre este ganho também. Mas para isto é preciso guardar todas as notas e recibos por até 5 anos após a venda do bem para comprovar o aumento do valor histórico para a Receita Federal. Podem ser declaradas as obras de reforma, ampliação, pintura e pequenos reparos. 

Também é possível incluir no valor declarado do apartamento os montantes gastos com o imposto de transmissão (ITBI) e até com os juros pagos do financiamento. 

No momento da venda, é permitido abater também o que foi pago de corretagem, desde que seja declarado na aba de pagamento efetuados. 

5. Utilizar o fator redutor de ganho de capital 


Para quem tem mais idade, ainda tem um benefício a mais, a isenção do tributo para os imóveis comprados antes de 1969. 

Se o imóvel tiver sido adquirido entre 1970 e 1988 também haverá uma redução do imposto pelo fator redutor, conforme tabela a seguir:


E mais recentemente, a MP do Bem de 2005 introduziu novamente o fator redutor do ganho de capital para imóveis mais novos, onde o imposto vai diminuindo conforme o tempo em que o bem ficou sob a propriedade do contribuinte. 

Uma questão interessante é no caso de bens adquiridos por meio de herança. Neste caso, é importante verificar a possibilidade de transferir o imóvel para o herdeiro pelo valor de mercado e não pelo valor histórico, como seria o mais indicado aparentemente para não precisar pagar o imposto de renda de ganho de capital nesta transação. 

Algumas vezes, se o imóvel tiver sido adquirido pelo falecido há muito tempo, o espólio poderá usufruir dos benefícios do fator redutor citados acima e ficar isento da tributação ou ter uma boa redução do imposto a pagar. O único senão é que neste segundo caso, o imposto deverá ser antecipado, porém quando o herdeiro for vender o imóvel recebido de herança, pagará o imposto somente sobre o ganho de capital acima deste valor atualizado a mercado no momento do inventário. Dependendo da situação, mesmo se for necessário adiantar o imposto, ainda poderá ser bem vantajoso.

A regra geral é que o contribuinte que obtiver ganho de capital na venda de seu imóvel estará sujeito ao pagamento de imposto de 15%. Entretanto, há várias situações previstas na lei que permitem a redução ou até isenção total deste imposto. Estas regras não devem ser desprezadas, principalmente pelo contribuinte que já possui o bem há bastante tempo.

Lembre-se de ficar a tento à legislação, pois isso pode significar uma boa economia no imposto a pagar no caso de ganho de capital na venda do seu imóvel.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Grupos constroem shopping no interior da BA

Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 12/nov

As empresas Deltaville e Marca Empreendimentos, que atuam com projetos imobiliários, irão construir um shopping em Barreiras, no oeste da Bahia. O projeto terá aporte de R$ 150 milhões.

"Barreiras e região têm uma economia que se fortaleceu por causa do agronegócio. Há uma demanda reprimida no comércio local", afirma Antonio Guadagnin, presidente da Deltaville.

O centro de compras, o primeiro investimento da companhia no segmento, ficará ao lado de um bairro que foi implantado pela empresa, com cerca de 5.000 lotes.

Com previsão de entrega para 2016, o shopping terá espaço para 140 lojas, em uma área bruta locável de 17 mil metros quadrados.

"Pelo menos 60% das unidades serão ocupadas por lojistas da própria região", diz Avelino Cortellini Junior, dono da Marca, responsável pela concepção do centro de compras e também sócio do empreendimento.

"Não é o objetivo do projeto se transformar em um concorrente predador [do comércio local]", afirma.

Os aportes no shopping serão feitos com recursos próprios e de investidores, segundo os empresários.

A área onde será erguida a estrutura poderá, no futuro, agregar outros projetos, como um hotel e um centro médico, diz o presidente da Marca.

Além de loteamentos urbanizados na Bahia, a Deltaville atua no mesmo segmento nos Estados do Pará, do Maranhão e do Ceará.

A Marca, por sua vez, trabalhou no desenvolvimento de cerca de 30 shoppings, o último deles em Bauru (SP), de acordo com Cortellini Junior.

Indústria da construção quer sinais claros do 'Minha Casa, minha vida' 3

O Globo online, 12/nov

A indústria da construção quer sinais claros do lançamento da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, programa de habitação popular do governo, disse nesta segunda-feira o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Simão.

Em conversa com jornalistas após encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ele acrescentou que o ciclo de construção é longo e que, por isso, as empresas precisam antever o cenário para fazerem investimentos adequados.

- Precisamos de sinal muito forte da presidente Dilma Rousseff que Minha Casa 3 está na forma - afirmou Simão. Segundo o presidente da CBIC, o programa é hoje um projeto de governo, e deveria ser de Estado, para "garantir continuidade".

De acordo com Simão, também foram discutidas com o ministro a regularização da mão de obra terceirizada e a desburocratização do setor.

No dia 11 de dezembro, a entidade apresentará um trabalho propondo soluções para melhorar o ambiente de negócios no país, considerado "muito ruim" por Simão. Segundo ele, 9% do custo médio de uma obra, em valor de venda, é por "excesso de burocracia".

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Vagas que valem um apê

O Globo, Raphaela Ribas, 10/nov

Se você acha que gasta muito dinheiro para manter seu carro guardado numa garagem, você está certo. E se comparar o preço de um apartamento que tenha vaga com outro que não tenha vaga, ambos com o mesmo número de quartos, vai descobrir que a diferença pode significar bem mais do que muito dinheiro: pode chegar, simplesmente, ao valor de um ou mais imóveis.

É o que revela levantamento feito pelo Sindicato da Habitação (Secovi-Rio) para o Morar Bem: essa diferença faz com que, por exemplo, um apartamento de três quartos com duas garagens no Leblon compre um apê de um quarto em Ipanema. Ou compre um de quatro quartos na Tijuca. Ou ainda três de três quartos no Méier.

No caso do Leblon, considerou-se o valor médio de R$ 3,2 milhões para o apê com duas vagas e o de R$ 2 milhões para o que não tem garagem. Com o saldo, de R$ 1 milhão, equivalente a 35%, paga-se os imóveis dos exemplos acima. No geral, mostra a pesquisa, toda calculada a partir do custo médio do metro quadrado, a maior diferença entre a valorização de apartamentos por conta de uma vaga de garagem no Rio de Janeiro está em Botafogo (37,8%) e a menor, em Jacarepaguá (3,6%).

Carros que só cabem em duas vagas

Maurício Eiras, coordenador do departamento de pesquisa do Secovi-Rio, responsável pelo levantamento, explica que esta valorização é resultado, basicamente, de dois fatores. Um deles, as muitas construções antigas na Zona Sul, com poucas vagas por morador. Outro, a lei 12.607, sancionada no ano passado, que determina que as vagas de garagem só podem ser alugadas para moradores do prédio - a não ser que a convenção do condomínio permita locação a terceiros.

- Isso dificulta se encontrar vagas - lembra Mesquita, acrescentando que essa falta de garagens interfere muito nas negociações. - Às vezes, a pessoa olha o apartamento de três quartos e pergunta: "só tem uma vaga?".

O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ), Manoel Maia, avalia que a falta de vagas dificulta, mas não chega a impedir uma venda. Entretanto, ele acrescenta um terceiro fator que pesa na disputa por espaço: o tamanho dos carros.

- Antes, os automóveis eram menores e, hoje, há casos em que são necessárias duas vagas para estacionar um carro de grande porte - diz.

Na conta, moradia + transporte

Para Rafael Duarte, sócio-diretor da Percepttiva, agência de marketing imobiliário, a falta de investimentos no transporte público favorece a cultura brasileira de usar carros, o que acaba interferindo no valor dos imóveis.

- Há famílias em que se tem um automóvel para cada motorista, até porque nem sempre é fácil se locomover nas cidades, diferentemente de outros países - diz Duarte, lembrando que, na Europa são comuns imóveis sem garagem terem boa valorização por conta da qualidade do transporte ao redor.

A diferença de preços fez com que a família da publicitária Deborah Melo decidisse procurar um apartamento em Botafogo ou Laranjeiras, sem garagem, ou na Tijuca, com garagem. Para ela, a maior facilidade de transporte nos dois bairros da Zona Sul pode compensar a falta de lugar para estacionar.

- Nestes bairros, há melhor oferta de transportes alternativos e eu gostaria de usar cada vez menos o automóvel. Acho que vale a pena ter carro quando se tem filhos pequenos, que precisam ser levados para a escola, por exemplo, mas, caso contrário, não compensa ter carro em Botafogo - afirma Deborah, ressaltando que, além do preço maior a pagar pelo apartamento, há os gastos com o veículo. - Encarece muito. Dependendo do estilo de vida, pode valer mais ter um imóvel sem garagem e pegar táxi. A conta pode dar menos do que a diferença entre imóveis com e sem vagas.

Onde e quanto custa uma garagem no Rio

Mas qual é a saída quando o imóvel que se quer comprar não tem vagas ou elas não são suficientes para o morador? Teoricamente, a solução é o aluguel ou a compra de um espaço. Em tese, apenas. Pois, como a procura é grande e não é possível alugar para terceiros, nem sempre há disponibilidade, especialmente na Zona Sul. E, quando há, segundo o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ), Manoel Maia, os valores podem chegar a até R$ 700 - mais que o atual salário mínimo federal (R$ 678).

De acordo com Rafael Duarte, da Percepttiva, agência de marketing imobiliário, o valor de compra e venda de uma vaga de garagem na Zona Sul do Rio pode chegar a R$ 150 mil e, na Zona Oeste, a R$ 60 mil.

- Em bairros como Barra da Tijuca, Freguesia e Jacarepaguá ainda é mais forte essa necessidade de imóveis com duas ou três vagas, pois as opções de serviços são distantes e não há muita oferta de transporte alternativo - avalia Duarte.

O presidente do Creci, por sua vez, aponta Copacabana, Ipanema e Leblon como os bairros onde há maior dificuldade em se encontrar vagas.

- Em Copacabana, a maior procura para alugar acontece entre os postos 4 e 5, no trecho que vai da Avenida Nossa Senhora de Copacabana até a Avenida Atlântica. Já em Ipanema, seria mais próximo à Visconde de Pirajá e, no Leblon, nas adjacências da Ataulfo de Paiva - resume Maia.

Segundo Maia, em Copacabana há um contrapeso sobre a demanda por garagens, pois, se, de um lado, há muita procura e prédios antigos sem vagas, do outro, há idosos que dispensam veículos e moradores que não usam carros e se viram com o transporte local, seja metrô, táxi ou ônibus.

Entretanto, mesmo assim, nesta matemática, ainda há mais procura do que vagas, o que encarece o preço

É o que acontece, por exemplo, em um apart-hotel no Leblon, próximo à Avenida Ataulfo de Paiva. O local terceirizou a garagem para a empresa Estacenter, que usa o espaço para estacionamento rotativo, mensal e para os hóspedes.

As vagas mensais para carros pequenos saem a R$ 500 e, para veículos de grande porte, a R$ 600. Caro? Pode ser, mas, ao menos, nesta garagem, as vagas mensais estão lotadas e a procura por diárias é constante.

- Antes, tinha mais procura pelo aluguel de vagas diárias, agora, a procura maior é pelo contrato mensal - conta Wilson Rivadavia, supervisor do estacionamento.

Bairro imperial, São Cristóvão espera novos tempos de glória

O Globo, Célia Costa, 11/nov

Dos tempos de pompa, quando era frequentado por nobres durante o Império, pouco restou. São Cristóvão se viu transformado num polo industrial e, depois, sofreu com a decadência e a favelização. Iniciou uma recuperação e passou a ser cobiçado por empreendedores imobiliários após a aprovação do Plano de Estruturação Urbana (PEU), em 2004. Agora, porém, enquanto seus vizinhos (Zona Portuária e Maracanã) passam por uma grande revitalização, São Cristóvão fica apenas com os ônus desse processo. Um deles é o engarrafamento diário: suas ruas foram transformadas em rotas alternativas com o fechamento do Elevado da Perimetral.

Com localização privilegiada, o bairro fica próximo ao Centro, tem boa infraestrutura de transportes (trem, metrô e ônibus) e abriga a maior área urbana de lazer da cidade, a Quinta da Boa Vista. De São Cristóvão, chega-se rapidamente a Niterói, à Zona Sul e bairros importantes da Zona Norte, como a Tijuca. E, por ali, passa também a Linha Vermelha, o que facilita o acesso ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, à Via Dutra e à Baixada Fluminense.

- É uma região aprazível. Se não tivéssemos mar, a Quinta seria o nosso Central Park. É uma área que seria supervalorizada em qualquer lugar do mundo - avalia Ruy Rezende, arquiteto responsável por projetos que estão ajudando a dar novo perfil à área do Porto.

Para Rezende, São Cristóvão é subutilizado e merece um amplo projeto de revitalização. Ele, no entanto, acredita que o bairro será beneficiado diretamente pelas transformações do seu entorno:

- O projeto do Porto Maravilha vai avançar para São Cristóvão. É uma expansão urbana natural.

Os moradores alimentam essa esperança. O presidente da Câmara Comunitária de São Cristóvão, Maurício Mendes, diz que o bairro está fazendo um sacrifício em prol da cidade.

- Pagamos o preço das melhorias, como a criação do Porto Maravilha e as obras do piscinão da Praça da Bandeira. Esperamos que, quando tudo estiver pronto, deem mais atenção ao bairro, que tem um patrimônio riquíssimo e precisa ser valorizado. A Quinta da Boa Vista, por exemplo, está abandonada - diz Mendes.

Os grandes empreendimentos imobiliários no bairro só se tornaram viáveis após a aprovação do PEU, que permitiu o aumento do gabarito de três para até 13 andares, dependendo do local. Empresas como a Concal Construtora e a Patrimóvel investiram na região. Rodrigo Conde Caldas, da Concal, afirma que muito já foi feito ao longo dos últimos anos, mas reconhece que o bairro ainda precisa de investimentos:

- Não é por ser um bairro histórico que São Cristóvão precisa ficar no passado. Ele necessita de revitalização viária e de incentivos na área cultural. O Palácio Imperial, por exemplo, poderia voltar a ser um museu. Outro ícone do bairro, a Quinta da Boa Vista, também precisa de investimentos.

Segundo a Subprefeitura do Centro, São Cristóvão receberá em breve o projeto Asfalto Liso. Além disso, será beneficiado pelos investimentos na vizinhança, como o programa Bairro Maravilha em Benfica e a dragagem do Canal do Cunha, que deverá melhorar o sistema de drenagem de São Cristóvão.

Residência da família real durante todo o Império, a Quinta da Boa Vista foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938. A área de 560 mil metros quadrados foi ajardinada em 1869 pelo paisagista francês Auguste Glaziou. Hoje, é a grande área de lazer de moradores da Zona Norte. A casa da Marquesa de Santos, que abriga o Museu do Primeiro Reinado, é outro imóvel importante da época do Império. No lugar, a Secretaria estadual de Cultura desenvolve o projeto do Museu da Moda em parceria com o Instituto Zuzu Angel e a Fundação Getulio Vargas, com previsão de inauguração em 2016. A ideia é instalá-lo num prédio a ser construído num terreno contíguo ao da Casa da Marquesa de Santos. Enquanto o projeto é desenvolvido, o imóvel passa por uma restauração e estará aberto ao publico no fim de 2014.

A região abriga ainda uma importante instituição de ensino, o Colégio Pedro II, fundado em 1888. Até no futebol o bairro se orgulha do passado, ainda que recente. É lá que fica o São Cristóvão, clube que descobriu Ronaldo, o Fenômeno.

Indústrias fecharam as portas

São Cristóvão passou por uma transformação nos anos 40, com a abertura da Avenida Brasil. Foi quando a região se consolidou como o maior bairro industrial da América Latina. O parque industrial de São Cristóvão viveu sua maior crise na década de 70. Os enormes galpões sem utilização acabaram contribuindo para a ocupação desordenada e a favelização, o que espantou a classe média para longe do bairro. Foi depois disso que o Pavilhão de São Cristóvão, construído para ser palco de grandes eventos e exposições, fechou seus portões. Após um longo período de abandono, o lugar hoje abriga a Feira de Tradições Nordestinas, uma das atrações turísticas da cidade. Sinal de esperança para quem anseia por dias melhores para o bairro.

Endereço da família real

Conta a história da cidade que o nome do bairro tem como origem a Igreja de São Cristóvão, construída no século XVII por padres jesuítas.

Mas a pompa chegou à região quando D. João VI decidiu que o Paço da Quinta da Boa Vista seria sua residência oficial. Com isso, esse pedaço da cidade passou por uma grande valorização. As áreas que ainda eram pantanosas precisaram ser aterradas para abrigar as residências. O bairro ganhou iluminação e outras melhorias. E, assim, as famílias nobres foram se fixando na região.

Amante de D. Pedro I, a Marquesa de Santos também tinha uma casa em São Cristóvão, que posteriormente foi transformada em museu.

Com a queda do Império, o complexo da Quinta da Boa Vista se transformou no Museu Nacional. E, com os novos tempos, o bairro perdeu prestígio.

Conheça as vantagens de comprar a residência ainda na planta 0

O Fluminense, Prisca Fontes, 11/nov

A gerente administrativa da Construtora Stat Plan, Ana Cristina Gama, aponta que a grande vantagem de comprar um imóvel na planta é a possibilidade de parcelar a entrada do imóvel, que pode chegar até 30% do valor total, sem a necessidade de contratação de financiamento com agente financeiro, podendo programar a contratação do financiamento para o momento da entrega do empreendimento.

"Os novos empreendimentos estão oferecendo uma área de lazer bem mais interessante e completa. Além disso, os imóveis novos precisam de menos reparos e, com isso, o valor do condomínio tende a ser menor em até 50% do valor cobrado em condomínios antigos", acrescenta. 

O presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro da Silva, aponta que o metro quadrado do imóvel em construção, geralmente, é bem mais barato do que o do imóvel pronto. 

"A valorização, após a entrega das chaves, varia muito de acordo como o tipo e localização do empreendimento, mas podemos afirmar sem medo de errar que a valorização nunca é menor do que 20%, podendo chegar até a 50%", revela.

Ele afirma que ir ao local do empreendimento é providência indispensável em qualquer compra para verificar as condições da vizinhança e infraestrutura.

"Se o comprador tiver dúvidas na hora de comprar um imóvel, é interessante procurar um corretor. Em geral, um bom corretor de imóveis é eficiente para esclarecer qualquer dúvida, mas se a dúvida for muito específica, por exemplo, de engenharia, de arquitetura, de direito ou outra, um profissional da área deve ser consultado", aconselha.

De acordo com advogado José Ricardo Ramalho, diretor do escritório de advocacia Ramalho & Areal advogados, se o comprador procurar um corretor para assessorá-lo na compra do imóvel a cobrança  da taxa de corretagem é legal. Já nos casos em que o interessado na compra do imóvel vai a um estande da própria construtora e lá a construtora oferece um profissional para mostrar e fechar o negócio, a construtora deve ser responsável por pagar o corretor.

Outro lado - O presidente da Autarquia de Proteção e Defesa do Consumidor do Estado do Rio de Janeiro (Procon-RJ), João Oliveira, revela que os principais problemas citados pelos adquirentes de imóvel na planta se referem a atraso na entrega das chaves; entrega do imóvel com diferenças na metragem ou qualidade do acabamento; cobranças de taxas indevidas; e documentos que não são entregues. 

João Oliveira frisa que é de vital importância checar a idoneidade da empresa, verificando se há processos no site do Tribunal de Justiça (www.tjrj.jus.br); se há reclamações no Procon; e, ainda, consultar sites especializados.

"Inicialmente, é importante que o consumidor tenha acesso ao contrato, leia e compreenda as suas disposições antes de assiná-lo. Devem estar previstos, de forma clara: os valores a serem pagos; índices de reajuste; local e forma de pagamento; prazo de entrega e descrição do imóvel. Tudo o que for prometido pelo vendedor deve constar do contrato. É muito importante que o comprador leia o contrato e verifique o memorial descritivo do imóvel, pois é neste documento que estará pormenorizada a área do imóvel, o material utilizado, tipo de acabamento etc", explica. Ele recomenda que, se mesmo após a leitura do contrato, restarem dúvidas, o consumidor poderá procurar o Procon-RJ ou consultar um advogado de sua confiança.

Um dos maiores riscos de quem compra um imóvel na planta é o atraso na obra. Ao elaborar os contratos, muitas construtoras incluem uma cláusula que lhes dá uma folga de seis meses, a contar da data prometida para entregar o imóvel, sem que sofram penalidade. O advogado José Ricardo Ramalho esclarece que, para se proteger desse atraso, o comprador deve verificar, antes de assinar, se existe no contrato de compra uma cláusula que informe o prazo máximo de entrega do bem como a punição para essa ocorrência.

"Além disso, deve haver contrato de seguro que garanta a conclusão total da obra, condições de financiamento de reajuste. Sempre é indicado consultar um profissional para avaliar o contrato antes de assiná-lo", afirma.