sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Explode venda de imóveis de um dormitório em São Paulo

Agora, 14/ago

A venda de imóveis de um dormitório cresceu 330% no primeiro semestre deste ano, segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
Foram 4.147 unidades vendidas entre janeiro e junho deste ano, contra 964 no mesmo período de 2012.
De acordo com a pesquisa, não foram só as vendas desse tipo de imóvel que cresceram.
A quantidade de lançamentos de um dormitório também aumentou.
Na primeira metade deste ano as ofertas somaram 3.565 unidades, contra 747 em 2012.
Para Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação e terrenos urbanos do Secovi-SP, como o preço do metro quadrado aumentou, o mercado imobiliário começou a ofertar imóveis menores, seguindo a procura do comprador, que quer um imóvel para "caber no bolso".

De olho nas novidades

Meia Hora, 15/ago

Um elevador que aciona bateria em caso de falta de luz e que não precisa de casa de máquina, um robô que limpa piscinas sozinho, um ar-condicionado sem dreno e um sistema de controle de identificação de portaria que grava rosto, voz e identidade do visitante em apenas quatro segundos. Essas são algumas das novidades apresentadas na Feira Construir Rio 2013, que começou ontem e vai até sábado no Riocentro, na Barra da Tijuca.

Um dos lançamentos do evento, o controle de identificação de portaria promete deixar a casa ainda mais segura. Além de gravar rosto, voz e identidade do visitante em quatro segundos, o sistema também registra o horário de chegada e o lugar para onde a pessoa vai.
Já o robô X-Treme caminha no fundo da piscina e limpa sem desperdício de água, com economia de 90%. Ainda sobe as paredes e continua o trabalho, já que é programado com um GPS e não repete a trajetória. O equipamento funciona até quatro horas, ligado por um fio de 34 metros.

Outra novidade da feira é o elevador movido a bateria. Em caso de falta de energia, ele acende a luz, desce até o primeiro andar e abre as portas. Além disso, não precisa de casa de máquinas nem fosso. O equipamento opera com óleo orgânico, que é 100% reciclável e biodegradável.

No evento, será apresentada ainda uma tinta à base de látex, feita para superfícies lisas, como vidro, borracha, gradis e até automóveis. Após a secagem, ela forma película emborrachada, que pode ser removida com as mãos. A novidade no setor de pisos é o uso de PVC para substituir o laminado.

Notícias sobre equipamento que vai perfurar os túneis da Linha 4 do Metrô do Rio

O Globo, Ancelmo Gois,15/ago

Equipamento que vai perfurar os túneis da Linha 4 do Metrô do Rio, o Tatuzão foi pré-montado num terreno ao lado da antiga estação de trem da Leopoldina, no Centro, e, na madrugada de hoje, começou a ser levado em partes para o canteiro de obras da estação General Osório, em Ipanema. É que o equipamento ê muito grande e serão necessárias, ao todo, 92 viagens. 

Montado, ele pesa duas mil toneladas e tem 120 metros de comprimento por 11,5 metros de diâmetro - algo como um prédio de quatro andares. O Consórcio Linha 4 Sul ainda não sabe quando vai terminar a transferência, mas garante que tudo será feito de madrugada para não atrapalhar o trânsito. Tomara!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

BB e Caixa reabilitam tabela Price para o crédito

Valor Econômico, Felipe Marques, 07/ago


A tabela Price está de volta ao crédito imobiliário brasileiro. O sistema de cálculo de parcelas, que garante uma prestação constante durante todo o financiamento, já foi onipresente nos empréstimos da casa própria no país, mas caiu em desuso de uma década para cá. Os problemas jurídicos e a percepção de que as carteiras de crédito originadas por esse modelo tendiam a ter mais inadimplência afastaram os bancos da Price. No lugar, entrou o sistema que prevê parcelas maiores no começo do contrato e decrescentes ao longo do tempo.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, porém, resgataram a tabela Price do ostracismo. Os bancos retomaram o uso da tabela, ainda de forma incipiente, no programa de financiamento habitacional do governo, o Minha Casa, Minha Vida. A vantagem de ressuscitar a tabela Price, que tem agradado às incorporadoras, é que a metodologia facilita enquadrar quem tem renda menor nas regras do programa. Também aumenta o poder de compra de quem já estava habilitado a participar e que passa, por isso, a ser capaz de financiar imóveis mais caros.
De acordo com cálculos da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), considerando um imóvel de mesmo valor, a renda necessária do tomador para um financiamento pela tabela Price é 35% menor do que se o crédito fosse concedido seguindo o Sistema de Amortização Constante (SAC), a metodologia mais comum no crédito imobiliário hoje.

A razão é a diferença entre os valores máximos da prestação mensal em cada sistema. Como o SAC conta com uma parcela maior no começo, fica maior também a renda exigida do tomador. Ne regra do SAC, a parcela mensal vai caindo ao longo do contrato, uma vez que a fatia de amortização do principal é constante e os juros, decrescentes.
A Caixa Econômica Federal, que responde por mais de 90% das operações do Minha Casa, Minha Vida, começou a trabalhar com a tabela Price no fim de maio, afirma Teotonio Resende, diretor de habitação do banco. O executivo reforça que o SAC ainda é o sistema preferido do banco, mas que a Price tem servido para evitar que a Caixa perca negócios no âmbito do programa, ao elevar potencialmente o número de mutuários.
Em junho, 3% dos contratos fechados pela Caixa no Minha Casa usaram a Price. Em julho, o percentual subiu para 9,7%. "A Price tende a crescer em percentual de contratos. Mas é algo que vamos monitorar de perto e adotar medidas corretivas se necessário", disse o executivo.
Entre as incorporadoras, a tabela Price tem feito sucesso. No caso da MRV, uma das principais construtoras do Minha Casa, a parcela de imóveis vendidos com uso da tabela Price superou os do SAC, afirma Rodrigo Resende, diretor comercial da MRV.
Foi o Banco do Brasil que inaugurou o uso da tabela Price no programa federal de habitação. No ano passado, o BB deu início a uma estratégia mais agressiva no crédito imobiliário, determinado a ganhar mercado da Caixa no Minha Casa. A possibilidade de usar a tabela Price foi um dos diferencias que trouxe.
Procurado, o BB afirmou, por meio de nota, que oferece os dois sistemas de amortização, Price e SAC, para os clientes de crédito imobiliário. Atualmente, a maior parte dos clientes do Banco do Brasil tem optado pela amortização no SAC, informa o banco. A instituição não deu mais detalhes sobre a operação por estar em período de silêncio antes da divulgação de resultados.
O retorno da tabela Price no Brasil só foi possível após a resolução de uma antiga discussão sobre a legalidade da tabela, um dos principais fatores que levaram os bancos a abandonar o método. A questão foi solucionada em 2009, com a lei que deu início ao programa Minha Casa, Minha Vida.
Ainda assim, há reticência entre os bancos brasileiros, incluindo a própria Caixa, em adotar a Price de forma mais intensiva. A explicação é que os créditos originados com o SAC costumam ter chance menor de inadimplência que os da Price. Como a parcela inicial do SAC é mais alta, uma vez que ela é paga, é menos provável que o tomador deixe de honrar o contrato nas parcelas finais. E como as prestações finais vão ficando menores, caso um imprevisto comprometa a capacidade de pagamento do tomador, ele tem mais chance de continuar quitando o compromisso.
Tanto a Caixa como as incorporadoras, contudo, argumentam que a perspectiva de estabilidade econômica no Brasil no longo prazo, tanto em termos de inflação como de emprego, favorecem o retorno da tabela Price. Além disso, no Minha Casa, Minha Vida há uma "entrada" que chega a 25% do financiamento imobiliário, resultado da possibilidade de o tomador usar seu saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o subsídio do governo ao crédito. "É seguro fazer a tabela Price nesse ambiente", diz Rubens Menin, presidente da Abrainc.
A Caixa faz uma outra ressalva ao uso da Price. Resende relata casos em que a incorporadora trabalha com um preço de imóvel no SAC e outro, maior, na tabela Price. "É outra situação que estamos olhando com atenção."
"Há casos em que o imóvel que o cliente consegue pagar com a renda que ele tem simplesmente não existe. A Price viabiliza o fechamento desses negócios", afirma Renato Ventura, diretor da Abrainc. Essa situação, afirma, ocorre especialmente em grandes centros urbanos. Na visão dele, além da melhoria do arcabouço jurídico, a estabilidade da economia favoreceu o retorno da tabela Price.
O Minha Casa, Minha Vida é dividido em três faixas, sendo que só as faixas 2 e 3, cuja renda familiar vai até R$ 5 mil, funcionam como um empréstimo bancário de fato. São as faixas em que o mutuário opta entre o SAC e a Price e que, até junho, contavam com 1,51 milhão de imóveis desde o início da segunda fase do programa, em 2011. Na faixa 1, com renda familiar de até R$ 1,6 mil, o agente financeiro atua quase como um prestador de serviços, fazendo a administração de recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e repassando os valores às construtoras.
Considerando o crédito imobiliário fora do Minha Casa, Minha Vida, o uso da tabela Price é marginal. "Hoje, 99% dos contratos com recursos da poupança são fechados usando o SAC. É um quadro que deve se manter pelo menos nos próximos cinco anos", afirma Octávio de Lazari Junior, presidente da Abecip, associação de crédito imobiliário e poupança. Com mais tempo de inflação e juros básicos estáveis em níveis baixos, o cenário para um retorno mais intenso da Price fica mais favorável, afirma.

Construção civil se expande

O Dia, Aurélio Gimenez e Stephane Tondo, 14/ago

Todos os segmentos relacionados à Construção Civil se reúnem de hoje até sábado na Feira Construir Rio 2013, que ocorre no Riocentro. O evento, que já está na 19ª edição, tem como objetivo apresentar as novidades do mercado aos profissionais que atuam no setor, além de promover novos negócios.
Este ano, o diferencial fica por conta da tecnologia e da sustentabilidade, presentes tanto nos produtos quanto nas palestras. Além disso, a capacitação profissional ganha cada vez mais importância, com sorteio de bolsas de estudo e um estande do Sebrae/RJ que simula uma loja de material de construção, onde será oferecido treinamento para comerciantes e vendedores.
De acordo com Victor Montenegro, diretor de negócios da feira, para esta edição a expectativa é de 50 mil visitantes e faturamento de R$ 110 milhões em contratos, um crescimento de aproximadamente 20% com relação ao ano passado.
"A Construção Civil está em crescimento. Muitas áreas da cidade estão sendo revitalizadas. como a Região Portuária, e há muito desenvolvimento na Zona Oeste, principalmente Barra, Recreio e Jacarepaguá", avalia o diretor.
O evento é aberto a todos os interessados: de lojistas a construtores, fabricantes e profissionais, como engenheiros e arquitetos, além do consumidor final.

O Grajaú completa 99 anos

Pelas ruas do Grajaú, a história contada através da sua arquitetura

O Globo online, Raphaela Ribas, 13/ago


O Grajaú completa 99 anos nos próximos dias e, como todo bom centenário (ou quase isso), já passou por muitas mudanças, especialmente na arquitetura. Pelas ruas do bairro, os estilos que vão do neoclássico ao modernismo contam a história das transformações e influências da região. No próximo sábado, 17, em meio às comemorações de aniversário, quem quiser conhecer mais sobre o bairro poderá participar do tour "Conhecendo o Grajaú". É a primeira caminhada cultural com foco na arquitetura.

No passeio, que custa R$ 20, os convidados vão acompanhar a pé a explicação dos estilos dos imóveis, que passam pelas seguintes influências: ecletismo classicizante, neogótico, neobizantino, neocolonial, neomedieval, neonormando, art déco e modernismo.

Um dos destaques para a arquiteta (e fã do Grajaú) Natalia Lima, responsável pelo levantamento e organização do tour, é a Capela Nossa Senhora da Imaculada Conceição, de 1928, que só abre uma vez ao ano, em 8 de dezembro, dia da padroeira.

- É a primeira igreja construída no Grajaú e está em más condições. Os moradores estão lutando para mantê-la, mas ela nem tombada é. Precisa ser mais bem cuidada, pois faz parte da história do bairro - conta ela que, junto ao professor Francisco Filgueira, fez uma ampla pesquisa sobre a arquitetura local, que no futuro deve ser publicada num livro.

A única casa tombada no bairro, segundo ela, é uma residência no estilo neonormando, caracterizada pelo estilo de chalé germânico, com telhado em formato triangular e chaminé.

Nane Rodrigues, diretora da Expedição Cultura, que realiza o evento, explica que a mistura de estilos arquitetônicos do bairro é uma de suas grandes características.

- Ao passar pelas ruas, é possível ver esta mistura e identificar quando o imóvel foi construído, qual seu estilo e influência arquitetônica.

Além do tour, haverá no domingo (18) uma exposição na praça Edmundo Rego chamado 
"Grajaú -Arquitetura e Memória", também de Natalia Lima, que ficará aberto ao público das 10 às 14 horas. Este é gratuito.
Serviço
Dia: sábado, 17
Horário: saídas às 9h e às 14h
Local de concentração: praça Edmundo Rego
Preço: R$ 20
Inscrições: pelo e-mail expedicaocultura@gmail.com ou pelo telefone 8609-4541

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Área média de imóvel novo encolhe 28% com febre de compactos



Imóvel de um quarto



São Paulo - A área média dos apartamentos lançados na cidade de São Paulo caiu 28% de 2007 para 2012, passando de 102,33 para 73,24 metros quadrados. Mas isso não significa exatamente que os imóveis novos tenham encolhido. O que esse número na verdade revela é que houve uma queda brutal no número de apartamentos grandes lançados nos últimos cinco anos. O lançamento de apartamentos compactos, por sua vez, viu forte elevação, tornando-se uma verdadeira febre.
Quem busca imóvel novo para comprar hoje em dia deve ter notado que há cada vez menos oferta de apartamentos amplos. De 2007 para 2012, segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) compilados pelo Secovi-SP, houve uma queda de 63,6% no número de lançamentos de três e quatro dormitórios na capital paulista, imóveis que têm área média maior.
Em compensação, no mesmo período houve uma elevação de 45,2% no número de lançamentos de um e dois dormitórios, unidades mais compactas cuja metragem costuma variar de 30 a 70 metros quadrados. Só o número de apartamentos de um quarto lançados foi multiplicado por nove.
"A alta no preço do metro quadrado dos imóveis nos últimos anos fez com que as pessoas não conseguissem mais comprar apartamentos tão grandes. Além disso, elas estão começando a perceber que é mais vantajoso morar em um apartamento pequeno e bem localizado do que em um imóvel grande e afastado", explica Rafael Rossi, fundador da incorporadora Huma Desenvolvimento Imobiliário.
Veja na tabela a evolução no número de unidades lançadas de cada tipo entre 2007 e 2012:
2007:
 1 quarto2 quartos3 quartos4 ou maisTotal
Unidades lançadas53412.63712.51513.30438.990
Participação (%)1,4%32,4%32,1%34,1%100%
Área útil lançada23.620,11665.193,531.068.267,912.232.857,443.989.938,99
Área útil média44,23 m252,63 m285,35 m2167,83 m2102,33 m2
2012:
 1 quarto2 quartos3 quartos4 ou maisTotal
Unidades lançadas4.80014.3216.5662.83028.517
Participação (%)16,8%50,2%23,0%9,9%100%
Área útil lançada189.673,85809.309,60564.146,77525.487,262.088.617,48
Área útil média39,52 m256,51m285,92 m2185,68 m273,24 m2
Fonte: Embraesp/Secovi-SP

Repare que a área média de cada tipo de apartamento não encolheu de fato, com exceção de uma redução de cerca de cinco metros quadrados nos apartamentos de um quarto. Imóveis de dois e quatro ou mais quartos de fato tiveram aumento na área média, enquanto que os de três quartos permaneceram com média estável.
O que fez a área média total cair foi a grande redução no número de lançamentos de imóveis maiores e o salto nos lançamentos de imóveis menores. Só os imóveis de quatro ou mais quartos tiveram uma redução de cerca de 80% no número de lançamentos. Sua participação no número de lançamentos caiu de 34% para 10%. Já a participação dos imóveis de dois quartos saltou de 32% para 50%, e os de um dormitório passaram de 1,4% para 17%.
Como são os imóveis compactos
Segundo Rafael Rossi, esses novos imóveis compactos costumam ser bem localizados e construídos em áreas nobres, com menos espaço para construir e, portanto, um preço mais alto de metro quadrado. Para aproveitar melhor a área útil do apartamento, as incorporadoras sacrificam a área de serviço e apostam em lavanderias coletivas na área comum do prédio.
Outra característica notável dos novos empreendimentos é o oferecimento de uma série de serviços dentro do próprio condomínio e pagos à parte, isto é, não inclusos na taxa de condomínio. São os chamados serviços "pay per use", pagos conforme a utilização, que desoneram a taxa de condomínio e permitem a prestação de verdadeiros serviços de hotelaria nos edifícios residenciais.
Os chamados residenciais com serviços contam, por exemplo, com arrumação básica do apartamento, lavanderia coletiva, serviços voltados para animais de estimação, serviços de saúde e beleza, entre outros. Conheça 15 desses empreendimentos em construção pelo Brasil.
De acordo com Rossi, além do encarecimento do metro quadrado, a piora no trânsito das grandes cidades e o encarecimento dos empregados domésticos também favoreceram o surgimento desses empreendimentos.
"Quando o trânsito não era tão caótico, ainda dava para morar em imóveis grandes, em condomínios com segurança e lazer, porém mais distantes. Mas hoje é melhor morar perto de tudo", diz Rossi.

Quem compra esses apartamentos?
Rossi explica que esses empreendimentos de unidades compactas e bem localizadas são, sobretudo, jovens (com menos de 40 anos), que vivem sozinhos, apenas com o cônjuge ou então em pequenos núcleos familiares com até dois filhos. Para ele, a mudança no estilo de vida também contribuiu para uma maior demanda por esse tipo de imóvel, pois as pessoas agora querem mais praticidade.
"Hoje em dia as mulheres estão no mercado de trabalho tanto quanto os homens, as pessoas se casam e têm filhos mais tarde, têm menos filhos. Isso tem impacto direto na tipologia dos apartamentos", explica.
Para ele, portanto, não é só uma questão de preços, mas de demanda mesmo. "O incorporador faz o produto que o mercado quer", diz Rafael Rossi.
Outros frequentes interessados em imóveis compactos são os investidores, que querem ganhar com a valorização e o aluguel do imóvel. O preço do metro quadrado pode até estar alto, mas o valor de investimento total em um apartamento de um ou dois quartos é consideravelmente menor que o de um imóvel amplo. Assim, é mais fácil cobrar um aluguel que represente um bom retorno perante a renda fixa, e que ainda por cima conta com a correção da inflação e a possível valorização do imóvel.
Na opinião de Rafael Rossi, em breve as áreas mais nobres das grandes cidades contarão apenas com dois tipos de imóveis: os bem compactos, que apesar do preço alto do metro quadrado, permitem a compra e a locação por preços razoáveis; e os de altíssimo padrão, muito amplos, voltados para os verdadeiramente endinheirados.

Quando um imóvel de família pode ser penhorado e leiloado

João Sandrini, de 
 A legislação brasileira impede que um imóvel que seja considerado bem de família possa ser utilizado para o pagamento de dívidas inadimplentes de seu proprietário. Isso quer dizer que quem atrasou o pagamento de algum débito não pode ter a própria casa executada judicialmente como forma de ressarcir os credores pelo prejuízo.

O objetivo da legislação é impedir que o devedor não tenha onde abrigar a família. A limitação de penhorabilidade foi regulamentada em detalhes pela lei 8.009, de 1990. A norma impede que a casa onde a pessoa, o casal ou os filhos moram possa ser usada para o pagamento de dívidas civis, previdenciárias ou trabalhistas.
Caso a pessoa tenha mais de uma casa e queira proteger da penhora outro imóvel que não seja aquele onde vive, deve se dirigir ao cartório e registrar como bem de família a outra residência. O valor da propriedade que será registrada como bem de família não pode superar um terço do valor total do patrimônio da pessoa. Atendida essa exigência, é feito o registro em cartório, mas a residência onde a pessoa mora perde a proteção contra penhora.
Nesse caso, é pela vontade do próprio morador que a propriedade ocupada pela família fica sujeita à penhora. A Justiça brasileira, no entanto, tem concedido ganho de causa aos credores em outras oito situações, descritas a seguir por Marcos Andrade, sócio do escritório Sevilha, Andrade, Arruda Advogados:
1 – Para pagar prestações em atraso do financiamento imobiliário que permitiu a compra ou a construção da residência, é possível penhorar o imóvel. O banco que financiou a aquisição da propriedade pode, portanto, retomá-la se houver inadimplência. Desde meados da década passada, o mesmo direito também é garantido aos bancos pela chamada “alienação fiduciária”. Por meio desse instrumento, a pessoa só terá direito à propriedade quando terminar de pagar as prestações do financiamento. Até lá, o imóvel fica em nome do banco, e o morador só tem direito à posse.

2 - Para pagar dívidas trabalhistas com os empregados domésticos do próprio imóvel, é permitida a penhora. Se o proprietário da residência não pagar os salários e benefícios da faxineira ou do jardineiro, por exemplo, o imóvel poderá ser retomado para a quitação dos débitos.
3 – Outra exceção que pode levar à penhora de um bem de família é quando uma pessoa deixa de pagar a pensão alimentícia aos filhos. Essa é uma infração com uma das penalidades mais rígidas da legislação brasileira. Deixar de pagar a pensão dos filhos também é crime inafiançável. O devedor pode ser preso e ficará detido até que regularize a situação.
4 – Um imóvel pode ser penhorado para o pagamento de dívidas tributárias relativas ao próprio imóvel. Se o proprietário deixar de pagar o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), pode perder o bem de família. Desde 2011, a Prefeitura de São Paulo tem fechado o cerco aos devedores do IPTU. Como nas últimas décadas houve diversas oportunidade de renegociar esses débitos com a prefeitura e se livrar de multas e juros, muita gente deixava de recolher o IPTU na data dos vencimentos para acertar a pendência mais para frente em condições favoráveis.
Martelo de leilão
Agora, a prefeitura decidiu começar a notificar os donos dos imóveis com pendências e a ameaçá-los com a possibilidade de execução judicial e de leilão da propriedade se não houver a quitação dos débitos. No Rio de Janeiro, onde esse tipo de ação já é realizada há mais tempo, há muitos questionamentos judiciais da constitucionalidade dessa política de cobrança. Muitos proprietários contestaram a possibilidade de execução na Justiça, mas a vitória ou a derrota na ação depende principalmente do juiz que analisa o processo, uma vez que a questão não está pacificada.
5 – Quando o imóvel é oferecido como garantia de uma dívida, o devedor também pode perdê-lo se não pagá-la em dia. O imóvel de família que serve como garantia de hipoteca está sujeito à penhora.
6 – Quando o imóvel foi comprado com dinheiro sujo ou gerado por conduta criminosa, fica sujeito à penhora mesmo que abrigue a família do criminoso.
8 – A questão mais polêmica em relação à penhora de imóveis de família é quando a pessoa mora em uma propriedade de luxo. A lei 8.009/90 não prevê explicitamente essa possiblidade, mas muitos juízes de primeira e segunda instâncias permitem que a propriedade seja vendida para arcar com a dívida inadimplente.
O devedor, nesses casos, não ficaria desamparado porque pode pegar o dinheiro restante e comprar outra residência menor. Uma pessoa que perde um imóvel de 1,5 milhão de reais para o pagamento de uma dívida de 500.000 reais, por exemplo, ainda terá 1 milhão de reais no bolso para encontrar um novo lar para a mulher e os filhos.
Há decisões nesse sentido em tribunais como o TJ-SP, mas a decisão foi posteriormente derrubada no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Da mesma forma, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também já permitiu a penhora de imóvel de família luxuoso. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), entretanto, nunca referendou a decisão.
Uma lei aprovada pelo Congresso em 2006 também chegou a permitir a penhora de bem de família com valor superior a 1.000 salários mínimos (hoje equivalente a 622.000 reais), mas a alteração foi vetada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A comissão da Câmara que estuda uma nova reforma do Código de Processo Civil, entretanto, estuda voltar a incluir o assunto no projeto, que não tem previsão para votação.

ALUGUEL: 7 erros de donos de imóveis que afastam possíveis inquilinos



Os erros e intransigências dos proprietários de imóveis residenciais e comerciais que podem tornar difícil a tarefa de encontrar um locatário.

Casa velha e mal conservada
Na cidade de São Paulo, por exemplo, o tempo que um imóvel residencial leva para ser alugado tem ficado em torno de um mês. Casas levaram de 13 a 32 dias para serem alugadas em junho, enquanto que apartamentos levaram de 18 a 38 dias. Destes, os imóveis alugados mais rapidamente foram os de um quarto (15,3 dias para casas e 21,6 dias para apartamentos), enquanto que os de três quartos foram os que levaram mais tempo (37,4 dias para casas e 38,9 dias para apartamentos).
Se você está tentando alugar um imóvel há muito tempo e não consegue fechar negócio com ninguém, talvez seja você o responsável. Veja a seguir quais os erros mais comuns dos proprietários que acabam afastando os inquilinos em potencial, de acordo com especialistas no ramo de locação:
1. Alugar um imóvel em mau estado de conservação
Esse talvez seja o erro Número Um dos proprietários, sobretudo de imóveis residenciais. Após algumas locações, é inevitável que os imóveis fiquem um pouco degradados, como resultado do uso e do desgaste. Entre um inquilino e outro, sobretudo quando o locatário morou no imóvel por muito tempo, é essencial fazer os reparos necessários para atrair inquilinos interessados em permanecer por muito tempo, e até para poder cobrar um aluguel maior.
“Os inquilinos não querem fazer um grande investimento para tornar o imóvel habitável. No caso do aluguel residencial, em geral as pessoas têm um prazo curto para se mudarem. Se o proprietário despreza este fato, acaba atraindo um inquilino de pior qualidade e tendo que negociar um valor menor”, explica Nelson Parisi Junior, presidente da Rede Secovi de Imóveis.
A dica de Parisi é que o proprietário sempre forme uma reserva com um percentual dos aluguéis recebidos ao longo do tempo para a manutenção do imóvel ao final da locação. “Como ocorre com qualquer outro produto, há concorrência, e um imóvel melhor atrai um locatário melhor”, diz.
Segundo o diretor de locações da imobiliária gaúcha Guarida, Régis Scalari, os inquilinos evitam mesmo imóveis mal conservados “A resposta que recebemos dos interessados é que simplesmente ‘não dá’”, diz Scalari.
2. Não adaptar o imóvel residencial ao uso comercial
No caso dos imóveis comerciais para locação, a falta de adaptação vem se somar à má conservação na função de afastar bons inquilinos. Nelson Parisi explica que proprietários de casas localizadas em regiões que se tornaram comerciais normalmente desejam alugá-las para esta outra função. Porém, muitos não se preocupam em adaptar o imóvel para finalidades comerciais.
Ele explica que a divisão de cômodos, os tipos de janelas e a rede elétrica das casas residenciais muitas vezes não suportam a atividade de uma empresa ali instalada. “Até ontem aquele imóvel era uma residência. O proprietário deve investir algum dinheiro para adaptar a casa para uso comercial, a fim de atrair bons inquilinos”, observa Parisi.

3. Ser inflexível na aceitação de fianças
O fiador não é o único tipo de garantia que o inquilino pode oferecer. O seguro-fiança já é largamente difundido e oferece garantia pelos 30 meses do contrato de aluguel, caso o inquilino fique inadimplente. Essa é a modalidade que mais onera o locatário, uma vez que o valor pago a título de prêmio não é devolvido. Mas é uma alternativa para quem não tem fiador.
Existem ainda outras modalidades que dispensam o fiador e que possibilitam ao inquilino reaver o dinheiro depositado com correção monetária na hora de deixar o imóvel. É o caso do Título de Capitalização, da caução depositada em caderneta de poupança e dos fundos de investimento.
Outro obstáculo que os proprietários costumam impor é de só aceitar fiador com imóvel na mesma cidade do imóvel que está sendo alugado. Isso é permitido, uma vez que torna a operação menos onerosa caso seja preciso executar a garantia, mas deixa de fora todos os inquilinos nascidos fora da cidade.
Se a administradora do imóvel tiver uma estrutura nacional, pode ser interessante aceitar fiadores de fora. Contudo, se o proprietário realmente não quiser ceder, é bom considerar a aceitação de outras formas de garantia. “O ideal é aceitar o máximo de garantias possível”, diz Régis Scalari.
4. Rejeitar locatários que tenham animais ou filhos pequenos
Scalari lembra ainda que alguns proprietários não querem inquilinos que tenham filhos pequenos ou animais de estimação, sem razão aparente. “Às vezes é uma casa com quintal, com toda a possibilidade de ter um animal de estimação, e o proprietário não quer. Mas isso não tem muito sentido, pois o locatário tem que devolver o imóvel exatamente da forma como o alugou”, observa o diretor de locações da Guarida.
5. Restringir demais o uso e as modificações permitidas no imóvel
No caso de um imóvel residencial é até razoável restringir o tipo de modificação que possa ser feito. Mas, para Régis Scalari, restrições a modificações mais simples, como furar as paredes, não têm muito sentido, uma vez que é fácil revertê-las na hora da devolução do imóvel. “A pessoa pode querer morar no imóvel por cinco, dez anos, e não vai poder pôr um quadro sequer na parede?”, questiona.
Se o imóvel for comercial, essa intransigência se torna ainda mais complicada. “Para o negócio que vai se instalar ali pode ser importante fazer mudanças internas, como derrubar uma parede ou pintar as paredes de outra cor”, explica Scalari. Ele lembra ainda que há proprietários que chegam a restringir o tipo de negócio que pode ser instalado ali. Do tipo que aceita restaurante, mas não farmácia, por exemplo.
Em tese, anunciar o mesmo imóvel em mais de uma imobiliária pode fazer com que os corretores sejam mais compromissados e se esforcem mais para alugá-lo rapidamente, a fim de embolsar a comissão.
Contudo, o tiro pode sair pela culatra. Um imóvel anunciado em mais de uma ou duas imobiliárias pode passar a impressão de estar “encalhado” e de que o proprietário já está desesperado para locá-lo de qualquer maneira. “O inquilino em potencial pode achar que o imóvel tem algum problema”, diz Nelson Parisi, da Rede Secovi.
7. Ausência de armários e presença de mobília
Armários são grandes atrativos dos imóveis residenciais para locação, e a ausência desses móveis, especialmente na cozinha, pode dificultar para o proprietário encontrar um inquilino. “Pessoas mais velhas, que já vivem de aluguel há muito tempo, podem até ter seus próprios armários e até preferir imóveis sem esses móveis. Mas os mais jovens normalmente preferem apartamentos com armários”, explica Régis Scalari.
Apartamentos totalmente mobiliados também podem espantar inquilinos. Normalmente, explica o diretor de locações da Guarida, esses imóveis atraem um público mais jovem, que está começando a vida, como universitários ou pessoas que acabaram de se formar e conseguir o primeiro emprego. Pessoas um pouco mais velhas, com mais renda, estabilidade e desejosas de construir um lar provavelmente preferirão imóveis sem mobília.

80% das pessoas têm dificuldade em tirar registro de imóvel em Teresina

Para o Creci, várias construtoras iniciam obras de forma irregular na capital.
O registro de incorporação serve de como garantia do investimento feito.


12/08/2013 15h19 


Dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Piauí (Creci), 80% dos consumidores que compram imóveis na planta em Teresina têm dificuldade para conseguir o registro de incorporação. O documento é a uma garantia do investimento que é feito.
O empresário Valter Evangelista reclama da compra de um apartamento na Zona Leste da capital. Há seis anos ele possue o imóvel e nunca recebeu o documento de propriedade. "Sem registro eu não posso financiar, fazer nada, posso até conseguir vender, mas teria que ser à vista, que é muito difícil e caro hoje em dia", destaca.
O registro de incorporação é uma espécie de certidão de nascimento de um empreendimento. Construtores que negociam imóveis na planta são obrigadas a ter o documento, pois ele funciona como garantia que a obra será  executada dentro do prazo estabelecido e com todas as especificações previstas no contrato.
"Nesse registro de incorporação, de acordo com a lei, contempla todo o empreendimento. Dados de quantos metros quadrados, acabamento, revestimento, elevador, vagas de garagem, áreas privativas, comum, útil, tudo o que tem no condomínio estabelece neste documento", explica o presidente do Creci, Manoel Nogueira Neto.
De acordo com o Conselho, várias construtoras iniciam obras em Teresina de forma irregular, sem o registro de incorporação. "Os agentes que têm obrigação de obter este registro nem todos estão cumprindo. Apenas 20% deles, que são aqueles com financiamento bancário ou construtoras que vem de fora", comenta.
A lei é antiga, de 1964, mas a maioria dos empreendimentos não têm o documento obrigatório. Segundo Manoel Nogueira, o corretor que negocia um imóvel sem o registro de incorporação também pode ser punido. A Prefeitura de Teresina lembra que qualquer obra para ser construída precisa antes do alvará de construção.
Somente este ano, o Programa de Proteção de Defesa do Consumidor recebeu 56 reclamações relacionadas a falta do documento. O conciliador do Procon, Campelo Júnior, dá recomendações para os compradores de imóvel.
"O ideal é que as pessoas interessadas em comprar um imóvel procurem observar a qualidade do construtor, verifique as informações, se existem outros processos direcionados", revela.

Imóvel antigo terá até 25% de desconto no IPTU - Contribuinte informará idade da construção no recadastramento

Rafael Rodrigues
rafael.rodrigues@redebahia.com.br


Os imóveis de Salvador vão ter abatimento no IPTU em até 25% conforme o seu envelhecimento. Para garantir o benefício já no pagamento do imposto no ano que vem basta informar o ano de construção no recadastramento dos imóveis da capital baiana, que começa hoje. 

Nesta semana, cerca de 1,1 milhão de pessoas deverão receber em suas residências correspondências da prefeitura convocando para o recadastramento do IPTU, que será realizado exclusivamente pela internet.  
 No documento, a prefeitura informa que a realização do procedimento é obrigatória, pontua os benefícios que serão concedidos a quem realizá-lo e as penalidades para quem não cadastrar seu imóvel. 



Entre os benefícios está a redução no valor do IPTU conforme a idade da construção. “Foi aprovada a redução automática em função da idade na Reforma Tributária, mas no nosso cadastramento atual não existe a informação da idade. É importante que seja informada a idade de construção, de tal forma que a gente possa fazer uma redução automática do IPTU”, disse o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa.  

Quem fizer o recadastramento ou cadastrar seu imóvel pela primeira vez ganhará ainda 10% de desconto no IPTU em 2014 e 2015. Para quem mora em condomínio, para garantir todos esses benefícios, é necessário que o síndico também realize o procedimento.

Por outro lado, a punição para quem não fizer é uma multa de R$ 412,62, além da impossibilidade de receber isenção da cobrança, caso tenha direito. Atualmente, há 652.604 imóveis cadastrados na prefeitura, mas cerca de 140 mil são isentos, por serem  servidores municipais, militares ou mulheres de militares. 

Com a campanha, a prefeitura planeja incluir no cadastro mais 412 mil imóveis, que possuem ligação de água e energia elétrica, mas não estão no cadastro do município.

“Estamos dando a chance para que as pessoas voluntariamente se cadastrem e obtenham descontos. Mas, quem não fizer, já temos acesso ao banco de dados da Embasa e da Coelba, e a própria prefeitura vai fazer”, disse o secretário.

Em tese, todos esses novos cadastrados também serão obrigados a pagar IPTU. Segundo o prefeito ACM Neto (DEM), no entanto, novos critérios de isenção do imposto serão criados em projeto de lei a ser enviado à Câmara Municipal ainda este ano, que possuem caráter social. 

“Vamos fazer justiça fiscal. Quem pode menos vai pagar menos. Quem pode mais vai pagar mais e quem não pode não vai pagar. Mas, para ter isenção, tem que ter se cadastrado”, disse.

O projeto de lei, que ainda está em fase de elaboração, irá atualizar o valor venal dos imóveis de Salvador para a cobrança do IPTU, que está defasado desde 1997, ano da última revisão. Esse procedimento pretende aproximar o valor venal ao valor de mercado real, utilizando informações de compra e venda de imóveis nos últimos anos colhidos em cartórios. 

O projeto vai modificar os critérios para a definição das alíquotas que hoje variam de 0,1% a 1%, de acordo com critérios que definem se o imóvel é precário, simples, médio, bom, luxo ou de alto luxo. Essa progressão vai considerar, no ano que vem, o valor venal do imóvel, em faixas a serem definidas pela prefeitura no projeto de lei.

O prefeito ACM Neto ressaltou, em entrevista ontem no Palácio Thomé de Souza, a importância de atualizar o banco de dados para o planejamento de políticas públicas. 

“Fica mais fácil de organizar os serviços. Na área de limpeza, de coleta de lixo, ver como os imóveis estão organizados. Influencia no desenho das linhas de ônibus e dá para ver as regiões da cidade em que há efetiva carência de médicos, de postos de saúde”, disse.

Arrecadação
Mesmo com os descontos, a prefeitura estima aumentar a arrecadação com o IPTU. Além da atualização do valor venal dos imóveis, conta com os instrumentos de cobrança criados na Reforma Tributária aprovada na Câmara em junho para combater a inadimplência, que atualmente é de 36% – a prefeitura cobra R$ 420 milhões de IPTU ao ano, mas arrecada apenas R$ 270 milhões. 

“Os instrumentos que nos foram dados permitem que a gente reduza essa inadimplência”, ponderou Mauro Ricardo. Entre eles está o Cadin, que retira dos inadimplentes o direito a firmar contratos com a prefeitura, receber alvarás e licenças. A prefeitura poderá  fazer a cobrança extrajudical das dívidas, que leva o nome do devedor ao SCP e Serasa.



Prefeitura dará título de posse para casas em invasões
O prefeito ACM Neto salientou que a participação no recadastramento dos imóveis poderá ajudará a prefeitura a ter a real noção do número de imóveis que foram construídos em terrenos públicos e, por isso, seus proprietários não possuem título de posse. No recadastramento, para quem não possui a escritura, a comprovação da posse pode ser feita com qualquer outro documento de compra e venda. 

“Se uma pessoa cadastra um imóvel sem ter a sua titularidade confirmada, e aquele terreno é público, eu vou dar a titularidade do imóvel”, disse o prefeito.

Atualmente, a prefeitura estima que 30 mil imóveis na capital possuem essas condições, e pretende regularizar todos eles até o fim de 2016 – até o momento foram entregues 500 escrituras de moradores do Bairro da Paz. “Com o recadastramento, teremos a noção real de quantas casa precisam ser regularizadas”, completou.

‘Apês’ econômicos são destaque em Bauru

Segmento econômico puxa bom desempenho imobiliário na cidade e responde por 40% dos lançamentos

Wagner Teodoro


Anned Oliveira (ao centro), o namorado Rodrigo e a filha Ana Laura preferiram morar em um apartamento econômico: móveis planejados ajudam a ganhar espaço
O mercado da construção civil segue com ótimo fôlego em Bauru. A constatação vem de acordo com dados do Estudo do Mercado Imobiliário de Bauru, elaborado pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e pela Robert Michel Zarif Assessoria Econômica. A avaliação aponta que, entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013, foram lançados 1.915 imóveis residenciais em condomínios no município, todos em empreendimentos verticais. E o destaque fica por conta do segmento econômico, que responde por 40,42% do total. Além disso, prevalece a preferência por apartamentos de dois dormitórios.
Os 40,42% do segmento econômico significam 774 unidades lançadas. O número de apartamentos de dois dormitórios econômico responde por 36%, ou seja, 702 unidades. Apês de um quarto completam o percentual, com 72 unidades lançadas. No estudo anterior do Secovi, a categoria de dois dormitórios econômicos respondia por 280 unidades (12,16%) do total de imóveis lançados no período 2011/2012. O aumento percentual é de 150% e evidencia o avanço do segmento.
O estudo do Secovi-SP aponta também a opção por dois quartos como destaque em relação ao número de dormitórios, com um total de 1.068 unidades lançadas. Somam-se os 702 apartamentos do segmento econômico e outras 366 unidades tradicionais. A marca atinge um percentual de 55,77% do total de unidades lançadas em Bauru no período abarcado pela análise. O segmento de três dormitórios teve 486 unidades lançadas. O montante representa 25,38% do total. O de um dormitório, 361 ou 18,85%, entre econômico e tradicional. A opção por apartamentos de dois dormitórios passaria pela acessibilidade de compra e pela facilidade de financiamento.
O diretor geral do Secovi-Bauru, Riad Elia Said, destaca que o crescimento no setor imobiliário foi ancorado no segmento econômico, mas comemora o bom desempenho geral, dentro das expectativas. “Bauru se encaixou dentro da fração separada para a venda nesta classe (econômico). Felizmente, foi um sucesso a venda deste tipo de unidade. Mas, como se esperava pela posição estratégica de Bauru, não só apartamentos de dois dormitórios do segmento econômico foram bem, mas também os demais tiveram crescimento. Foi impulsionado, sim, pelo crescimento do segmento econômico, mas o bom desempenho foi geral”, celebra.
Outro ponto que chama a atenção no levantamento é a grande quantidade de imóveis com um dormitório. Foram lançadas 361 unidades entre os segmentos econômico e tradicional. Bauru supera a média de cidades do mesmo porte. “Bauru é um centro estudantil e por isso temos bastante lançamento neste setor”, avalia Said. Fora esta particularidade, Bauru acompanha a tendência do Estado de São Paulo. O estudo verifica ainda que nos 12 meses observados não foi lançado empreendimento de quatro dormitórios. “O que tem é remanescente do outro ano”, explica Said.
O diretor do Secovi Bauru salienta que o desempenho consolida a expansão constante do setor imobiliário no município. “Bauru continua sendo uma praça estável, de continuação de lançamentos. Não depende de ‘boom’ imobiliário da grande expansão do mercado nacional ou de parar lançamentos, como é observado em outros municípios”, pontua Said.
Outro motivo de otimismo, segundo Said, é que vendas satisfatórias em todos os segmentos mostram que os lançamentos estão acompanhando a demanda. O diretor do Secovi Bauru ainda constata que o mercado imobiliário bauruense é referência de investimento na região. “Continuamos confiando na praça de Bauru em comparação com os demais municípios da região. Os interessados em imóveis em Bauru não são apenas da cidade, mas também das cidades vizinhas. Compradores da região chegam a representar de 30% a 50%. Isso demonstra a confiança regional”, interpreta.

Desempenho consolidado
O estudo contempla também a performance de lançamento desde janeiro de 2010 até janeiro de 2013, verificando um total de  unidades lançadas acrescido de empreendimentos remanescentes de 6.187 imóveis em condomínios. Também nesta amostragem, o segmento de dois dormitórios econômicos lidera com folga, respondendo por 36% do total ou 2.228 unidades. A seguir, vêm os segmentos de três dormitórios, com 1.394 unidades, correspondendo a 22,5%, e o de dois dormitórios tradicional, com 21,2% (1.310 apartamentos). O Secovi-SP salienta que análise refere-se apenas a unidades verticais. O segmento de dois dormitórios também domina as vendas de apartamentos em Bauru, de acordo com o estudo. Somados, imóveis econômicos e tradicionais de dois quartos respondem por 57% do mercado.
A avaliação demonstra também que os imóveis são cada vez mais planejados em busca de melhor aproveitamento do espaço. Assim, verificou-se que o maior número de lançamentos ocorreu no segmento de imóveis com tamanhos de 46m² a 65m², com 43% do mercado e um giro médio relativo de 7% ao mês. Na sequência, está o segmento de até 45m², com 1.630 lançamentos e giro médio relativo de 10% ao mês.
O estudo aponta ainda que, na análise pelo preço de venda, a maior demanda está nos segmentos iniciais, de até R$ 145 mil e de R$ 145 mil a R$ 350 mil. Juntos, os dois segmentos abocanham 58% do mercado e têm retorno médio relativo de 8% ao mês e 11% ao mês, respectivamente.

Preço
O estudo do Secovi-SP contemplou também a avaliação do preço do metro quadrado na região. O levantamento mostra que o metro quadrado do apartamento de um dormitório saiu em média R$ 4.692,00 em Bauru e o de um dormitório econômico, R$ 3.973,00. O m² no segmento dois dormitórios padrão econômico ficou em média R$ 2.612,00, enquanto que o m² do apê de dois quartos tradicional saiu em média R$ 4.115,00. O metro quadrado no segmento três dormitórios teve o preço médio de R$ 5.315,00. Já o valor do m² do apartamento de quatro dormitórios foi em média R$ 7.336,00.

Funcional e confortável
Funcionalidade é a palavra chave para quem compra um apartamento econômico de dois quartos, o grande destaque do mercado imobiliário bauruense no último ano. E para atingir o objetivo utilizando os espaços da melhor maneira, é preciso uma boa dose de planejamento e criatividade. Aliás, a relação com o espaço é prioridade, uma vez que a intenção é ter um “lar, doce lar” cômodo e prático sem “estrangular” o ambiente. Com um pouco de engenhosidade é perfeitamente possível viver em um apartamento prático e confortável.
Anned Oliveira trocou, há aproximadamente um ano, um apartamento na zona central pelo atual, deixando o aluguel e migrando para um imóvel próprio. A mudança envolveu uma imediata adaptação. “Era um apartamento três vezes maior que o meu”, destaca. Oliveira estudou opções e buscou na engenhosidade soluções, e conseguiu um apartamento dois dormitórios que abriga de forma satisfatória os seus cinco moradores: ela, o namorado, Rodrigo Domiciano, a filha, Ana Laura Rodrigues, e dois gatos, Zorro e Pantera. “Tem que ter bastante criatividade, usar a parede até o teto para aproveitar bastante o espaço”, sugere.
A dificuldade maior, segundo Oliveira, ocorreu nos quartos. “Foi o mais complicado até por causa dos brinquedos da minha filha, brinquedos com os quais ela nem brinca, mas não quer se desfazer. No meu quarto não tem armário para tudo, roupas de frio...”, aponta. A dica é planejamento em busca da otimização, usar todos os espaços. “No quarto dela, usei o espaço embaixo da cama. Ensaquei o que ela não brinca e aproveitamos debaixo da cama e temos também um baú. No meu quarto pus uma cama com baú embaixo. Lá ponho as coisas que não uso tanto”, relata. No baú da cama estão as roupas de cama, enfeites de Natal e agasalhos mais pesados, explica Oliveira.
Outra indicação é evitar tudo que “roube” espaço. “Rack, estante não é aconselhável ter. Eu tive que fazer painel. Minha televisão é pregada na parede em um painel. Tenho uma prateleira para colocar os DVDs fixada neste painel”, comenta Oliveira. O ideal é evitar ao máximo utilizar o chão para não perder muito espaço. “Meu computador eu fiz um aparador e também fixei na parede. Se fosse usar uma escrivaninha também não iria caber”, diverte-se.
O casal buscou soluções práticas e inventivas para otimizar a ocupação dos espaços. Na cozinha instalou uma mesa dobrável e desmontável, também fixa na parede. “Ela fica fechada porque é um local que é passagem, um corredor. Se a gente está usando, abre. Terminou de usar, fecha e ela fica presa na parede”, explica Oliveira. A mesa é de confecção própria. O casal comprou as peças e montou todo o dispositivo. “O apartamento inteiro praticamente foi a gente que montou”, conta.

Desapego
A mudança de um local mais amplo para um apartamento de dimensões reduzidas requer, além de planejamento e criatividade, um desapego aos excessos: excesso de roupas, objetos, móveis... Enfim, dar um ponto final no acúmulo natural e, muitas vezes, irresistível. Isso exige uma mudança de comportamento e a postura de analisar e abrir mão do que não é compatível com o apartamento. Neste caso, vale a máxima do menos é mais, menos móveis e objetos e mais espaço.
“Eu abri mão de quase tudo, só fiquei com o sofá”, diz Anned Oliveira. E foi justamente o sofá que deu mais trabalho. “É um sofá que é modelar, um L, e tivemos que invertê-lo todinho para poder entrar. Mas sofremos para colocá-lo dentro do apartamento. Até estragou a porta e tivemos que fazer um retoque”, lembra. A substituição dos móveis antigos foi feita com outros mais adaptados e planejados para o novo ambiente, sempre em busca de manter o maior espaço para a família.

Pesquisa e otimização
Anned Oliveira revela que a definição do planejamento de seu apartamento passou por muita pesquisa para otimizar o aproveitamento de espaço e deixar o lar o mais funcional possível. “A gente visitava apartamentos mobiliados de 15 em 15 dias para pensar, olhar, mudar de ideia, ver o que iria fazer e tentar deixar da melhor maneira possível, com o maior espaço possível. Não é um apartamento grande e é para três pessoas”, observa.
Oliveira ainda salienta que a opção por um apartamento deste segmento precisa ser consciente e de acordo com as necessidades familiares para não causar frustração. Uma equação que envolve os fatores financeiro, tamanho da família e praticidade. “Se você tem uma família grande, fica mais complicado. Já se torna um transtorno morar em um apartamento do tamanho do meu”, pontua.
Em seu caso, o apartamento está sob medida. “Saio de casa de manhã e volto no final da tarde. Não preciso de mais espaço e não tenho tempo para organizar a casa, uma casa grande, para limpar e tudo mais. Então é o que basta. Quanto maior, mais bugiganga, mais trabalho para limpar e manter”, define.

Em alta também para locações
Se lideram com folga as estatísticas de venda em Bauru, apartamentos econômicos ganham espaço também entre as locações na cidade. E os motivos são os mesmos que os fazem se destacar nas vendas: preço e funcionalidade. “O apartamento econômico é melhor, pois além de ser mais barato, é também mais prático”, observa a relações públicas Isabela Gaspar.
Ela se mudou recentemente de Agudos para Bauru por motivos profissionais. “A mudança para cá foi em função dos meus horários, muitas vezes acaba ficando um pouco tarde para voltar de ônibus para casa”, explica. A relações públicas revela que no momento de escolher sua nova residência pesquisou o mercado antes de optar por seu atual imóvel e identificou em um apartamento econômico as características que buscava em seu novo lar.
Morando sozinha e ficando a maior parte do tempo fora de casa no trabalho, a relações públicas afirma que um apê econômico supre plenamente suas necessidades de espaço e é mais conveniente. “Algo pequeno é bem mais fácil para manter limpo e organizado. Principalmente com o cansaço do dia a dia”, salienta Gaspar.
A relações públicas aponta que a adequação aos pequenos espaços é o principal desafio encontrado em seu novo lar. “Principalmente para quem possui bastante coisa e pertences”, analisa. De acordo com ela, a solução para organizar tudo é usar a criatividade. “Por exemplo, comprar as famosas caixas organizadoras e até aqueles nichos que estão em alta no mercado de decoração”, receita.
A breve experiência em seu apartamento reiterou sua convicção de que um imóvel econômico é o ideal para suas necessidades e Gaspar planeja, posteriormente, adquirir um apê nos mesmos moldes do atual. “Primeiro quero me adaptar à nova vida e, depois, comprar algo que seja meu, mas bem prático e funcional, da mesma forma que este é”, destaca a relações públicas.

O primeiro apartamento
A manicure Kerolyn Soares da Silva acaba de realizar, juntamente com o noivo Jonas Silva Santos, o sonho da compra do imóvel próprio. A opção por um apartamento econômico foi a mais coerente para o casal quando analisado o custo-benefício da residência. A princípio, ambos pensaram em adquirir ou construir uma casa, mas as vantagens, como a rapidez na entrega e as facilidades na aquisição do apartamento, mudaram os planos. “Achamos que para construir iria demorar muito e fomos atrás do apartamento. Como já estava quase pronto para entregar, seria muito mais rápido”, destaca Silva, prestes a se mudar para a nova moradia.
A simplicidade na compra também é enaltecida pela proprietária. “Quando fomos ver para construir, era mais complicado, a entrada era muito alta. O apartamento foi mais simples, compensou mais”, compara. O casal encara o apartamento econômico como um primeiro passo rumo ao imóvel ideal. “Para começar, a gente achou legal. É claro que gente não vai ficar para sempre, mas é um começo”, ilustra Silva.
O imóvel se localiza no andar térreo do prédio e ganha maior espaço com uma área externa, aumentando o conforto, ressalta Silva. “O apartamento tem uma varanda, uma área de lazer. Então, não é tão pequenininho. É como se fosse um quintal mesmo, é superlegal”, festeja. A mudança de uma casa, onde mora atualmente, para um apartamento econômico, no entanto, vai exigir planejamento, admite a manicure. “Os móveis vão ter que ser todos planejadinhos, já estamos pensando nisso para não ficar tão apertado. Mas é uma questão de costume”, pondera.
Entre vantagens e desvantagens, a questão do tamanho do apartamento é que menos preocupa Silva. A falta de privacidade é o maior defeito para a manicure. Por outro lado, a segurança que um condomínio traz, compensa. “Desagradável é a questão do barulho, privacidade, por ter vizinhos muito próximos. Mas a gente coloca uma cortina, dá um jeito. Além disso, a gente se sente mais seguro. É um condomínio fechado, com portaria 24 horas”, aponta.