quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O que valoriza ou deprecia um imóvel

O Dia, Imóveis, 07/dez

Em qualquer negociação, a lei da oferta e da procura é que determina o preço do produto. No caso dos imóveis, seja para comprar ou alugar, o valor da unidade também será de acordo com o número de interessados em morar no bairro.

Para quem é inquilino, proprietário ou investidor, é importante avaliar alguns fatores externos na hora de negociar. Itens como segurança, serviços e infraestrutura disponíveis tornam uma região mais prestigiada e procurada do que outras.

"A maioria sonha em morar em regiões próximas do trabalho e de onde estuda. Com o trânsito caótico, estar perto de estações de metrô, de bancos e de supermercados é um atrativo a mais para um bairro. Com certeza, esses serviços por perto elevam bastante a procura e, consequentemente, o preço de um imóvel", explica Germano Leardi Neto, diretor da imobiliária Paulo Roberto Leardi.

Segundo ele, cemitérios e favelas também podem desvalorizar um bem. "Por conta do barulho, avenidas de grande fluxo, feiras e presença de transporte público farto tendem a depreciar unidades residenciais. No entanto, esses fatores podem elevar o preço de salas comerciais, já que ajudam no fluxo de funcionários", ressalta o diretor.

Edison Parente, vice-presidente comercial da Renascença Administradora de Imóveis, endossa que o entorno contribui para a valorização ou depreciação.

"A redondeza tem infraestrutura de transporte, saneamento, segurança e lazer? Se tem, provavelmente é um imóvel valorizado no mercado. Se não tem, ainda há espaço para valorizar, pois a infraestrutura chegará", diz.

Ele complementa que as áreas que continuam a se valorizar, mesmo após o desaquecimento do mercado imobiliário, têm esse movimento por conta das questões de melhoria de infraestrutura.

"Enquanto algumas áreas se mantêm estagnadas, outras se valorizam pelo investimento dos governos municipal, estadual e federal em obras como o Parque Madureira e a implantação das UPPs e dos corredores expressos de ônibus", afirma Parente.

Opções de crédito

O Fluminense, Especial Habitação, 15/dez

É natural que exista dificuldade para a aquisição de um bem de alto valor, principalmente para quem está começando a vida. Os financiamentos têm por função facilitar o acesso das pessoas a esses bens, mas se por um lado ajudam na hora da compra, a obtenção de crédito também gera endividamento, e por isso precisa ser muito bem planejada. Nesse caso, é recomendável avaliar o quanto se pode pagar e buscar conciliar uma boa compra com prestações que não comprometam demais o orçamento.

Atualmente, construtoras e imobiliárias estão cada vez mais prestando auxílio aos compradores durante todo o processo para conseguir um financiamento. Muitas vezes os empreendimentos lançados já iniciam a comercialização com um modelo de financiamento sugerido. Além disso, algumas empresas também oferecem cartilhas de orientação ao cliente sobre como proceder em relação ao processo de financiamento.

O principal ponto a ser observado antes da escolha do melhor modelo de financiamento é a situação financeira do comprador, através de seus comprovantes de renda e a sua capacidade de pagamento, pois só assim será possível decidir por uma modalidade de financiamento bancário, explica o diretor regional da PDG Rio, Cláudio Hermolin.

"Os financiamentos imobiliários, como produtos financeiros montados pelos bancos, visam fornecer crédito para aquisição de imóveis, usando como garantia do pagamento o próprio imóvel. As opções mais comuns são os financiamentos bancários que podem ser com o imóvel na planta, em construção ou pronto, ou o financiamento direto com a construtora, onde os prazos são normalmente menores", explica o diretor.

O economista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Ivando da Silva Faria concorda que a escolha do financiamento adequado deve levar em conta o comprometimento de renda.

"A prestação a ser paga pelo financiamento é composta por juros e amortização. Juros é quanto custa você utilizar em seu benefício recursos que não são seus, é quanto você paga a quem lhe emprestou. Já amortização é o pagamento, a devolução do dinheiro que lhe foi emprestado", explica.

Segundo Ivando, as modalidades de financiamento bancário, ou tabelas, se dividem em conceitos, sendo os mais utilizados o Price e o SAC.

"O Price oferece prestações constantes ao longo do prazo do empréstimo e as amortizações são crescentes, começam baixas e vão aumentando. No SAC (Sistema de Amortização Constante), as prestações são maiores no início, mas paga-se menos juros ao longo da vida do empréstimo. Existe ainda o Sacre, que tem amortizações crescentes. Muito adequado para um jovem, pois no início vai amortizar pouco e ao final, muito. Em geral as instituições financeiras não falam dessas possibilidades e apresentam planos padronizados, mas é possível negociar", ensina.

Ivando Faria lembra que o não pagamento da dívida pode levar o imóvel a leilão, e aconselha que as pessoas, por prudência, optem por um imóvel com um valor abaixo do que acreditam poder pagar. Segundo ele, uma boa estratégia é começar a vida adquirindo um imóvel pequeno para poder pagar as prestações e ainda poupar, para que a médio prazo se tenha recursos para adquirir um imóvel melhor.

"O hábito da poupança é um aspecto extremamente positivo na vida das pessoas. Um jovem deve optar por um imóvel de valor mais baixo e amortizações crescentes. Já um profissional com boa renda pode escolher um imóvel de preço mais elevado em um sistema decrescente ou constante. Não há muito mistério. Na verdade é uma questão que deve ser tratada para cada indivíduo de forma diferente", afirma o economista.