quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Imóvel usado requer mais cuidados com estrutura

Folha de São Paulo, Mariana Desidério, 15/dez

Imóveis antigos têm a vantagem de serem maiores do que os lançamentos recentes e custarem menos em comparação com novos do mesmo tamanho, mas é preciso prestar atenção à estrutura do apartamento e ao estado de conservação do prédio antes de fechar o negócio.

O engenheiro Victor Ventura, da Ventura Consultoria, destaca que a fiação é um dos principais pontos a se ficar atento, por isso recomenda checar se não há fios expostos e como está a situação do quadro de luz - se não há sinais de curto-circuito, por exemplo.

A idade da fiação também deve ser levada em conta. "Depois de um tempo, o plástico que protege os fios começa a ficar quebradiço."

Verificar a situação das madeiras também é importante, pois podem ter infestação de cupins. "O comprador consegue ter uma ideia apenas batendo, para ver se está oca."

Os apartamentos de último andar merecem atenção redobrada, já que as infiltrações são mais comuns. É necessário desconfiar mesmo quando não há manchas aparentes.

"Para vender, a pessoa dá um banho de loja, faz uma pintura, e isso disfarça as infiltrações", alerta.

Por conta de questões como essa, é recomendável contratar um especialista para fazer uma vistoria.

"Não é um serviço caro e, muitas vezes, é o negócio da vida da pessoa, então é importante que ela tenha esse cuidado", diz Marco Dal Maso, diretor da Aabic (Associação de Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo). O serviço custa cerca de R$ 200 por hora.

Casas antigas merecem atenção redobrada do comprador

As casas antigas merecem ainda mais atenção do que os apartamentos, pois podem ter sido construídas sem a supervisão de um especialista.

Redes de decoração e reforma começam temporada de descontos

"Em geral, as construtoras de edifícios trabalham com engenheiros. Já as casas podem ter sido erguidas sem esse suporte", afirma o engenheiro Victor Ventura. Por isso, a recomendação é fazer uma pesquisa para saber quem construiu o imóvel.

Nas casas, o principal problema a ser observado pelo comprador são as rachaduras, segundo o engenheiro. "Trincas grandes e compridas são mais preocupantes. Se estiverem perto de uma viga, podem ser muito comprometedoras", diz, ressaltando que o risco de uma fissura só pode ser dimensionado por um especialista.

Outro ponto que merece atenção é o telhado. "Às vezes, há infestação de cupins no madeiramento, o que pode levar ao desabamento da estrutura."

Essa foi a principal reforma que o administrador Marcelo Cernuschi fez em sua casa. O imóvel, comprado em 2009, fica na Lapa, na zona oeste de São Paulo, próximo à linha férrea.

"Mudei o madeiramento do telhado e também troquei as telhas, pois havia infiltração", conta. Além disso, foi necessário fazer a troca da fiação elétrica. Cernuschi afirma que não se sabe ao certo a idade da casa, mas diz acreditar que é dos anos 1940.

Para ele, a escolha valeu a pena. A compra do imóvel ficou em R$ 230 mil, e as reformas saíram por R$ 15 mil. "Comprei de um casal que se mudou para o interior. Paguei uma pechincha", afirma.

Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, essa é mais uma vantagem do imóvel usado: fazer negócio com pessoas comuns. "É diferente de lidar com uma incorporadora, inflexível na negociação."

Redes de decoração e reforma começam temporada de descontos

De olho no consumidor que quer redecorar a casa antes das festas de fim de ano ou logo no início de 2014, várias redes de móveis e de material de construção lançam promoções em que anunciam descontos de até 70%.

A Telhanorte promete redução de preços nas lojas da rede em Minas Gerais, São Paulo e Paraná até a próxima quinta-feira (19).

A Dicico tem produtos com abatimento no preço até quarta-feira (18). Na C&C, a campanha promocional vai até o dia 24.

Já a Leroy Merlin não informou o percentual de desconto. A rede lançou o Festival da Jardinagem, que termina também no próximo dia 24.

Segundo a assessoria da empresa, há 300 produtos em promoção, entre móveis para piscinas, equipamentos para jardinagem, churrasqueiras e flores.

No início do ano, a concorrência também deverá estar acirrada. Na Etna, são anunciados descontos dos dias 2 de janeiro a 9 de fevereiro.

No Lar Center, shopping na zona norte da capital paulista, a campanha vai de 17 de janeiro a 16 de fevereiro. Na rede Tok&Stok, as ações promocionais começam em 7 de fevereiro e terminam em 2 de março.

Niemeyer

O Globo, Negócios & Cia, 18/dez

A Prefeitura de Maricá recebeu a versão final do complexo turístico desenhado por Oscar Niemeyer para a cidade. É assinada pelo bisneto do arquiteto, Paulo Sérgio Niemeyer. Terá aquário, torre panorâmica, centro de pesquisas, restaurante e outras facilidades, numa área de 63.400m².0 edital de licitação do projeto sai no fim de janeiro.

Habitação e transporte puxam alta do IPC-Fipe na 2ª prévia do mês

Valor Econômico, 18/dez

Puxada por habitação e transportes, a inflação aprofundou na cidade de São Paulo na segunda quadrissemana de dezembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), saiu de alta de 0,45% na primeira medição do mês para 0,50% na leitura seguinte.

A taxa de cinco dos sete grupos que compõem o IPC-Fipe acelerou. Habitação partiu de avanço de 0,50% para 0,56% e foi responsável por 0,17 ponto, ou 34,6% da alta do indicador na segunda quadrissemana. Em seguida, apareceram Transportes, que avançou de 0,43% para 0,63%, com peso de 0,11 ponto, contribuindo com 22,4% do avanço. 

Outras classes de gastos que subiram mais entre um levantamento e outro foram Despesas pessoais (0,61% para 0,66%), Saúde (0,49% para 0,59%) e Vestuário (0,26% para 0,30%).

Com abrandamento no ritmo de alta, apareceram Alimentação, que passou de 0,38% para 0,31% de elevação, e Educação, que saiu de 0,12% para 0,11% de aumento.

Na comparação com a segunda quadrissemana de novembro, quando o IPC-Fipe subiu 0,55%, houve desaceleração em quatro grupos, com destaque para alimentação, que saiu de avanço de 1,47% para 0,31%.

Prefeitura do Rio sorteia 1.727 imóveis do 'Minha casa, minha vida

Extra, 18/dez

A Secretaria municipal de Habitação do Rio de Janeiro sorteará, a partir de hoje, mais 1.727 imóveis consruídos pelo programa federal de moradia popular "Minha casa, minha vida" para famílias com renda mensal de até R$ 1.600. Os imóveis, localizados nos condomínios Recanto do Paçuaré I e II e Vivenda das Gaivotas, em Cosmos, e Vivenda dos Pintassilgos, em Santíssimo, são compostos por sala, dois quartos, cozinha e banheiro.

Segundo a secretaria, há 50.871 idosos e 22.544 pessoas com deficiência inscritos para os sorteios, concorrendo a 52 e 17 unidades habitacionais, respectivamente. Os que não forem beneficiados voltarão a participar do sorteio geral, no dia 21, que englobará todos os cadastrados, num total de 418.384 participantes.

Os sorteios vão se basear na Loteria Federal. Os editais estão no site www.rio.rj.gov.br/web/smh.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Dilma lança hoje 3ª fase do Minha Casa Minha Vida, diz Cbic

O GLOBO 20/11/2013

Presidente da entidade afirma que meta da nova etapa do programa será construir entre 2,4 milhões e 3 milhões de moradias.


BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff lançará na noite desta quarta-feira a terceira etapa do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, disse o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safadi Simão, no começo desta tarde. Segundo ele, a meta da nova fase do programa deverá ficar entre 2,4 milhões e 3 milhões de moradias novas até 2017. Ele afirmou que, até agora, foram contratadas 3,4 milhões de unidades habitacionais pelo programa, somando o governo Lula e o atual governo.

- É importante uma sinalização sobre a continuidade do programa - destacou Simão, acrescentando que o setor tem um ciclo específico de produção, que envolve compra de terrenos, por exemplo, e precisa se planejar. Ele esteve reunido com Dilma hoje pela manhã.

A entidade divulgou projeções para a economia para o ano que vem, em almoço nesta quarta-feira. Com a economia retraída neste ano, a Cbic reduziu o crescimento do PIB do setor de 2,5% para 2% este ano. Para 2014, a projeção é de alta entre 3% e 4%, caso as concessões do governo federal deslanchem.

Segundo o vice-presidente da entidade, José Carlos Martins, a melhoria no cenário dependerá da retomada do investimento privado. A Cbic estima que o PIB do país cresça 2,5% neste ano e em 2014.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Casas que não parecem...mas são feitas com contêineres

Talvez seja difícil ver um contêiner comum num pátio e imaginar que ele pode se transformar numa linda casa, mas, nos Estados Unidos, o método construtivo tem se tornado cada vez mais comum. Como são feitos de material resistente, como o aço, eles acabam sendo usados inteiros muitas vezes em, até mesmo, residências de dois andares. Já alguns moradores preferem apenas usar a estrutura, e depois colocam um revestimento de madeira ou drywall para deixar as paredes da casa com aspecto comum.

A ideia de usar contêineres reciclados não é simplesmente por sua força. Há, ainda, um caráter sustentável também muito valorizado. Estas residências, geralmente, são agregadas a outros cuidados “verdes”, como telhados de grama (que minimizam o calor), água reutilizada e grandes janelas (para maior aproveitamento da luz solar e, com isso, reduzir o uso de energia na casa).










Grupos de brasileiros tentam criar a primeira cohousing do país

GLOBO ON LINE


A ideia básica até lembra a de um condomínio ou vila: famílias vivendo em suas casas e compartilhando áreas comuns de lazer e facilidades, como lavanderia e até cozinha. Mas para os adeptos desse estilo de vida que vem crescendo na Europa e já começa a ganhar admiradores no Brasil, a cohousing vai além, ao reunir pessoas dispostas a viver em comunidade, partilhando bens materiais como ferramentas e alimentos, mas também, valores como amizade e solidariedade.
E com um importante componente econômico: os custos de manutenção, tanto do espaço comum como de cada casa individualmente, acabam sendo menores.


Essa sustentabilidade, aliás, é característica marcante das cohousings e está presente tanto nas soluções arquitetônicas — muitas têm telhados verdes e sistemas de aquecimento solar e uso de água da chuva —, como nas atitudes diárias. Dividir carros e bicicletas ou dar caronas solidárias é comum entre os membros das comunidades existentes na Europa, Canadá e EUA. Assim como cuidar dos vizinhos idosos ou dos filhos dos vizinhos — para os pais fazerem um programa noturno, por exemplo.

— O princípio básico da cohousing é que as pessoas se conhecem e querem viver coletivamente — diz Rodrigo Munhoz, do escritório Guaxo Projetos Sustentáveis, que criou um projeto de cohousing e tenta implantá-lo em Piracicaba.

Por enquanto, seu grupo reúne sete famílias da região com perfis distintos — de jovens solteiros a casais com filhos de diferentes idades — unidos pelo desejo de compartilhar e levar uma vida mais sustentável. Se construído do jeito que está, o projeto custaria pouco mais de R$ 1,1 milhão e ocuparia um terreno a sete quilômetros do centro da cidade. Mas como a ideia é que os futuros moradores opinem sobre como devem ser as casas e áreas coletivas, o projeto ainda pode mudar.

Por enquanto, Munhoz prevê sete apartamentos de 50 metros quadrados, cada, além de uma área comum com cozinha coletiva, estacionamento, bicicletário e piscina. O desenho, e o desejo de viver numa cohousing, surgiu depois que ele passou ano e meio pesquisando ecovilas na Europa e acabou descobrindo as cohousings, conceito que nasceu na Dinamarca nos anos 1960, a partir dos 1990 ganhou Canadá e EUA, e, recentemente, chegou à Europa.
Por aqui, ainda não há cohousing construída, mas crescem os grupos de interessados, que se reúnem para conhecer o modelo. A arquiteta e urbanista Lilian Lubochinski é uma das pessoas que tem capitaneado uma série dessas reuniões em São Paulo. A próxima, em dezembro, já não tem vagas. Prova que o tema tem despertado a curiosidade.

— As primeiras reuniões introduzem o tema. Depois, servem para que as pessoas se conheçam. Na última que fizemos, falamos de música e animais. Isso é fundamental para uma boa convivência, já que não há hierarquia nem uma pessoa que manda na comunidade — explica Lilian, contando que já há um primeiro grupo disposto a montar uma cohousing na Granja Viana, região a 25 quilômetros da capital.

Uma das pessoas que tem participado dos encontros é a psicoterapeuta Anna Rezende, que morou cinco anos na cohousing inglesa Hoathly Hill Community, em Sussex, onde era a responsável pelo jornal semanal, além de ajudar a tomar conta dos mais velhos. Outros membros dividiam outras tarefas: cuidar da horta, das finanças. Todos com participação voluntária.

— Havia a ideia de que o bem estar do outro também pode ser responsabilidade minha — diz Anna, criticando o isolamento gerado pelo estilo de vida das grandes cidades. — Deixamos de notar os outros. Apesar do celular e das redes sociais, as pessoas estão cada vez menos preparadas para os verdadeiros desafios da vida: relacionamentos, criação dos filhos, cuidado com idosos.

Na maioria das cohousings, há dois encontros semanais: um café da manhã, geralmente aos sábados, que reúne os vizinhos na cozinha coletiva, e as reuniões para discutir pendências e conflitos, que, claro, existem. E são tratados em cada comunidade de seu jeito. Há as que preferem conversas francas que apelam para o bom senso. E há até as que organizam uma espécie de teatro representando a briga em questão, para fazer com que os “brigões” percebam que os conflitos não são tão importantes.

Prefeitura estuda construção de rodoviária em Vigário Geral


O GLOBO Publicado: 


O prefeito Eduardo Paes afirmou, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, na manhã desta segunda-feira, que a Rodoviária Novo Rio não absorve mais a demanda da Região Metropolitana do Rio. Eduardo Paes voltou a afirmar que é preciso um novo terminal e estuda a ideia de construí-lo-lo em Vigário Geral, na Zona Norte.


— A cidade precisa de uma nova rodoviária, urgente. Essa rodoviária (Novo Rio) não absorve a demanda. Estamos estudando (locais). Teremos vários terminais ao longo do BRT Transbrasil. A gente pensa na área do Dnit (Departamento Nacional de infraestrutura e Transportes), no início da Dutra — disse o prefeito.


Paes também criticou as “rodoviárias ilegais” que funcionam ao lado do terminal Novo Rio e levam passageiros em vans para diversas áreas do estado. Ele informou que vai aumentar a fiscalização para coibir a prática:
— Quando você mexe num lugar como esse, descobre coisas que não sabia. A responsabilidade disso é um jogo de empurra. Vou falar com o Cabral, colocar o Detro para fiscalizar, impedindo que aqueles absurdos aconteçam.
Bloqueios na rodoviária

A preocupação com o trânsito na Zona Portuária levou o prefeito Eduardo Paes, no sábado, a autorizar o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osorio, a fazer bloqueios nos acessos à Rodoviária Novo Rio, para evitar a entrada de mais ônibus do que a capacidade do terminal. No fim da noite de quinta-feira e manhã de sexta-feira, a região em volta da rodoviária registrou longas filas de ônibus esperando a hora de desembarcar ou embarcar passageiros. Na ocasião, Osorio acusou a Novo Rio de fazer overbooking, o que o consórcio responsável pelo terminal negou. Com as barreiras, o objetivo da prefeitura era evitar que o trânsito de volta do feriadão se juntasse ao fluxo normal de veículos chegando à região central da cidade.

Para tentar reduzir os impactos da interdição da Avenida Rodrigues Alves, a Via Binário do Porto ganhou uma faixa reversível, das 6h às 11h, no sentido Praça Mauá, entre a Rua da Gamboa e a alça de acesso à Perimetral, na direção do Aterro do Flamengo. A faixa reversível será exclusiva para veículos de passeio e permitirá somente o acesso à Perimetral, não podendo ser utilizada para chegar à Rua Barão de Tefé.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Fim de ano pode ser boa época para comprar imóvel


Este final de ano pode ser um bom momento para quem já vinha procurando imóveis. Além da desaceleração da alta dos preços no mercado imobiliário, algumas construtoras oferecem descontos ou melhores condições de negociação neste período, de olho no maior poder de compra dos consumidores, que recebem o 13º salário, e na redução dos estoques para alcançar um bom fechamento anual.

 Como a adoção de uma estratégia mais agressiva de vendas depende da condição de cada construtora, e não apenas do fator sazonal, a orientação é aproveitar boas oportunidades se a intenção já era comprar um imóvel, mas não encarar o momento como uma chance única de conseguir bons preços na compra do imóvel.

Segundo especialistas, o cenário é propício para que algumas oportunidades surjam principalmente entre as construtoras que possuem capital aberto, uma vez que, com as ações negociadas em Bolsa, elas precisam alcançar certas metas e mostrar bons resultados aos acionistas nos balanços trimestrais.

Para isso, algumas delas buscam oferecer promoções para reduzir seus estoques e aumentar o fluxo de caixa. “Algumas empresas fazem promoções ostensivamente, anunciam descontos, mas outras acabam apenas oferecendo melhores condições nos plantões de vendas”, explica o professor titular de real estate da Escola Politécnica da USP, João da Rocha Lima. Algumas boas ofertas, como ele acrescenta, podem não estar estampadas em anúncios, mas sim aparecer durante o momento da transação ou da negociação.

Luiz Fernando Gambi, diretor de comercialização e marketing do Secovi-SP, complementa que muitas empresas acabam trabalhando seus descontos de forma mais "banal", sem grandes alardes. “Muitas empresas, quando querem incentivar as vendas, comunicam aos seus canais de venda que estão flexibilizando sua tabela de desconto. Elas avisam aos vendedores que se antes eles poderiam dar descontos de 2%, agora podem trabalhar com 3%”, diz.

Marcelo Dzik, diretor de incorporação da construtora Even, afirma que o final de ano é um momento em que a construtora busca aproveitar a maior disponibilidade de renda dos consumidores por causa do décimo terceiro e também a maior intenção de compra de algumas pessoas que pretendiam comprar seu imóvel em 2012, mas ainda não o fizeram. Mas, ele explica que as oportunidades são muito mais condicionadas à necessidade de desovar unidades em estoque em um determinado momento, ou ao tipo de produto oferecido do que ao encerramento do ano.

Para encontrar maiores descontos nesta época, uma dica dos especialistas é partir do comprador a oferta de melhores opções de pagamento. Oferecer uma entrada maior, por exemplo, é algo que pode gerar descontos durante o ano todo, mas no final do ano a oferta pode surtir ainda mais efeito se a construtora estiver em busca de melhores resultados antes do ano acabar.



Cuidados 

Ainda que todos os fatores levantados indiquem que os compradores podem se beneficiar neste final de ano, é importante que a decisão da compra seja planejada. Grandes “saldões”, descontos, brindes e vendas diretas com as construtoras são jogadas de marketing que podem ser muito bem-vindas, mas não devem ser o fator norteador da compra.

Conforme Rocha Lima explica, a compra de um imóvel, em muitos casos, representa o gasto mais alto da família, por isso é preciso ter cautela. “Um imóvel não é uma mercadoria que você entra na loja e compra. É uma decisão lenta, que exige reflexão, exige um olhar de 20 anos para frente e, em um horizonte mais curto de tempo, exige um olhar sobre a estabilidade do emprego e a capacidade de pagamento”.

As eventuais promoções de final do ano e as valorizações mais modestas, portanto, não devem acelerar a compra. O processo costuma ser demorado e durar cerca de seis a sete meses, segundo o professor da Politécnica. Por isso, fechar o negócio em um mês apenas pela motivação da promoção pode não ser uma boa decisão.

Gambi também acrescenta que de fato algumas empresas, para demonstrar aos acionistas resultados, reforçam as vendas em períodos de mudança de trimestre, mas mesmo assim elas não são capazes de oferecer descontos tão altos. “Elas podem estar dispostas a abrir mão de um pequeno lucro, mas olhando os balanços das empresas de capital aberto, a maior parte das incorporadoras têm margem de lucro de 11%, 12%. Então, se elas oferecerem 12% de desconto, elas não ganham nada”, afirma.

Portanto, segundo o diretor do Secovi, muitas vezes descontos superiores a 12% podem ser impraticáveis e sinalizar que o imóvel tem algum tipo de problema que tem impedido sua venda.

Por: Priscila Yazbek

Fonte: Exame 

Como pagar menos IR na venda de um imóvel


Os últimos anos foram um oásis para quem já tinha seu imóvel próprio. Os preços subiram nas alturas... Aí o indivíduo decide vender seu imóvel para embolsar este lucro e percebe que terá que pagar um imposto enorme sobre todo este ganho. O que fazer? 

Via de regra, ao vender seu imóvel, o cidadão pagará um imposto de 15% sobre o ganho de capital nesta negociação, ou seja, na diferença positiva entre o valor de compra - que deve estar informado na declaração do imposto de renda - e o valor de venda. Muitos acham que este imposto só deverá ser pago em abril do ano seguinte quando for efetuada a declaração de renda, porém, o contribuinte deverá quitar o tributo até o último dia útil do mês seguinte ao da venda. 

Para isto, será necessário preencher o Programa de Apuração de Ganho de Capital – que pode ser baixado do site da Receita -, que irá ajudar o vendedor a calcular o imposto, emitir o DARF para pagamento do imposto e depois até exportar estas informações para a Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda do ano seguinte. 

Porém, existem algumas formas previstas na legislação brasileira de se evitar ou pelo menos minimizar o imposto na venda deste imovel. E aí é que entra o Planejamento Tributário visando obter uma economia destes impostos.

Veja abaixo algumas maneiras de minimizar ou até evitar o imposto sobre o ganho de capital na venda de um imóvel: 

1. Comprar outro imóvel residencial em até 180 dias 

É possível ficar isento da tributação de ganho de capital se o valor da venda for utilizado para comprar um novo imóvel e o contrato de compra e venda for assinado em até 180 dias da venda. Porém, iste benefício só é válido para pessoas físicas e para imóveis residenciais. Vale ressaltar que se a venda for efetuada depois da compra, este benefício não poderá ser utilizado. Porém, o contribuinte somente poderá usufruir desta isenção uma vez a cada cinco anos. 

Se não for empregado o valor total da venda em uma nova compra, por exemplo, o novo imóvel custar a metade do valor recebido pela venda, o imposto só incidirá proporcionalmente sobre os 50% que não foram gastos. 

2. Vender imóveis por até R$ 440 mil. 

Se o imóvel for vendido por até R$ 440 mil, também haverá isenção de imposto e nem será preciso comprar outro imóvel com este valor, basta que seja o único 

imóvel no nome do contribuinte e que ele não tenha alienado nenhum imóvel nos últimos 5 anos, independente de ter utilizado esta isenção ou não. 

3. Vender imóveis de pequeno valor 

Para os bens de pequeno valor, incluindo os imóveis de qualquer natureza, com valor de venda de até R$ 35 mil não há tributação sobre o ganho de capital, sem nenhuma restrição. 

4. Atualizar o valor histórico do imóvel incluindo os custos de aquisição/venda e benfeitorias 

Também é permitido incluir as benfeitorias no valor histórico do imóvel que consta na declaração. Desta forma, o ganho de capital na venda será menor e o valor a pagar de imposto sobre este ganho também. Mas para isto é preciso guardar todas as notas e recibos por até 5 anos após a venda do bem para comprovar o aumento do valor histórico para a Receita Federal. Podem ser declaradas as obras de reforma, ampliação, pintura e pequenos reparos. 

Também é possível incluir no valor declarado do apartamento os montantes gastos com o imposto de transmissão (ITBI) e até com os juros pagos do financiamento. 

No momento da venda, é permitido abater também o que foi pago de corretagem, desde que seja declarado na aba de pagamento efetuados. 

5. Utilizar o fator redutor de ganho de capital 


Para quem tem mais idade, ainda tem um benefício a mais, a isenção do tributo para os imóveis comprados antes de 1969. 

Se o imóvel tiver sido adquirido entre 1970 e 1988 também haverá uma redução do imposto pelo fator redutor, conforme tabela a seguir:


E mais recentemente, a MP do Bem de 2005 introduziu novamente o fator redutor do ganho de capital para imóveis mais novos, onde o imposto vai diminuindo conforme o tempo em que o bem ficou sob a propriedade do contribuinte. 

Uma questão interessante é no caso de bens adquiridos por meio de herança. Neste caso, é importante verificar a possibilidade de transferir o imóvel para o herdeiro pelo valor de mercado e não pelo valor histórico, como seria o mais indicado aparentemente para não precisar pagar o imposto de renda de ganho de capital nesta transação. 

Algumas vezes, se o imóvel tiver sido adquirido pelo falecido há muito tempo, o espólio poderá usufruir dos benefícios do fator redutor citados acima e ficar isento da tributação ou ter uma boa redução do imposto a pagar. O único senão é que neste segundo caso, o imposto deverá ser antecipado, porém quando o herdeiro for vender o imóvel recebido de herança, pagará o imposto somente sobre o ganho de capital acima deste valor atualizado a mercado no momento do inventário. Dependendo da situação, mesmo se for necessário adiantar o imposto, ainda poderá ser bem vantajoso.

A regra geral é que o contribuinte que obtiver ganho de capital na venda de seu imóvel estará sujeito ao pagamento de imposto de 15%. Entretanto, há várias situações previstas na lei que permitem a redução ou até isenção total deste imposto. Estas regras não devem ser desprezadas, principalmente pelo contribuinte que já possui o bem há bastante tempo.

Lembre-se de ficar a tento à legislação, pois isso pode significar uma boa economia no imposto a pagar no caso de ganho de capital na venda do seu imóvel.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Grupos constroem shopping no interior da BA

Folha de São Paulo, Mercado Aberto, 12/nov

As empresas Deltaville e Marca Empreendimentos, que atuam com projetos imobiliários, irão construir um shopping em Barreiras, no oeste da Bahia. O projeto terá aporte de R$ 150 milhões.

"Barreiras e região têm uma economia que se fortaleceu por causa do agronegócio. Há uma demanda reprimida no comércio local", afirma Antonio Guadagnin, presidente da Deltaville.

O centro de compras, o primeiro investimento da companhia no segmento, ficará ao lado de um bairro que foi implantado pela empresa, com cerca de 5.000 lotes.

Com previsão de entrega para 2016, o shopping terá espaço para 140 lojas, em uma área bruta locável de 17 mil metros quadrados.

"Pelo menos 60% das unidades serão ocupadas por lojistas da própria região", diz Avelino Cortellini Junior, dono da Marca, responsável pela concepção do centro de compras e também sócio do empreendimento.

"Não é o objetivo do projeto se transformar em um concorrente predador [do comércio local]", afirma.

Os aportes no shopping serão feitos com recursos próprios e de investidores, segundo os empresários.

A área onde será erguida a estrutura poderá, no futuro, agregar outros projetos, como um hotel e um centro médico, diz o presidente da Marca.

Além de loteamentos urbanizados na Bahia, a Deltaville atua no mesmo segmento nos Estados do Pará, do Maranhão e do Ceará.

A Marca, por sua vez, trabalhou no desenvolvimento de cerca de 30 shoppings, o último deles em Bauru (SP), de acordo com Cortellini Junior.

Indústria da construção quer sinais claros do 'Minha Casa, minha vida' 3

O Globo online, 12/nov

A indústria da construção quer sinais claros do lançamento da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, programa de habitação popular do governo, disse nesta segunda-feira o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Simão.

Em conversa com jornalistas após encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ele acrescentou que o ciclo de construção é longo e que, por isso, as empresas precisam antever o cenário para fazerem investimentos adequados.

- Precisamos de sinal muito forte da presidente Dilma Rousseff que Minha Casa 3 está na forma - afirmou Simão. Segundo o presidente da CBIC, o programa é hoje um projeto de governo, e deveria ser de Estado, para "garantir continuidade".

De acordo com Simão, também foram discutidas com o ministro a regularização da mão de obra terceirizada e a desburocratização do setor.

No dia 11 de dezembro, a entidade apresentará um trabalho propondo soluções para melhorar o ambiente de negócios no país, considerado "muito ruim" por Simão. Segundo ele, 9% do custo médio de uma obra, em valor de venda, é por "excesso de burocracia".

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Vagas que valem um apê

O Globo, Raphaela Ribas, 10/nov

Se você acha que gasta muito dinheiro para manter seu carro guardado numa garagem, você está certo. E se comparar o preço de um apartamento que tenha vaga com outro que não tenha vaga, ambos com o mesmo número de quartos, vai descobrir que a diferença pode significar bem mais do que muito dinheiro: pode chegar, simplesmente, ao valor de um ou mais imóveis.

É o que revela levantamento feito pelo Sindicato da Habitação (Secovi-Rio) para o Morar Bem: essa diferença faz com que, por exemplo, um apartamento de três quartos com duas garagens no Leblon compre um apê de um quarto em Ipanema. Ou compre um de quatro quartos na Tijuca. Ou ainda três de três quartos no Méier.

No caso do Leblon, considerou-se o valor médio de R$ 3,2 milhões para o apê com duas vagas e o de R$ 2 milhões para o que não tem garagem. Com o saldo, de R$ 1 milhão, equivalente a 35%, paga-se os imóveis dos exemplos acima. No geral, mostra a pesquisa, toda calculada a partir do custo médio do metro quadrado, a maior diferença entre a valorização de apartamentos por conta de uma vaga de garagem no Rio de Janeiro está em Botafogo (37,8%) e a menor, em Jacarepaguá (3,6%).

Carros que só cabem em duas vagas

Maurício Eiras, coordenador do departamento de pesquisa do Secovi-Rio, responsável pelo levantamento, explica que esta valorização é resultado, basicamente, de dois fatores. Um deles, as muitas construções antigas na Zona Sul, com poucas vagas por morador. Outro, a lei 12.607, sancionada no ano passado, que determina que as vagas de garagem só podem ser alugadas para moradores do prédio - a não ser que a convenção do condomínio permita locação a terceiros.

- Isso dificulta se encontrar vagas - lembra Mesquita, acrescentando que essa falta de garagens interfere muito nas negociações. - Às vezes, a pessoa olha o apartamento de três quartos e pergunta: "só tem uma vaga?".

O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ), Manoel Maia, avalia que a falta de vagas dificulta, mas não chega a impedir uma venda. Entretanto, ele acrescenta um terceiro fator que pesa na disputa por espaço: o tamanho dos carros.

- Antes, os automóveis eram menores e, hoje, há casos em que são necessárias duas vagas para estacionar um carro de grande porte - diz.

Na conta, moradia + transporte

Para Rafael Duarte, sócio-diretor da Percepttiva, agência de marketing imobiliário, a falta de investimentos no transporte público favorece a cultura brasileira de usar carros, o que acaba interferindo no valor dos imóveis.

- Há famílias em que se tem um automóvel para cada motorista, até porque nem sempre é fácil se locomover nas cidades, diferentemente de outros países - diz Duarte, lembrando que, na Europa são comuns imóveis sem garagem terem boa valorização por conta da qualidade do transporte ao redor.

A diferença de preços fez com que a família da publicitária Deborah Melo decidisse procurar um apartamento em Botafogo ou Laranjeiras, sem garagem, ou na Tijuca, com garagem. Para ela, a maior facilidade de transporte nos dois bairros da Zona Sul pode compensar a falta de lugar para estacionar.

- Nestes bairros, há melhor oferta de transportes alternativos e eu gostaria de usar cada vez menos o automóvel. Acho que vale a pena ter carro quando se tem filhos pequenos, que precisam ser levados para a escola, por exemplo, mas, caso contrário, não compensa ter carro em Botafogo - afirma Deborah, ressaltando que, além do preço maior a pagar pelo apartamento, há os gastos com o veículo. - Encarece muito. Dependendo do estilo de vida, pode valer mais ter um imóvel sem garagem e pegar táxi. A conta pode dar menos do que a diferença entre imóveis com e sem vagas.

Onde e quanto custa uma garagem no Rio

Mas qual é a saída quando o imóvel que se quer comprar não tem vagas ou elas não são suficientes para o morador? Teoricamente, a solução é o aluguel ou a compra de um espaço. Em tese, apenas. Pois, como a procura é grande e não é possível alugar para terceiros, nem sempre há disponibilidade, especialmente na Zona Sul. E, quando há, segundo o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ), Manoel Maia, os valores podem chegar a até R$ 700 - mais que o atual salário mínimo federal (R$ 678).

De acordo com Rafael Duarte, da Percepttiva, agência de marketing imobiliário, o valor de compra e venda de uma vaga de garagem na Zona Sul do Rio pode chegar a R$ 150 mil e, na Zona Oeste, a R$ 60 mil.

- Em bairros como Barra da Tijuca, Freguesia e Jacarepaguá ainda é mais forte essa necessidade de imóveis com duas ou três vagas, pois as opções de serviços são distantes e não há muita oferta de transporte alternativo - avalia Duarte.

O presidente do Creci, por sua vez, aponta Copacabana, Ipanema e Leblon como os bairros onde há maior dificuldade em se encontrar vagas.

- Em Copacabana, a maior procura para alugar acontece entre os postos 4 e 5, no trecho que vai da Avenida Nossa Senhora de Copacabana até a Avenida Atlântica. Já em Ipanema, seria mais próximo à Visconde de Pirajá e, no Leblon, nas adjacências da Ataulfo de Paiva - resume Maia.

Segundo Maia, em Copacabana há um contrapeso sobre a demanda por garagens, pois, se, de um lado, há muita procura e prédios antigos sem vagas, do outro, há idosos que dispensam veículos e moradores que não usam carros e se viram com o transporte local, seja metrô, táxi ou ônibus.

Entretanto, mesmo assim, nesta matemática, ainda há mais procura do que vagas, o que encarece o preço

É o que acontece, por exemplo, em um apart-hotel no Leblon, próximo à Avenida Ataulfo de Paiva. O local terceirizou a garagem para a empresa Estacenter, que usa o espaço para estacionamento rotativo, mensal e para os hóspedes.

As vagas mensais para carros pequenos saem a R$ 500 e, para veículos de grande porte, a R$ 600. Caro? Pode ser, mas, ao menos, nesta garagem, as vagas mensais estão lotadas e a procura por diárias é constante.

- Antes, tinha mais procura pelo aluguel de vagas diárias, agora, a procura maior é pelo contrato mensal - conta Wilson Rivadavia, supervisor do estacionamento.

Bairro imperial, São Cristóvão espera novos tempos de glória

O Globo, Célia Costa, 11/nov

Dos tempos de pompa, quando era frequentado por nobres durante o Império, pouco restou. São Cristóvão se viu transformado num polo industrial e, depois, sofreu com a decadência e a favelização. Iniciou uma recuperação e passou a ser cobiçado por empreendedores imobiliários após a aprovação do Plano de Estruturação Urbana (PEU), em 2004. Agora, porém, enquanto seus vizinhos (Zona Portuária e Maracanã) passam por uma grande revitalização, São Cristóvão fica apenas com os ônus desse processo. Um deles é o engarrafamento diário: suas ruas foram transformadas em rotas alternativas com o fechamento do Elevado da Perimetral.

Com localização privilegiada, o bairro fica próximo ao Centro, tem boa infraestrutura de transportes (trem, metrô e ônibus) e abriga a maior área urbana de lazer da cidade, a Quinta da Boa Vista. De São Cristóvão, chega-se rapidamente a Niterói, à Zona Sul e bairros importantes da Zona Norte, como a Tijuca. E, por ali, passa também a Linha Vermelha, o que facilita o acesso ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, à Via Dutra e à Baixada Fluminense.

- É uma região aprazível. Se não tivéssemos mar, a Quinta seria o nosso Central Park. É uma área que seria supervalorizada em qualquer lugar do mundo - avalia Ruy Rezende, arquiteto responsável por projetos que estão ajudando a dar novo perfil à área do Porto.

Para Rezende, São Cristóvão é subutilizado e merece um amplo projeto de revitalização. Ele, no entanto, acredita que o bairro será beneficiado diretamente pelas transformações do seu entorno:

- O projeto do Porto Maravilha vai avançar para São Cristóvão. É uma expansão urbana natural.

Os moradores alimentam essa esperança. O presidente da Câmara Comunitária de São Cristóvão, Maurício Mendes, diz que o bairro está fazendo um sacrifício em prol da cidade.

- Pagamos o preço das melhorias, como a criação do Porto Maravilha e as obras do piscinão da Praça da Bandeira. Esperamos que, quando tudo estiver pronto, deem mais atenção ao bairro, que tem um patrimônio riquíssimo e precisa ser valorizado. A Quinta da Boa Vista, por exemplo, está abandonada - diz Mendes.

Os grandes empreendimentos imobiliários no bairro só se tornaram viáveis após a aprovação do PEU, que permitiu o aumento do gabarito de três para até 13 andares, dependendo do local. Empresas como a Concal Construtora e a Patrimóvel investiram na região. Rodrigo Conde Caldas, da Concal, afirma que muito já foi feito ao longo dos últimos anos, mas reconhece que o bairro ainda precisa de investimentos:

- Não é por ser um bairro histórico que São Cristóvão precisa ficar no passado. Ele necessita de revitalização viária e de incentivos na área cultural. O Palácio Imperial, por exemplo, poderia voltar a ser um museu. Outro ícone do bairro, a Quinta da Boa Vista, também precisa de investimentos.

Segundo a Subprefeitura do Centro, São Cristóvão receberá em breve o projeto Asfalto Liso. Além disso, será beneficiado pelos investimentos na vizinhança, como o programa Bairro Maravilha em Benfica e a dragagem do Canal do Cunha, que deverá melhorar o sistema de drenagem de São Cristóvão.

Residência da família real durante todo o Império, a Quinta da Boa Vista foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938. A área de 560 mil metros quadrados foi ajardinada em 1869 pelo paisagista francês Auguste Glaziou. Hoje, é a grande área de lazer de moradores da Zona Norte. A casa da Marquesa de Santos, que abriga o Museu do Primeiro Reinado, é outro imóvel importante da época do Império. No lugar, a Secretaria estadual de Cultura desenvolve o projeto do Museu da Moda em parceria com o Instituto Zuzu Angel e a Fundação Getulio Vargas, com previsão de inauguração em 2016. A ideia é instalá-lo num prédio a ser construído num terreno contíguo ao da Casa da Marquesa de Santos. Enquanto o projeto é desenvolvido, o imóvel passa por uma restauração e estará aberto ao publico no fim de 2014.

A região abriga ainda uma importante instituição de ensino, o Colégio Pedro II, fundado em 1888. Até no futebol o bairro se orgulha do passado, ainda que recente. É lá que fica o São Cristóvão, clube que descobriu Ronaldo, o Fenômeno.

Indústrias fecharam as portas

São Cristóvão passou por uma transformação nos anos 40, com a abertura da Avenida Brasil. Foi quando a região se consolidou como o maior bairro industrial da América Latina. O parque industrial de São Cristóvão viveu sua maior crise na década de 70. Os enormes galpões sem utilização acabaram contribuindo para a ocupação desordenada e a favelização, o que espantou a classe média para longe do bairro. Foi depois disso que o Pavilhão de São Cristóvão, construído para ser palco de grandes eventos e exposições, fechou seus portões. Após um longo período de abandono, o lugar hoje abriga a Feira de Tradições Nordestinas, uma das atrações turísticas da cidade. Sinal de esperança para quem anseia por dias melhores para o bairro.

Endereço da família real

Conta a história da cidade que o nome do bairro tem como origem a Igreja de São Cristóvão, construída no século XVII por padres jesuítas.

Mas a pompa chegou à região quando D. João VI decidiu que o Paço da Quinta da Boa Vista seria sua residência oficial. Com isso, esse pedaço da cidade passou por uma grande valorização. As áreas que ainda eram pantanosas precisaram ser aterradas para abrigar as residências. O bairro ganhou iluminação e outras melhorias. E, assim, as famílias nobres foram se fixando na região.

Amante de D. Pedro I, a Marquesa de Santos também tinha uma casa em São Cristóvão, que posteriormente foi transformada em museu.

Com a queda do Império, o complexo da Quinta da Boa Vista se transformou no Museu Nacional. E, com os novos tempos, o bairro perdeu prestígio.