sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Energia elétrica produzida em casa



O Globo, Morar Bem, 07/dez

Só este ano, as tarifas de energia elétrica já subiram, em média, 18%. E com a estiagem e o aumento do custo das térmicas, a previsão de analistas é que, em 2015, esses preços subam outros 20%. Mas, para 255 brasileiros, essa já não é uma grande preocupação. Eles instalaram em suas casas microusinas de geração de energia e vêm sentindo, no bolso, a economia.

A arquiteta Isabelle de Loys, que mora no Recreio, foi uma das primeiras a ter o sistema, que capta energia solar e a transforma em elétrica, cadastrado na Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel. E não se arrepende. Hoje, ela paga cerca de R$ 47 mensais à Light, menos R$ 100 do que costumava gastar antes de ter sua própria rede ligada à da concessionária. Isso numa casa de 120 metros quadrados, onde moram duas pessoas, mas que funciona também como seu escritório de arquitetura.

-E o custo só não é menor porque existe uma taxa básica, de disponibilidade do sistema, que todos pagamos à concessionária - conta Isabelle, que instalou sete placas fotovoltaicas.

O sistema de microgeração integrado à rede elétrica funciona assim: a radiação solar é captada pelas placas fotovoltaicas que geram a energia em corrente contínua. Essa energia é enviada para um inversor que a transforma em energia alternada e a disponibiliza para consumo imediato. O excedente passa por um relógio de luz, que conta essa sobra. É exatamente isso que garante os créditos que vão reduzir a conta de luz.

- O relógio é o coração desse sistema - diz Hewerton Martins, CEO da Solar Energy, uma das principais empresas que instalam o sistema no país.

O custo não é dos mais baratos. Uma microusina com dez placas e capacidade para gerar cerca de 300kwh por mês - consumo médio de uma família de quatro pessoas - custa cerca de R$ 25 mil. O retorno financeiro leva em torno de dez a 12 anos. Mas, como a vida útil dos equipamentos é de cerca de 25 anos, quem já instalou, garante que vale a pena. Até por nossas condições climáticas, como garante Martins:

- A Alemanha é o país que mais usa energia solar. Mas a Bavaria, região com mais sol no país, tem uma irradiação solar 40% menor que Florianópolis, a com menor incidência de sol por aqui. Não há região no Brasil que não seja propícia a esse sistema.

Antes de decidir investir, contudo, é preciso estar atento a alguns detalhes. Saber exatamente o consumo da família e a área disponível para a instalação das placas é o primeiro deles, já que se não houver espaço para gerar uma grande parte do que se consome, o investimento pode não valer a pena. No geral, o sistema é indicado para consumos a partir dos 300kwh por mês. Outro ponto é o sombreamento dessa área. No Rio, todas as regiões são propícias às placas fotovoltaicas, mas se houver uma árvore fazendo sombra sobre as placas, sua capacidade de gerar energia será reduzida, comprometendo a eficiência do sistema.

A área para a instalação das placas, aliás, é o que dificulta que prédios e condomínios invistam nesse tipo de sistema. Na verdade, alguns até já vêm investindo em redes integradas, mas apenas para abastecer suas áreas comuns. Fazer uma instalação que leve energia para as unidades exigiria uma área banhada pelo sol muito grande, já que cada dez placas ocupam cerca de 17m². Além disso, o custo seria alto demais. Talvez, por isso, muitos condomínios optem pelas placas solares, aquelas usadas apenas para o aquecimento da água - que substituem sistemas a gás, por exemplo - e que têm um custo bem mais em conta: cerca de R$ 5 mil, o equipamento com capacidade para aquecer 400 litros de água e atender a uma família de quatro pessoas. OEdifício Corpus, em Botafogo, é um dos condomínios que optou por investir num sistema de geração de energia. Ainda assim, apenas para atender a sua parte administrativa, que é responsável por cerca de 6% do consumo da área comum do prédio.

- Queríamos economizar. Mas essa é apenas uma primeira experiência. A intenção é ampliar a geração de energia para o consumo com as bombas de água - conta o síndico Jean Troianelli, que teve sua conta mensal de luz reduzida em mais de 50%. - Isso mostra a viabilidade de um sistema que gera energia limpa a partir de uma fonte gratuita e inesgotável. Se todo mundo fizesse o mesmo, talvez saíssemos da crise.

Troianelli só reclama de uma coisa: a diferença entre o valor da energia que produz e aquela que consome da concessionária. Justamente a questão mais polêmica das redes integradas.

A resolução 482 da Aneel, que em 2012 regulamentou a microgeração de energia no país, estabelece que o crédito excedente gerado deve ser em energia. Ou seja, quem produz 100kwh e usa 50kwh, deveria ter o direito de usar outros 50kwh no momento em que não há produção própria sem pagar nada mais por isso. Mas, na prática, o que a maior parte das concessionárias vem fazendo é transformar o crédito de energia em dinheiro. Como sobre a tarifa incidem impostos como o ICMS, o microgerador acaba "comprando" energia a um preço mais alto.

- Quem investiu para produzir a própria energia tinha que ser incentivado e não taxado - avalia Hewerton Martins, da Solar Energy.

Vale lembrar que redes integradas também podem ser feitas com outros tipos de energia alternativa, como a eólica. E que é possível até fazer sistemas híbridos, que conjuguem energia solar e eólica. A arquiteta Viviane Cunha acabou de instalar um desses para atender à administração do Jardim Botânico:

- Tudo depende da localização e das condições. As pás eólicas dependem do vento, mas já há modelos que funcionam em regiões de vento inconstante como a do Jardim Botânico.

No geral, contudo, seu uso é pouco comum em centros urbanos. Não só pela questão do vento, mas também do ruído, quase sempre muito alto. Tanto que ainda é mais usada em regiões litorâneas. O custo, bem mais alto, é outro impeditivo: gira em torno de R$ 50 mil, com capacidade para gerar 800kwh/mês. 

Prédio pode gerar 100% da energia que consome

O Globo, Morar Bem, 28/dez

A adaptação às condições climáticas foi o ponto de partida para a construção do EcoCommercial Building da Bayer, em São Paulo. O prédio, na verdade um centro de convivência localizado na sede da empresa, no bairro Socorro, pode ser o primeiro do país a gerar 100% da energia que consome. Não à toa, acaba de ganhar a certificação Leed Platinum, o mais alto nível do selo internacional concedido pelo Green Building Council (GBC).

- É mais uma conquista da indústria nacional da construção sustentável. O alinhamento entre projeto, técnicas construtivas responsáveis e tecnologias aplicadas foi maximizado de modo a permitir que o prédio conseguisse o maior nível da certificação internacional - elogia Felipe Faria, diretor do GBC Brasil.

Para chegar a esse resultado, o projeto levou em consideração diversos fatores. A iluminação natural, por exemplo, foi aproveitada ao máximo. O edifício ganhou brise-soleil, fachadas de vidro com películas que reduzem o calor e diversas aberturas para entrada de luz. Sensores de presença e da luminosidade externa determinam o momento de acender, e intensificar, as luzes. E uma miniusina solar foi instalada para gerar energia para abastecer o local.


SISTEMA DE AR PAGOU POR USINA SOLAR

A ventilação cruzada e o sombreamento também foram aproveitados. Com isso, a necessidade de uso de aparelhos de ar condicionado foi eliminada em 95% do prédio. Apenas a sala de reunião, que muitas vezes deve permanecer fechada, conta com o sistema.

- Além de diminuir os gastos durante o uso dos aparelhos, isso gerou enorme economia durante a obra. O sistema de ar condicionado custaria R$ 150 mil. Gastamos R$ 90 mil na instalação das placas fotovoltaicas e ainda sobraram outros R$ 60 mil para investir em outras necessidades da obra - conta Fernando Resende, gerente do EcoCommercial Building, no Brasil.

Localizado numa área arborizada do terreno, o prédio foi projetado de forma que nenhuma árvore fosse arrancada. Ao longo da edificação, que tem cerca de 600 m², é possível ver dez árvores. Para que não fossem prejudicadas, além de aberturas no teto para que seus galhos continuem se expandindo, o prédio foi erguido sobre uma plataforma de madeira a dez centímetros do chão, o que permite que a água da chuva penetre na terra e as raízes cresçam sem interferir na estrutura do prédio.

Além disso, o paisagismo foi feito apenas com espécies nativas, já acostumadas à quantidade de chuvas da área, que fica próxima à represa de Guarapiranga - até agora, a que menos sofre com a seca que atinge São Paulo.

ECONOMIA DE 94,8% DE ÁGUA POTÁVEL

A chuva, aliás, é outra aliada da edificação. O prédio tem tanto um sistema de captação da água da chuva quanto o de reaproveitamento das águas cinzas. E como o uso de água potável está restrito às pias, a economia chega a 94,8%. São dois reservatórios: um que fica enterrado e um espelho d'água que passa por dentro do prédio ajudando na refrigeração das áreas internas.

Projetos de EcoCommercial Building da Bayer estão presentes em outros seis países - Alemanha, Bélgica, China, Estados Unidos, Índia e Tailândia. Eles integram as ações da companhia alemã, que atua em setores que causam grande impacto ao meio ambiente, em prol da preservação ambiental. Em São Paulo, além de servir aos dois mil funcionários da empresa, o prédio recebe cerca de 150 visitantes por mês e serve ainda como modelo para os clientes da companhia, já que boa parte dos materiais utilizados são fabricados por ela.

- A população cresce muito rapidamente, os padrões de consumo também, mas o planeta não cresce mais. Esse programa faz parte do desenvolvimento de tecnologias que contribuam para a redução desse impacto. E todas são produzidas aqui no Brasil - conclui Resende.






Isenção de IPTU para moradias na Zona Portuária já começa a valer

O Globo, 30/dez

Proprietários de moradias na Zona Portuária começarão 2015 com um alívio no bolso. O prefeito Eduardo Paes publicou ontem no Diário Oficial um decreto regulamentando uma lei, sancionada em julho deste ano, que determina a isenção de IPTU até 2019 e o perdão de dívidas do mesmo imposto para quem possui imóveis residenciais na região conhecida como Área de Especial Interesse Urbano (Aeiu) do Porto. A medida será automática, e quem não for beneficiado nos próximos seis meses pode encaminhar a documentação de recurso à Secretaria municipal de Fazenda. A isenção também valerá para novos projetos ou para a conversão de comércio em habitações.

- Acredito que já haverá a percepção do impacto desse decreto no primeiro semestre do ano que vem. Será benéfico para manter as pessoas que já moram na região e poderiam estar pressionadas a sair por causa de dívidas e também servirá de estímulo para que comércios se transformem em residências - disse o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp), Alberto Gomes Silva.

Novas obras iniciadas até 2019 também poderão ser beneficiadas com a isenção do IPTU por cinco anos. É preciso que haja um percentual que varia de 50% a 70% da área total voltada para residências, de acordo com o local da Zona Portuária onde o projeto será realizado.

A medida tomada pela prefeitura faz parte de um esforço para tentar estimular a ocupação da Zona Portuária por moradias. A Cdurp mapeou 65 projetos residenciais licenciados para a região. Desses, 64 são de interesse social, com financiamento do projeto Minha Casa Minha Vida. O condomínio Porto Vida, único proposto pela iniciativa privada, está parado.

A isenção de Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a Eles Relativos (ITBI) nas aquisições de imóveis para construção ou transformação em moradias, também prevista na lei sancionada em julho, ainda terá de receber uma regulamentação adicional, que será divulgada através de uma resolução específica da Secretaria municipal de Fazenda, detalhando os documentos necessários.

O decreto de ontem também regulamentou a isenção de Imposto Sobre Serviços (ISS) durante o prazo de execução das obras de projetos residenciais ou de conversão de imóveis para moradias. A primeira licença de obras deverá ser expedida até 23 de julho de 2019.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Posso utilizar o FGTS para a compra de um segundo imóvel?




É permitido utilizar o FGTS na compra de um segundo imóvel caso os recursos do fundo tenham sido utilizados anteriormente em imóvel comprado em conjunto com outra pessoa, mas do qual o usuário não seja mais co-proprietário?

Quando o FGTS é utilizado para a compra de um imóvel, mesmo que em conjunto com outra pessoa, os recursos do fundo não podem ser utilizados novamente. O valor do FGTS somente pode voltar a ser usado caso o proprietário venda o primeiro imóvel.

A restrição para uso de FGTS ocorre quando o comprador adquire um imóvel de um proprietário que tenha utilizado o FGTS há menos de três anos, seja para dar como entrada na hora da compra ou para amortizar o financiamento desse imóvel que deseja comprar.

Por exemplo, A usou o FGTS para comprar um imóvel e decide vendê-lo um ano depois. Se B quiser comprar esse imóvel, não poderá usar o seu FGTS, porque A já utilizou os recursos do fundo na compra do mesmo imóvel em um período inferior a três anos. 


*Você tem outras dúvidas?  Entre em contato deixando um comentário.

FELIZ 2015



Amigos e Clientes,


Estamos iniciando um novo ano, cheios de sonhos e expectativas. 

Agora é o momento de refletir e planejar este futuro/presente de 365 dias.

Continuarei contribuindo com a informação para que vocês se mantenham atualizados dos seus direitos dentro do mercado imobiliário.


Um grande abraço e votos de sucesso.


Luciana Biosa