terça-feira, 10 de junho de 2014

COMO DECORAR SEU IMÓVEL - APARTAMENTOS COM MEDIDAS REDUZIDAS!

O Globo, Karine Tavares, 08/jun

Quem mora em apartamentos pequenos, conhece bem a dificuldade de escolher os móveis de casa. Afinal, muitas vezes, eles mal passam pela porta. E, mesmo quando já estão lá dentro, ocupam tanto espaço que acabam por sufocar o ambiente. Em tempos de imóveis cada vez mais compactos - para usar o termo adotado pelo mercado imobiliário -, a indústria moveleira também precisou se adaptar. Continua produzindo peças dentro do padrão tradicional, mas já oferece móveis mais estreitinhos, que podem servir como alternativa para quem, antes, não tinha muito o que fazer.

O aparador? Afinou! Em vez dos 50 centímetros do padrão de profundidade, agora já é encontrado com 35cm ou 36 cm. A mesa encolheu! De centro, lateral ou jantar, a peça vem ganhando medidas mais elásticas, por assim dizer, já que muitas vezes são produzidas em dois ou três diferentes dimensões, justamente para se adaptar a tipos e tamanhos de casas. E até o sofá, símbolo maior do conforto no lar, está ficando mais apertadinho. O que não quer dizer que esteja menos confortável.

- São modelos com visual bem mais clean. Os braços são bem estreitos em comparação aos sofás tradicionais, por exemplo, mas é bom observar que isso não significa menos cuidado com a ergonomia - diz Paula Zilberberg, sócia da Udine Casa.

A loja de decoração começou a vender um sofá com 80 centímetros de profundidade - o padrão vai dos 90 cm aos 105 cm - e fez tanto sucesso que acabou encomendando outros dois modelos ao fabricante.

- Os apartamentos têm medidas cada vez mais reduzidas, e os fabricantes de móveis precisaram adaptar as peças a essa nova realidade, fabricando peças confortáveis que permitam manter uma boa área de circulação na casa - explica Paula.

Sim, porque além de driblar a falta de espaço dos imóveis e decorar, é preciso lembrar também deste (não tão pequeno) detalhe: deixar livres áreas de circulação suficientes para criar ambientes agradáveis. O ideal são 80 centímetros. Mas é possível deixar 70 cm, nas áreas íntimas, ou em casos extremos até 60 cm. Já na parte social da casa, espaço (vazio) é fundamental.

- Mesmo com toda essa limitação de espaço, busco criar circulações de um metro para obter amplitude visual e arejar a percepção do ambiente - ensina a arquiteta Denise Cadore.

Não à toa, muitos designers estão atentos também a essas mudanças. Jader Almeida, por exemplo, já cria seus produtos pensando na possibilidade de variar as dimensões. A mesa "Dinn", uma de suas peças de maior sucesso, pode ter 1,5 metro de comprimento por 90cm de profundidade ou 5m X 1,5m. E recentemente ele criou a mesa "U", que pode ser usada como escrivaninha, ou em casas menores, até mesmo como mesa de jantar. A profundidade? 70 centímetros: 20 a menos que as menores mesas de jantar costumam ter.

- Esta abordagem alcança vários tipos de casas ou apartamentos, permitindo que as pessoas comprem o produto adaptando-o ao seu estilo de morar. Até porque o conceito de conforto e as necessidades variam de acordo com o ideal de cada um. Há quem viva confortavelmente em um trailer, por exemplo - exemplifica Jader.

Para quem vive as dificuldades de decorar sem espaço, outras dicas são evitar as chamadas quinas vivas (aquelas pontudas) e escolher móveis de formatos arredondados ou ovais e peças polivalentes, como pufes e aparadores.

- É preciso lembrar, que nestes casos, essas peças não devem ser pesadas, para que sejam de fácil deslocamento e permitam alterações rápidas no layout do ambiente dependendo do uso - diz Denise. - Nas residências supercompactas, sacrifico a mesa de centro, trabalho com a mesa de jantar sobreposta ao aparador ou na versão quadrada encostada na parede. Mesas laterais levinhas podem mudar de posição e serem acomodadas para apoio de copos.

Outra vantagem dos móveis mais estreitinhos é que, por serem menores, costumam ter preços também um pouco mais baixos que as peças de tamanho padrão.

- Além dos móveis de design já pensados com medidas reduzidas, o preço menor de peças compactas permite que a pessoa invista em quadros, esculturas e até outros itens do mobiliário assinado - conclui Paula Zilberberg

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